Diz-se por
aí que, “quem não tem cão, caça com gato”. Há pessoas que, quando a
situação aperta, parece que viram ninjas. Acabou a solução óbvia? Eles inventam
outra. O plano deu errado? Eles criam um plano Z, em cinco minutos, e ainda
riem do processo. São os verdadeiros representantes do ditado: “Quem não tem
cão, caça com gato.”
Mas o ditado é sábio e um pouco malandro. Ele não fala de
caçada, fala do improviso. É o resumo português da “arte de dar um
jeitinho” quando falta o ideal. Não tem impressora? Vai em foto de
telemóvel. O café acabou? Água quente e fé. O plano A deu errado? O B, o C e o
D já estão em modo de espera, tremendo nas bases.
“Caçar com gato” é viver no improviso, mas com estilo. É usar
clipe no lugar do agrafo, sapato no lugar do martelo e criatividade no lugar dos
recursos. Porque, no fim, o gato pode até não ser o cão, mas traz charme,
elegância e, com sorte, um bom meme.
Então, da próxima vez que faltar o “cão” na sua vida - seja
um recurso, uma pessoa ou um plano - lembre-se de que o gato está aí.
Preguiçoso, talvez. Mas quem sabe se ele não dá um jeito diferente (e mais
divertido) de conseguir o que queremos?