quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Levy - Strauss

Morreu no último sábado uma das mais fecundas e importante mentes do sec. XX. Nascido na Bélgica e filho de judeus franceses, o fundador da moderna Antroplogia tinha 100 anos. Estudou na Sorbonne Direito e Filosofia. Em 1943 foi para o Brasil ensinar Sociologia na Universidade de S.Paulo e é aqui que descobre a sua vocação de etnólogo.
Os índios que rodeavam a cidade foram aqueles por quem primeiro se interessou. Depois, partiu para o Mato Grosso e Amazónia e começaria a divulgar as suas teses. Dois do seus livros, "As estruturas Elementares de Parentesco" (1949) e " Tristes Trópicos" (1950) iriam ter particular relevância. Este último chegou, mesmo, a ganhar o Goncourt.
Em 1958 a sua Antropologia Estrutural vem permitir o desenvolvimento do "estruturalismo", corrente de pensamento da qual foi o principal dinamizador e que, dito de um modo grosseiro, tenta aplicar aos acontecimentos humanos de natureza simbólica um método que permite encontrar o que é constante naquilo que tem conteúdos variáveis.
Entraria posterirmente, 1959, para o Collége de France onde titulava a Antropologia Social, e do qual apenas sai quando se reforma, em 1982. De algum modo foi, também um percursor dos movimentos ecologistas.
As Ciências Sociais estão assim de luto pela morte de um Homem a quem as mesmas muito devem!

H.S.C


Nota em tempo:
Numa entrevista concedida há quatro anos, Levy- Strauss terá, segundo o jornal Público, afirmado: "Dirigimo-nos para uma espécie de civilização à escala mundial(...) Estamos num mundo a que já não pertenço. Aquele que conheci, aquele de que gostei tinha 1500 milhões de habitantes. O mundo actual tem seis mil milhões de humanos. Já não é o meu".
Continuava com extrema lucidez, direi eu!
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3 comentários:

Blondewithaphd disse...

Comecei por abominar. Depois foi como o Mircea Eliade: imprescindível.
(Fico com a sensação de que, pouco a pouco, o séc. XX vai findando).

Anónimo disse...

Obrigada Helena, pela missiva simpatica que me deixou hoje em "Duas ou três coisas".
Fico contente por saber que temos "amigos centenarios" em comum.
Um abraço desde Paris
Julia Macias-Valet

Helena Sacadura Cabral disse...

Bela loira, comigo foi algo parecido. No meu caso foi a música dodecafónica. Detesetei muito tempo. Até me render e lhe cair nos braços...