fio de prumo
Análise séria e acutilante, humorada ou entristecida, do Portugal dos nossos dias, da cidadania nacional e do modo como somos governados e conduzidos. Mas também, um local onde se faz o retrato do mundo em que vivemos e que muitos bem gostariam que fosse melhor!
quarta-feira, 20 de novembro de 2024
terça-feira, 19 de novembro de 2024
SE PUDESSE VOLTAR ATRÁS
Quantas vezes já pôs a si próprio esta questão? Algumas, decerto.
Importantes. Se pudesse voltar atrás, talvez não mudasse tudo, mas certamente
passaria mais tempo naquilo de que hoje sinto falta. Lembra-se daquelas
conversas que deixou pela metade? Daqueles olhares que evitou por pressa ou
medo? Talvez os prolongasse, deixasse que eles durassem um momento mais, mesmo
que na época isso parecesse tolice.
Eu voltaria aos dias em que o sol parecia brilhar de um jeito
mais simples, em que a correria do futuro não existia ainda — porque o futuro
parecia uma promessa distante e não uma conta que tem de ser paga. Abraçaria
mais apertado, diria as palavras que calei, daria menos valor ao que me
preocupava e mais ao que me fazia feliz.
Mas também sei que voltar atrás é um desejo enganoso. Talvez
o eu de ontem não soubesse o que sei hoje, e é por isso que aquele erro parecia
inevitável. Não é só o tempo que muda, somos nós. Se pudesse voltar, eu não
encontraria o mesmo cenário — porque, no fundo, não é o passado que queremos
mudar, é o peso que ele deixa no coração.
E mesmo assim, é curioso pensar: o que faria diferente? Seria
eu mais valente? Mais leve? Ou só mais consciente? Talvez voltar atrás não seja
sobre corrigir, mas sobre resgatar. Resgatar a leveza, a esperança, o olhar ingénuo
que via o mundo com mais amor do que exigência.
Se pudesse voltar atrás, não corrigiria o passado, mas
aprenderia a perdoá-lo. Afinal, é nele que me tornei quem sou, mesmo com as
cicatrizes. E talvez seja exatamente isso: viver é aceitar que o tempo segue em
frente, mas sempre deixa um pouco de nós para trás, como uma lembrança ou um
aviso para o que vem a seguir.
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segunda-feira, 18 de novembro de 2024
O ENGANO
O engano é uma experiência
universal que permeia as relações humanas, as narrativas sociais e até a forma
como nos percebemos. Trata-se de um fenómeno que vai além de simplesmente
mentir ou ser enganado; é um mecanismo intrincado, muitas vezes alimentado pela
interpretação subjetiva da realidade, pela falta de informação ou pela
manipulação intencional.
No âmago do engano está a
dissonância entre a verdade e a perceção. Ele pode surgir de maneira inocente,
como em mal-entendidos ou erros, ou de forma premeditada, quando utilizado como
ferramenta de controle, persuasão ou auto-preservação. Seja qual for a origem,
o engano tem um impacto profundo sobre a confiança, um pilar essencial nas
relações humanas.
Historicamente, o engano tem
moldado civilizações. Lendas e mitologias frequentemente abordam o tema, como o
famoso Cavalo de Troia, que exemplifica o uso do engano como estratégia de
guerra. No entanto, o engano também é explorado em narrativas modernas, desde
enredos de suspense a debates políticos, demonstrando que a sua relevância
contínua.
No plano pessoal, o engano pode
ser ainda mais complexo. Há momentos em que ele é um reflexo da fragilidade
humana — o medo de enfrentar verdades difíceis ou a tentativa de preservar uma
imagem idealizada. Paradoxalmente, também podemos enganarmo-nos a nós mesmos,
criando ilusões que, embora confortáveis, podem atrasar nosso crescimento.
Refletir sobre o engano é
essencial para entendermos as suas nuances e impactos. Ele pode destruir
relacionamentos, corroer instituições e alimentar desconfiança, mas também nos
desafia a buscar clareza, honestidade e compreensão num mundo onde a verdade
nem sempre é óbvia.
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sábado, 16 de novembro de 2024
Sorrisos e Memórias Não Envelhecem
Há algo de intemporal nos sorrisos e nas memórias. Enquanto o
tempo passa, enquanto os rostos mudam e os cabelos ficam prateados, há momentos
que permanecem intactos dentro de nós, como se o calendário nunca os tivesse
tocado.
Um sorriso capturado numa fotografia ou guardado na lembrança
não carrega rugas. Ele não perde o brilho, não fica opaco. Ele é a essência de
um instante, uma alegria pura, um afeto sincero, uma emoção que transcendeu as
limitações do tempo.
As memórias, por sua vez, têm o poder de nos transportar.
Basta um cheiro, uma música, ou uma palavra, e lá estamos nós, revivendo um
momento que parecia esquecido. Não importa quanto tempo tenha passado, o
coração sabe reconhecer aquilo que foi verdadeiro.
Sorrisos e memórias são o antídoto contra o efémero. São como
âncoras que nos mantêm conectados ao que importa, mesmo quando o mundo insiste
em avançar sem pausa. Eles são lembranças de que vivemos, amamos e fomos
amados.
Então, cuide das suas memórias. Deixe que os sorrisos sejam
eternos. Porque, no fim, são essas relíquias do coração que nos tornam
imortais.
( A propósito de um texto de Alda Prado com o mesmo nome )
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sexta-feira, 15 de novembro de 2024
Uma certa forma de Visão
A revista Visão está sempre muito atualizada, como prova a foto da notícia acima. Fiquei com um problema. Se lhe interessou tanto a nossa conversa da descida o que não teria interessado a conversa da subida, essa sim, verdadeiramente animada, como acontece quando nos encontramos. Fiquei mesmo com pena!
RAÌZES E ASAS: A ESSÊNCIA DE CRIAR FILHOS
Criar filhos é um dos maiores
desafios e, ao mesmo tempo, uma das mais profundas dádivas da vida. Como pais,
somos jardineiros de pequenas sementes, responsáveis por nutrir, proteger e
orientar até que se tornem árvores fortes e autossuficientes. Para cumprir essa
missão, é preciso um equilíbrio delicado: oferecer raízes que os conectem à
terra firme e asas que os permitam explorar os céus.
Raízes são o alicerce
Elas simbolizam os valores, a segurança e o amor incondicional que damos aos
nossos filhos. Raízes fortes ajudam a enfrentar os desafios do mundo,
dando-lhes um senso de identidade e pertencimento. São as conversas ao redor da
mesa, as tradições familiares e os momentos compartilhados que formam essa
base. É ensinar que, mesmo nos momentos difíceis, eles têm um lugar seguro para
voltar.
Asas são a liberdade
Pais que oferecem raízes sem
asas podem criar filhos inseguros e dependentes. Por outro lado, asas sem
raízes podem levar ao vazio e à desconexão. O segredo está na harmonia:
cultivar raízes profundas e oferecer asas amplas, mostrando que o lar é o ponto
de partida, mas não a linha de chegada.
Criar filhos com raízes e asas
é aceitar que eles não são nossos para sempre. É vê-los crescer, voar e, ainda
assim, saber que a essência de tudo o que plantamos permanecerá com eles onde
quer que estejam. Afinal, o maior presente que podemos dar aos nossos filhos é
a coragem para explorar o mundo e a certeza de que têm um porto seguro para
sempre.
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quinta-feira, 14 de novembro de 2024
OLHOS NOS NA TV
Hoje irei conversar com a Tânia
Ribas de Oliveira, na sua rubrica OLHOS NOS OLHOS, sobre o meu último livro
cujo, título tem o mesmo nome. Não deixa de ser uma agradável coincidência este
diálogo em que cada uma de nós se irá encarar desta forma.
Não tenho por hábito chamar a atenção para os programas televisivos a que vou, mas perante esta dupla surpreendente, não resisti. Se quiser assistir ligue o seu aparelho na RTP 1 e ouça-nos com os olhos postos em nós!