quinta-feira, 20 de novembro de 2025

A IMPORTÂNCIA DOS DEBATES ELEITORAIS

1.     Transparência e informação aos eleitores
Os debates eleitorais permitem que os cidadãos vejam os candidatos exporem as suas propostas, ideias e visões para o país, de forma direta e pública. Isso ajuda os eleitores a compararem os partidos, não apenas pelas promessas, mas pela forma de argumentar, os valores pessoais e a credibilidade dos candidatos.

2.     Confronto de ideias
Num debate, os candidatos são obrigados a responder a críticas e perguntas difíceis em tempo real — não é apenas comunicar um discurso preparado, mas reagir a argumentos adversários. Isso dá uma dimensão mais genuína ao confronto político e ajuda a clarificar as diferenças entre visões políticas.

3.     Formação da opinião pública
Através dos debates, temas centrais da campanha eleitoral — como economia, saúde, educação, justiça — são trazidos para o centro da discussão pública. Muitos eleitores decidem com base em como cada candidato lida com esses temas sob pressão.

4.     Responsabilização
Os debates funcionam como um mecanismo de responsabilidade: os candidatos sabem que estarão em público, perante jornalistas e cidadãos, e suas palavras podem ser usadas depois para cobrar promessas. Isso pode incentivar um discurso mais sério e menos populista.

5.     Democracia deliberativa
Os debates ajudam a reforçar a democracia não apenas como voto, mas como diálogo. Eles são “momentos de pressão” onde as lideranças são testadas e os eleitores podem ver não só o que cada um promete, mas como raciocina.

6.     Impacto eleitoral
Estudos mostram que os debates podem influenciar indecisos e moldar a agenda da campanha. Mesmo que nem todos os eleitores mudem de opinião, muitos aprendem sobre os candidatos a partir destes eventos.

 

quarta-feira, 19 de novembro de 2025

O QUE É A ECONOMIA– explicada de forma muito simples


A economia é, basicamente, a maneira como as pessoas, as empresas e o governo organizam o uso dos recursos que existem no mundo. Como tudo é limitado — dinheiro, tempo, produtos, alimentos, energia — precisamos escolher o que produzir, como produzir e para quem produzir.

Economia é o estudo dessas escolhas.

No dia a dia, ela aparece o tempo todo:

  • Quando você escolhe comprar uma marca mais barata no mercado.
  • Quando decide guardar dinheiro para o futuro.
  • Quando o governo usa impostos para construir hospitais e escolas.
  • Quando o preço da gasolina sobe ou desce.

Tudo isso é  a economia a  funcionar.

Podemos dizer que economia é a ciência das decisões, porque ajuda a entender por que as coisas têm preço, por que algumas sobem, outras caem, por que uns produtos faltam e outros sobram. Também ajuda a entender como melhorar a vida das pessoas, criando empregos, aumentando a produção e fazendo o dinheiro circular.

Em resumo:
Economia é o conjunto de decisões e movimentos que fazem um país, uma cidade, uma empresa e até uma família funcionarem. Sem economia, não saberíamos como organizar nada — nem o nosso próprio bolso.

terça-feira, 18 de novembro de 2025

UMA VISÃO DA ARQUITETURA


A arquitetura é a arte e a técnica de conceber, projetar e construir espaços destinados ao uso humano. Mais do que simplesmente criar edifícios, a arquitetura busca organizar o ambiente de forma funcional, estética e harmónica, considerando as necessidades das pessoas, o contexto cultural e o impacto no meio ambiente.

Ela envolve o equilíbrio entre funçãoforma e estrutura. Isso significa que um projeto arquitetónico precisa atender às atividades que ocorrerão no espaço, apresentar uma aparência agradável e coerente, e ser construído com segurança e estabilidade.

A arquitetura também é uma expressão cultural. Ao longo da história, diferentes sociedades deixaram marcas por meio de seus estilos arquitetónicos — templos, casas, cidades e monumentos que revelam modos de vida, valores e tecnologias de cada época. Assim, a arquitetura atua tanto como registo histórico quanto como instrumento de transformação social.

Além disso, a prática arquitetónica integra conhecimentos de várias áreas, como engenharia, artes, urbanismo, sustentabilidade, ergonomia e tecnologia. O arquiteto analisa fatores como iluminação, ventilação, materiais, conforto térmico e acessibilidade, buscando soluções inovadoras que melhorem a qualidade de vida das pessoas.

Em essência, a arquitetura é o encontro entre criatividade e propósito, moldando o espaço para tornar o mundo mais funcional, belo e humano.

 

segunda-feira, 17 de novembro de 2025

ECONOMIA E POLÍTICA

A relação entre economia e política constitui o núcleo analítico da economia política, disciplina que examina como instituições e estruturas de poder influenciam a produção, a distribuição e o uso de recursos. As decisões políticas — expressas em políticas fiscal, monetária, cambial e regulatória — definem o quadro institucional no qual agentes económicos atuam. Tais decisões determinam níveis de tributação, composição do gasto público, taxas de juros e regras de mercado, influenciando crescimento, inflação, produtividade e emprego.

Estas escolhas não são neutras: refletem disputas distributivas entre grupos com interesses divergentes. Sistemas eleitorais, regras orçamentais e estruturas de governamentação moldam a capacidade do Estado de implementar políticas e mediar conflitos, mostrando que a dimensão institucional é central para compreender resultados económicos.

A direção inversa também é fundamental. O desempenho económico condiciona a dinâmica política, afetando expectativas sociais, estabilidade institucional e legitimidade dos governos.

Crises fiscais, recessões ou choques inflacionários, tendem a intensificar desejos de mudança, alterar coligações de poder e orientar reformas estruturais. Já períodos de expansão económica fortalecem a governabilidade, ampliam receitas públicas e aumentam a previsibilidade das decisões políticas.

No contexto atual - marcado pela globalização, transformação tecnológica, desigualdade e transição energética - a interdependência entre economia e política torna-se ainda mais evidente.

Políticas públicas eficazes dependem da articulação entre instrumentos económicos e capacidade institucional para coordenar interesses heterogéneos.

Assim, economia e política formam um sistema mutuamente condicionado: instituições moldam incentivos económicos, enquanto a performance económica redefine prioridades e equilíbrios no campo político.

 

sábado, 15 de novembro de 2025

FÁTIMA LOPES MERECIA MAIS

O desaproveitamento incompreensível de Fátima Lopes na televisão, é um daqueles mistérios que revelam tanto sobre o estado atual do panorama televisivo, quanto sobre a própria forma como o talento, por vezes, é negligenciado. Num meio onde comunicadores genuínos, empáticos e consistentes são cada vez mais raros, a ausência de Fátima Lopes nos grandes formatos levanta, inevitavelmente, a pergunta: como é possível deixar de lado uma profissional com uma carreira tão sólida, respeitada e versátil?

Ao longo de décadas, Fátima construiu uma relação de confiança incomum com o público. A sua postura humana, a capacidade de ouvir, a sensibilidade sem dramatismos artificiais e a competência jornalística, fizeram dela uma das comunicadoras mais completas da televisão portuguesa. Não se tratava apenas de apresentar programas — tratava-se de criar um espaço de partilha onde histórias reais encontravam acolhimento e respeito.

O mais incompreensível é que, enquanto se multiplicam programas descartáveis, formatos repetidos e opções claramente menos eficazes, uma apresentadora com provas dadas permanece à margem, como se o seu contributo fosse secundário. A televisão perde — mas perde sobretudo o público, que reconhece e sente falta de figuras que realmente acrescentam algo.

Não é apenas um desperdício profissional. É um sintoma de decisões que parecem ignorar o valor da credibilidade, da empatia e do profissionalismo. Fátima Lopes representa, exatamente, aquilo que muitos dizem faltar na televisão de hoje. E ainda assim o seu talento continua subaproveitado, quase como se não houvesse espaço para a qualidade num cenário dominado pela lógica do imediato.

Resta esperar que esta fase seja apenas um intervalo e não um destino. Porque talentos como o de Fátima não desaparecem. Apenas aguardam o momento em que sejam novamente reconhecidos pelo valor que sempre tiveram. Iremos poder matar saudades na nova série AQUI HÁ SABOR, no canal Casa e Cozinha, a partir de 5 de dezembro.

 

quarta-feira, 12 de novembro de 2025

COMO A LITERATURA PERMITE ENTENDER A ECONOMIA

Hoje resolvi escrever acerca de um assunto que explica a minha dupla situação de economista e autora, tirando de qualquer delas o mesmo prazer. Tentei sintetizar.

1. Humaniza a economia

  • A economia lida com produção, consumo, riqueza, crises… Mas a literatura mostra como isso afeta as vidas reais.
  • Por exemplo, em Vidas Secas de Graciliano Ramos, vemos a seca, a pobreza e a luta pela sobrevivência, de uma família nordestina.

2. Retrata contextos históricos

  • A literatura fixa no imaginário coletivo os efeitos de períodos económicos.
  • Machado de Assis, em Memórias Póstumas de Brás Cubas, critica a elite brasileira do século XIX, dependente do esclavagismo e do parasitismo económico.
  • Em romances russos, como Anna Karenina de Tolstói, percebemos os impactos da modernização agrícola e a aristocracia em declínio.

3. Ilustra conceitos económicos

  • Desigualdade: Charles Dickens, em Oliver Twist, mostra o contraste entre a miséria dos órfãos e a riqueza da elite londrina no capitalismo industrial.
  • Mercado e trabalho: Em Germinal de Zola, o autor faz uma análise quase sociológica das condições dos mineiros na França.
  • Consumo e status: Em O Grande Gatsby de Scott Fitzgerald, vemos a crítica ao consumismo e à desigualdade nos Loucos Anos 20.

4. Crítica e reflexão social

A literatura não apenas descreve, mas questiona:

  • Quais são os custos humanos do crescimento económico?
  • Quem é incluído e quem é excluído?
  • Quais os valores que guiam as nossas escolhas económicas?

 Concluindo a literatura é uma espécie de laboratório imaginativo da economia. Enquanto os economistas usam dados, modelos e teorias, os escritores criam mundos que mostram como esses fenómenos afetam pessoas, culturas e sociedades.

 

terça-feira, 11 de novembro de 2025

O DIA DE S. MARTINHO

Não sei porquê, gosto de certas tradições populares. O dia de hoje é uma delas, que durante anos, celebrei com amigos tão foliões como eu era. Ainda sou!

Para os que não sabem, o Dia de São Martinho celebra-se a 11 de novembro e é uma das tradições mais conhecidas em Portugal. Nesta data, recorda-se São Martinho de Tours, um soldado romano que ficou famoso pela sua bondade e generosidade.

Conta a lenda de São Martinho que, num dia muito frio e chuvoso, Martinho encontrou um mendigo que tremia de frio. Com pena dele, cortou, com a espada, a sua capa ao meio e deu-lhe uma parte, para ele se aquecer. Nesse momento, as nuvens abriram-se, a chuva parou e o sol brilhou. Diz-se que foi assim, que surgiu o chamado “Verão de São Martinho”, um período de dias mais quentes em pleno outono.

Em Portugal, é costume celebrar este dia com magustos, onde se juntam amigos e familiares para assar castanhas, beber jeropiga ou vinho novo e conviver à volta da fogueira. É uma festa que marca o fim das colheitas e o início do tempo frio, mas cheia de alegria e partilha.

O Dia de São Martinho lembra-nos, também, a importância da solidariedade, da generosidade e da amizade — valores que tornam esta tradição tão especial!