domingo, 23 de novembro de 2025

UM JORNAL…

Hoje, a propósito da imparcialidade jornalística e dum post de Pedro Chagas Freitas, lembrei-me de uma história passada comigo. Havia publicado um livro e pediram-me várias entrevistas. Entre elas a de um parente que tinha, à época, um programa de livros, num respeitado jornal, do qual, aliás, eu era assinante desde o início. Passados dias e, francamente atrapalhado, o jornalista em causa, desconvidava-me porque, ao apresentar o meu nome, lhe haviam dito que eu” merecia uma conversa em horário nobre”. Sem convite oficial, a entrevista nunca aconteceu, até hoje, pese embora terem, entretanto, saído mais três livros meus!

Com o tempo, percebi que, talvez, não tivesse sido, apenas, uma questão de agenda. Admito que a causa possa estar nalguma animosidade, talvez não propriamente comigo, mas com eventuais conjunturas familiares. Que me sendo alheias, acabaram, todavia, por influir no modo como fui tratada.

Este episódio, aparentemente banal, deu-me, contudo, uma lição. A tão falada isenção jornalística, que deveria ser um princípio fundamental é, muitas vezes, relativizada por interesses pessoais, disputas internas ou até pequenas vinganças. Tendo eu carteira de jornalista há muitos anos, sei que a imparcialidade - que deveria ser regra -, se mostra, na prática, uma paleta cheia de tonalidades, num ofício cujo objetivo deveria ser a transparência.

No meu caso, não fez diferença. Nem todos têm de me apreciar, claro. Deixei, apenas, de ser assinante e leitora! Por seu lado, o jornal, livrou-se de mim, de forma menos correta. É a vida, como diz um amigo meu! Da comunicação social, digo eu!

 

sexta-feira, 21 de novembro de 2025

Gerir Emoções: O Caminho para uma Vida Mais Equilibrada

Gerir emoções é uma habilidade essencial para o bem-estar. Porém, é muitas vezes negligenciada no dia a dia. Sentimentos como alegria, tristeza, raiva, medo ou ansiedade fazem parte da experiência humana e surgem naturalmente. No entanto, quando não são compreendidos ou acolhidos, podem afetar relações, decisões e até a saúde física.

O primeiro passo para gerir emoções é reconhecê-las sem julgamento. Em vez de rotular um sentimento como “bom” ou “mau”, é mais útil perguntar: o que é que esta emoção está a tentar mostrar-me? Cada emoção tem uma função — a raiva pode sinalizar limites ultrapassados, o medo pode indicar necessidade de proteção, e a tristeza pode convidar ao recolhimento ou à reflexão.

Depois do reconhecimento, vem a regulação. Isso não significa “controlar” ou “esconder” o que se sente, mas sim, encontrar formas saudáveis de expressar e canalizar essas sensações. Respiração consciente, pausas intencionais, escrever sobre o que se sente, conversar com alguém de confiança ou praticar atividades físicas são estratégias que ajudam a trazer clareza e equilíbrio.

Por fim, gerir emoções é um processo contínuo. Requer paciência, autoconhecimento e compaixão consigo mesmo. Cada vez que escolhemos lidar com uma emoção de forma consciente, fortalecemos a nossa capacidade de enfrentar desafios e construir relações mais harmoniosas. Por isso, aprender a gerir emoções, não é apenas uma habilidade — é um ato de cuidado profundo com a própria vida.

 

quinta-feira, 20 de novembro de 2025

A IMPORTÂNCIA DOS DEBATES ELEITORAIS

1.     Transparência e informação aos eleitores
Os debates eleitorais permitem que os cidadãos vejam os candidatos exporem as suas propostas, ideias e visões para o país, de forma direta e pública. Isso ajuda os eleitores a compararem os partidos, não apenas pelas promessas, mas pela forma de argumentar, os valores pessoais e a credibilidade dos candidatos.

2.     Confronto de ideias
Num debate, os candidatos são obrigados a responder a críticas e perguntas difíceis em tempo real — não é apenas comunicar um discurso preparado, mas reagir a argumentos adversários. Isso dá uma dimensão mais genuína ao confronto político e ajuda a clarificar as diferenças entre visões políticas.

3.     Formação da opinião pública
Através dos debates, temas centrais da campanha eleitoral — como economia, saúde, educação, justiça — são trazidos para o centro da discussão pública. Muitos eleitores decidem com base em como cada candidato lida com esses temas sob pressão.

4.     Responsabilização
Os debates funcionam como um mecanismo de responsabilidade: os candidatos sabem que estarão em público, perante jornalistas e cidadãos, e suas palavras podem ser usadas depois para cobrar promessas. Isso pode incentivar um discurso mais sério e menos populista.

5.     Democracia deliberativa
Os debates ajudam a reforçar a democracia não apenas como voto, mas como diálogo. Eles são “momentos de pressão” onde as lideranças são testadas e os eleitores podem ver não só o que cada um promete, mas como raciocina.

6.     Impacto eleitoral
Estudos mostram que os debates podem influenciar indecisos e moldar a agenda da campanha. Mesmo que nem todos os eleitores mudem de opinião, muitos aprendem sobre os candidatos a partir destes eventos.

 

quarta-feira, 19 de novembro de 2025

O QUE É A ECONOMIA– explicada de forma muito simples


A economia é, basicamente, a maneira como as pessoas, as empresas e o governo organizam o uso dos recursos que existem no mundo. Como tudo é limitado — dinheiro, tempo, produtos, alimentos, energia — precisamos escolher o que produzir, como produzir e para quem produzir.

Economia é o estudo dessas escolhas.

No dia a dia, ela aparece o tempo todo:

  • Quando você escolhe comprar uma marca mais barata no mercado.
  • Quando decide guardar dinheiro para o futuro.
  • Quando o governo usa impostos para construir hospitais e escolas.
  • Quando o preço da gasolina sobe ou desce.

Tudo isso é  a economia a  funcionar.

Podemos dizer que economia é a ciência das decisões, porque ajuda a entender por que as coisas têm preço, por que algumas sobem, outras caem, por que uns produtos faltam e outros sobram. Também ajuda a entender como melhorar a vida das pessoas, criando empregos, aumentando a produção e fazendo o dinheiro circular.

Em resumo:
Economia é o conjunto de decisões e movimentos que fazem um país, uma cidade, uma empresa e até uma família funcionarem. Sem economia, não saberíamos como organizar nada — nem o nosso próprio bolso.

terça-feira, 18 de novembro de 2025

UMA VISÃO DA ARQUITETURA


A arquitetura é a arte e a técnica de conceber, projetar e construir espaços destinados ao uso humano. Mais do que simplesmente criar edifícios, a arquitetura busca organizar o ambiente de forma funcional, estética e harmónica, considerando as necessidades das pessoas, o contexto cultural e o impacto no meio ambiente.

Ela envolve o equilíbrio entre funçãoforma e estrutura. Isso significa que um projeto arquitetónico precisa atender às atividades que ocorrerão no espaço, apresentar uma aparência agradável e coerente, e ser construído com segurança e estabilidade.

A arquitetura também é uma expressão cultural. Ao longo da história, diferentes sociedades deixaram marcas por meio de seus estilos arquitetónicos — templos, casas, cidades e monumentos que revelam modos de vida, valores e tecnologias de cada época. Assim, a arquitetura atua tanto como registo histórico quanto como instrumento de transformação social.

Além disso, a prática arquitetónica integra conhecimentos de várias áreas, como engenharia, artes, urbanismo, sustentabilidade, ergonomia e tecnologia. O arquiteto analisa fatores como iluminação, ventilação, materiais, conforto térmico e acessibilidade, buscando soluções inovadoras que melhorem a qualidade de vida das pessoas.

Em essência, a arquitetura é o encontro entre criatividade e propósito, moldando o espaço para tornar o mundo mais funcional, belo e humano.

 

segunda-feira, 17 de novembro de 2025

ECONOMIA E POLÍTICA

A relação entre economia e política constitui o núcleo analítico da economia política, disciplina que examina como instituições e estruturas de poder influenciam a produção, a distribuição e o uso de recursos. As decisões políticas — expressas em políticas fiscal, monetária, cambial e regulatória — definem o quadro institucional no qual agentes económicos atuam. Tais decisões determinam níveis de tributação, composição do gasto público, taxas de juros e regras de mercado, influenciando crescimento, inflação, produtividade e emprego.

Estas escolhas não são neutras: refletem disputas distributivas entre grupos com interesses divergentes. Sistemas eleitorais, regras orçamentais e estruturas de governamentação moldam a capacidade do Estado de implementar políticas e mediar conflitos, mostrando que a dimensão institucional é central para compreender resultados económicos.

A direção inversa também é fundamental. O desempenho económico condiciona a dinâmica política, afetando expectativas sociais, estabilidade institucional e legitimidade dos governos.

Crises fiscais, recessões ou choques inflacionários, tendem a intensificar desejos de mudança, alterar coligações de poder e orientar reformas estruturais. Já períodos de expansão económica fortalecem a governabilidade, ampliam receitas públicas e aumentam a previsibilidade das decisões políticas.

No contexto atual - marcado pela globalização, transformação tecnológica, desigualdade e transição energética - a interdependência entre economia e política torna-se ainda mais evidente.

Políticas públicas eficazes dependem da articulação entre instrumentos económicos e capacidade institucional para coordenar interesses heterogéneos.

Assim, economia e política formam um sistema mutuamente condicionado: instituições moldam incentivos económicos, enquanto a performance económica redefine prioridades e equilíbrios no campo político.

 

sábado, 15 de novembro de 2025

FÁTIMA LOPES MERECIA MAIS

O desaproveitamento incompreensível de Fátima Lopes na televisão, é um daqueles mistérios que revelam tanto sobre o estado atual do panorama televisivo, quanto sobre a própria forma como o talento, por vezes, é negligenciado. Num meio onde comunicadores genuínos, empáticos e consistentes são cada vez mais raros, a ausência de Fátima Lopes nos grandes formatos levanta, inevitavelmente, a pergunta: como é possível deixar de lado uma profissional com uma carreira tão sólida, respeitada e versátil?

Ao longo de décadas, Fátima construiu uma relação de confiança incomum com o público. A sua postura humana, a capacidade de ouvir, a sensibilidade sem dramatismos artificiais e a competência jornalística, fizeram dela uma das comunicadoras mais completas da televisão portuguesa. Não se tratava apenas de apresentar programas — tratava-se de criar um espaço de partilha onde histórias reais encontravam acolhimento e respeito.

O mais incompreensível é que, enquanto se multiplicam programas descartáveis, formatos repetidos e opções claramente menos eficazes, uma apresentadora com provas dadas permanece à margem, como se o seu contributo fosse secundário. A televisão perde — mas perde sobretudo o público, que reconhece e sente falta de figuras que realmente acrescentam algo.

Não é apenas um desperdício profissional. É um sintoma de decisões que parecem ignorar o valor da credibilidade, da empatia e do profissionalismo. Fátima Lopes representa, exatamente, aquilo que muitos dizem faltar na televisão de hoje. E ainda assim o seu talento continua subaproveitado, quase como se não houvesse espaço para a qualidade num cenário dominado pela lógica do imediato.

Resta esperar que esta fase seja apenas um intervalo e não um destino. Porque talentos como o de Fátima não desaparecem. Apenas aguardam o momento em que sejam novamente reconhecidos pelo valor que sempre tiveram. Iremos poder matar saudades na nova série AQUI HÁ SABOR, no canal Casa e Cozinha, a partir de 5 de dezembro.