Nesta ponte de feriado decidi trabalhar. Com as eleições e afins, ainda hesitei. Mas fiquei.
Sentei-me à secretária. Abri o computador. Coloquei o António Variações para me acompanhar. Mas quando cheguei ao "corpo é que paga", levantei-me dum pulo e saltei para a rua.
Comecei na Piazza di Mare onde comi o meu prato preferido: uma bela salada de camarão com cogumelos e rúcula aquecida em cognac. Estava divina. Do branco gelado nem falo... Depois uma cassata deliciosa que me fez lembrar o meu querido Pai com quem eu as comia em pequena.
O Tejo estava lindíssimo. E esta vossa amiga decidiu largar o pópó e ir de cacilheiro - agora têm nome mais chic - atravessar o rio.
Pode e deve ficar-se triste com o que os responsáveis autárquicos fizeram de Lisboa. Mas algo eu garanto. Não conseguem, não podem, nunca poderão, graças a Deus, alterar esta luz grandiosa, que transforma em beleza mesmo os cantos que o não são.
Voltei para casa agradecida à vida pela capacidade que mantenho, com esta idade, de ainda me maravilhar com a formusura do país em que vivo e da cidade onde habito!
H.S.C
4 comentários:
Aquilo que escreve suscita-me, muitas vezes, pensamentos que gostaria de partilhar exclusivamente consigo.
Talvez seja intencional, e mais que justificável, mas já pensou disponibilizar um e-mail para quem quer reagir àquilo que escreve, mas de uma forma mais privada?
Uma leitora que admira aquilo que lê de si, nas linhas, e aquilo que depreende nas entrelinhas.
Belíssima declaração de amor... senão em tempos de guerra, pelo menos de "incertezas muitas"!
(confissão menor: até que tenho saudades desses "velhos cacilheiros", atravessar o Tejo à noite e reconciliar-me... com o quê? sabe-se lá... as reclamações, das incertezas do mundo, bem que deverão ser as mais velhas desculpas do mundo, para a nossa própria miopia!)
Um grato abraço
Leonardo B.
...o curioso, Milady, é que é facílimo "acompanhá-la".
Com pinceladas singelas cria uma paisagem intensa e caimos dentro dela, pela sua mão, vendo através desse olhar, sentindo como se fossemos o mesmo coração.
Que saudade da minha Lisboa adoptiva.
E de sentir tanta bem-aventurança...
(merci)
Querida Helena,
Tal como diz Leonardo B. e Margarida, fez aqui uma autêntica declaração de amor, a qual soube pintar muito bem, fez um quadro digno de uma obra de arte da nossa Lisboa. Lisboa das sete colinas e daquela luz tão sua, Lisboa de céu aberto, amplo que nos dá uma sensação de infinita liberdade!
Sem referir que também abre aqui o apetite e, me recordou também as cassatas que comi tantas e tantas vezes com o meu querido e saudoso pai.
Lisboa é linda, o Tejo no qual me perco inúmeras vezes...
Obrigada por este post :)
Sentido abraço com amizade
ElsaTL
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