sexta-feira, 16 de abril de 2010

O MIT, a pirâmede e os portugueses

Só nos faltava mais esta. Há tempos foi Almunia. Agora é Simon Johnson que critica Portugal por este se ter financiado através de um esquema em tudo parecido ao de Madoff, que o levou à cadeia para o resto dos seus dias.
Diz Johnson que Portugal escapou ao registo do radar porque, em grande parte, a espiral da Grécia se desvaneceu. Mas isso não altera o facto de, segundo a sua opinião, se encontrarem ambos os países à beira da bancarrota, numa situação bem mais perigosa do que aquela que a Argentina atravessou em 2001, quando passou à fase de incumprimento.
Este economista que é professor no Massachusets Institute of Tecnology (MIT), integra o Instituto de Economia Internacional de Washington, é conselheiro económico do Departamento Orçamental do Congresso dos EUA e foi economista chefe e director do departamento de investigação do FMI, diz que nem os líderes políticos gregos, nem os líderes políticos portugueses estão em condições de fazer os cortes que se exigiriam, o que significará, nos próximos anos, desemprego, políticas duras e planos de apoio.
É que, afirma, Portugal tal como a Grécia, em lugar de abaterem os juros da sua dívida, tem refinanciado o seu pagamento através da emissão de nova dívida. A prazo, este esquema de pirâmede vai obrigar os mercados financeiros a reagir e a recusar a concessão de crédito. Ou a practicar taxas insuportáveis, o que resultará no mesmo.
Infelizmente, parece que o país oficial não entende este discurso alarmista. E mesmo que ele comporte algum pessimismo, contém verdades que ninguém quer confessar. É que é muito mais fácil acreditar em histórias da carochinha...que têm sempre finais felizes!

HSC

2 comentários:

Anónimo disse...

Em 2002 a divida pública directa do estado era de 79,474 M€ em Fev10 era de 135,131 M€... e não se vai ficar por aqui... é sempre tendencialmente crescente...
Só há uma solução: Não respirar...

Mas lá que os Portugueses também são bons em esquemas... lá isso somos!!!

(c) P.A.S. Pedro Almeida Sande disse...

Mas que preocupação poderá ter o país oficial quando à mão de semear estão os inenarráveis prémios das inumeráveis mais valias do regime?

Mesmo para homens e mulheres pacíficos, isto já só lá vai com alguma noite de facas longas!