segunda-feira, 12 de abril de 2010

Há romantismos caros!


Hoje estou feita num caracol. Na sexta feira à noite passeei-me. Na ânsia de recuperar deste longuíssimo inverno, decidi aliviar as roupagens. Resultado, sábado acordei afónica. E assim me mantive até hoje, quando o meu médico "otorino", prescindindo da sua hora de almoço, me viu. O diagnóstico era algo com nome esquisito.
Face à emergência televisiva, deu-me a receita dos cantores.. Ou seja, uma injeção de cortisona. Mas devo ser má rez porque, embora melhor, estou longe de estar boa. Quem se vai regozijar serão os meus alunos... porque não arrisco dar aulas neste estado.
De facto, tinha esta tarde o programa semanal de televisão e a minha companheira de dueto está há três semanas ausente. Logo, nem sequer podia faltar. Lá fui. E lá expliquei que a "voz sensual" que habitava, no momento, as minhas cordas vocais não era resultado de pecado - vinícola ou outro - mas sim de um pseudo romântico passeio nocturno ao ar livre.
No fim, ao sair, um amigo, meio a rir, disse-me que deveria ter tomado apenas meia injeção, porque a voz ligeiramente velada era sexy!
Eu, que estava cansada do esforço, só me lembrei do Dr. António Pires de Lima (Filho), e da brilhante ideia de ligar a expressão à ideologia. Logo, pouco paciente, mandei o amigo à fava!
Mas, certamente por castigo, parece que piorei...

HSC

6 comentários:

Olga Moreira disse...

É algo que sempre me intrigou, essa associação da voz rouca à sensualidade, comentário com que os dignos membros do sexo masculino frequentemente nos brindam, enquanto nos debatemos perante a incerteza do que fazer, ficar em silêncio, ou dar uma resposta apropriada, enquanto sentimos as cordas vocais espartilhadas por demónios determinados a nos reduzir a voz a um fio. A ultima vez que isso me aconteceu, fui também brindada com um " mas que voz tão sexy" meio a brincar , meio a sério e tal como também costuma ser vulgar acontecer, no dia seguinte, qualquer semelhança com aquilo que se chama voz e os sons por mim emitidos era mera coincidencia, o que me fez responder, quando me perguntaram como estava, que me sentia mais sexy do que nunca...

margarida disse...

Lembrou-me agora uma canção do António Variações...
...'o corpo é que paga...'
;)
'jinhos.
E melhoras!!!

Raúl Mesquita disse...

Eu que também andava cheio de vontade de bom tempo (o João Domingos fica para depois...)resolvi começar a andar de camisa aberta no colarinho e sem cache-col. Resultado, ainda por cima Touro casmurro, afonia! E ando a gravar programas para a Antena 2. Cortisona? Pastilhas Euphon não chegarão? Abreijo do Raúl. P.S. As suas melhoras rápidas, Helena.

Anónimo disse...

A voz rouca está associada à "voz de cama" (recurso que os locutores de rádio conhecem bem), à voz íntima, sem controle, sensual, sexual. Faz uso exagerado das cordas vocais, sem coadjuvação do tórax, mas não pode prescindir de colocação. Tive uma namorada que tinha esse tipo de voz (sem irritação das cordas vocais) e nem sequer fumava. Se eu gostava...? Nem por isso: prefiro vozes limpas e cerebrais...

(as melhoras, Caríssima Helena)

Helena Sacadura Cabral disse...

A todos obrigada! Estou quase boa!
Paulo, quem como eu, ensina teóricas em anfiteatros, tem a obrigação de saber colocar a voz. E eu aprendi!
Só que as aragens nocturnas, às vezes, trazem surpresas...
Também prefiro as vozes límpidas às veladas, "de cama". Como aliás acontece em quase todas as minhas preferências.Límpidas! Talvez por isso tenha a minha dose de pragmatismo!

Raúl Mesquita disse...

Mas quando começamos a gravar a voz, por Milagre, compõe-se! Fica quase ("aquaise, Menina?") límpida. Lolíssimo!

Fizemos, realizámos, o nosso programa e queremos que ele seja emitido (estou a falar "caro" hoje!) muito bem pela nossa voz. Mas antes, quando temos de passar da afonia à eufonia, duas pastilhas Euphon ajudam... LOL! Abreijo, Raúl.

P.S. Não sou distribuidor de produtos farmacêuticos nem de nada, a não ser das ideias em que acredito!