sábado, 20 de abril de 2024

O RAPAZ

Antes de tudo, quero fazer uma declaração de interesses. Sou muito amiga do Cláudio, que conheci, há imensos anos, num delicioso programa chamado “AS NOITES MARCIANAS”, um dos primeiros lates night shows que se fizeram em Portugal, sob a batuta admirável de Carlos Cruz. Nessa altura, intui que ele poderia ser o que quisesse, se lhe dessem oportunidade. Agarrou todas. Hoje é um dos pilares da TVI.

Cláudio Ramos é um comunicador nato com uma paixão pelo Alentejo e as suas gentes. Nascido em Luanda e criado no Alentejo, tem uma trajetória diversificada que inclui passagens pela televisão, rádio, imprensa escrita, publicidade, além de ter sido um dos pioneiros da blogosfera em Portugal.

“O Rapaz” explora temas profundos como a descoberta da sexualidade, a paixão, o prazer das coisas simples e o amor gay. O próprio autor refere que este romance representa uma maturidade crescente na sua escrita, oferecendo uma narrativa que poderia ser a de qualquer um de nós, com as suas histórias de ficção que se entrelaçam com a realidade.

A mensagem central do livro é uma celebração da aceitação e do amor próprio. Através da jornada do protagonista, o autor explora a importância de se aceitar e de valorizar a própria identidade e história pessoal. O livro aborda o amor gay com uma honestidade tocante, destacando que o amor pode ser encontrado em várias formas e que cada pessoa merece ser amada e respeitada como é.

“O Rapaz” é mais do que um romance. É um convite para refletir sobre o amor em todas as suas formas e a importância de nos aceitarmos e valorizarmos. Cláudio Ramos deixa uma marca na literatura portuguesa com esta obra, convidando os leitores a uma viagem introspetiva sobre a vida, o amor e a aceitação.

Além disso, “O Rapaz” convida os leitores a refletir sobre as suas próprias vidas, incentivando-os a abraçar a sua verdade e a encontrar alegria nas coisas simples. É um apelo à coragem de viver autenticamente e ao poder transformador do amor, seja ele romântico, familiar ou de amizade. A história é um alerta de que, apesar dos desafios e das adversidades, há sempre espaço para a esperança e para a felicidade genuína.

DA FINITUDE

A finitude é um conceito que reflete a natureza limitada da existência humana. Ela abrange aspetos físicos, temporais e existenciais, marcando a vida com a consciência de que tudo tem um fim. Na filosofia, a finitude foi explorada por pensadores como Platão e Aristóteles na Antiguidade, e por Descartes e Kant na Modernidade, cada um abordando a condição humana e as limitações do conhecimento e da razão.

 

A finitude nos envolve,

Com seu manto de mistério e inevitabilidade.

Limita nossos dias, molda nossas noites,

E nos lembra que somos passageiros temporários.

 

Nascemos, crescemos e envelhecemos,

Cada respiração é um tesouro, cada momento é um presente.

A finitude nos ensina a valorizar,

A vida, o amor, e as pequenas alegrias.

 

Na filosofia, encontramos perguntas,

Sobre o ser, o conhecer e o existir.

A finitude é o pano de fundo,

Para o drama humano em busca de sentido.

 

Platão via o mundo sensível como efêmero,

Aristóteles, a mudança e a causalidade.

Descartes questionava a certeza do saber,

E Kant, as fronteiras da razão humana.

 

A finitude é nossa companheira silenciosa,

Que nos acompanha desde o primeiro choro até o último suspiro.

Ela nos desafia a viver plenamente,

A amar profundamente e a deixar um legado de esperança.

 

Pois no fim, o que resta é o impacto,

Das vidas que tocamos e dos sonhos que vivemos.

A finitude pode ser o fim,

Mas também é o convite para começar a verdadeira jornada.

 

A finitude física lembra-nos da mortalidade e da transitoriedade do corpo humano. A finitude temporal faz-nos conscientes da preciosa natureza do tempo e da importância de viver o presente. E a finitude existencial confronta-nos com questões profundas sobre o propósito e o significado da vida.

Aceitar a própria finitude é uma parte integral do desenvolvimento pessoal e espiritual, permitindo-nos enfrentar a vida com autenticidade e coragem.

sexta-feira, 19 de abril de 2024

DA SENSUALIDADE

A sensualidade é uma força poderosa que permeia todas as facetas da experiência humana, desde a arte até a interação interpessoal. Ela é mais do que simplesmente uma atração física; é uma expressão profunda da nossa conexão com o mundo ao nosso redor e com nós mesmos.

Em sua essência, a sensualidade é a celebração dos sentidos. É a maneira como nos envolvemos com o mundo através do toque suave da pele, dos aromas sedutores que nos envolvem, dos sabores que nos fazem suspirar e das melodias que acariciam nossos ouvidos. A sensualidade desperta nossos sentidos para a riqueza da vida, convidando-nos a mergulhar em experiências que nos elevam para além do comum.

Além disso, a sensualidade é um poderoso meio de expressão pessoal. Ela permite-nos comunicar os nossos desejos mais profundos, as nossas emoções mais íntimas e a nossa essência mais autêntica. Quando nos permitimos abraçar a nossa sensualidade, estamos nos concedendo a liberdade de sermos verdadeiramente nós mesmos, sem reservas ou inibições.

Na esfera dos relacionamentos, a importância da sensualidade é ainda mais evidente. Ela fortalece os laços entre amantes, criando uma intimidade profunda e uma conexão emocional que transcende o físico. A sensualidade permite explorar o corpo e a mente de nosso parceiro de uma maneira que é ao mesmo tempo estimulante e reconfortante, construindo uma base sólida para uma conexão duradoura e significativa.

Além disso, a sensualidade tem o poder de despertar a criatividade e inspirar a inovação. Na arte, na música, na dança e em todas as formas de expressão criativa, a sensualidade é uma fonte de inspiração inesgotável, infundindo cada obra com uma energia vibrante e uma beleza cativante.

A sensualidade é, assim, uma parte essencial da experiência humana, enriquecendo as nossas vidas de formas incontáveis. Ao abraçarmos a nossa sensualidade, estamos a permitir-nos viver de forma mais plena, apaixonada e autêntica, e a tornar cada momento uma celebração da beleza e do prazer que existe ao nosso redor.

terça-feira, 16 de abril de 2024

O MITO DA CAIXA DE PANDORA

Caixa de Pandora é um objeto extraordinário que faz parte da mitologia grega. Segundo a lenda, essa caixa foi criada pelos deuses e continha todas as desgraças do mundo, como a guerra, a discórdia e as doenças do corpo e da alma. No entanto, havia um único dom dentro dela: a esperança.

O mito da Caixa de Pandora explica a criação da mulher, suas qualidades e suas fraquezas, bem como todos os males existentes no mundo. Desde sua origem, o mito tem um caráter social. Neste caso, a Caixa de Pandora passou a representar a maldade que pode vir dela, a desobediência e a curiosidade que prejudicam os seres humanos.

Aqui está a história para quem não a conheça, mas já tenha ouvido falar dela. Ao logo dos tempos

O titã Prometeu, defensor da humanidade e conhecido pela sua inteligência, roubou o fogo de Zeus e entregou-o aos mortais. Com isso, ele assegurava a superioridade dos homens sobre os animais.

No entanto, o fogo era exclusivo dos deuses e de Zeus, o senhor dos homens e supremo mandatário dos deuses que habitavam o monte Olimpo. Furioso com a ação de Prometeu, quis se vingar. Com a ajuda de todos os deuses, ele encarregou Hefesto, deus do fogo e dos metais, e Atena, deusa da justiça e da sabedoria, de criar Pandora.

Pandora foi a primeira mulher a viver com os homens na Terra. Ela recebeu qualidades como graça, beleza, inteligência, paciência, meiguice, habilidade na dança e nos trabalhos manuais.

Antes de ser enviada à Terra, Zeus entregou-lhe uma caixa com a recomendação de que ela não deveria ser aberta, já que continha todas as desgraças do mundo e também a esperança.

Pandora, no entanto, não conseguiu resistir à curiosidade e, abrindo a caixa, libertou todos os males. Arrependida, tornou a fechá-la, mantendo presa a esperança.

O mito da Caixa de Pandora foi sendo  transmitido por via oral, não havendo precisão absoluta sobre este mito. Mas ele serve como um aviso de que, mesmo diante das adversidades e males, a esperança continua a brilhar como uma luz, no fundo da escuridão.

domingo, 14 de abril de 2024

VIVER EM PÚBLICO

Viver em público é como estar num palco perpétuo, onde cada ação, palavra ou expressão é observada e interpretada por uma plateia invisível. É uma experiência que mistura a sensação de liberdade com a responsabilidade de ser constantemente avaliado. Nas ruas movimentadas das cidades, nas redes sociais que conectam milhões de pessoas ao redor do mundo, ou nos holofotes da fama, viver em público significa estar exposto à atenção constante dos outros.

Essa exposição pode ser tanto estimulante quanto desafiadora. Por um lado, a sensação de pertencer a algo maior do que nós mesmos, de ser parte de uma comunidade que nos observa e interage connosco, pode ser extremamente gratificante. A troca de ideias, o reconhecimento pelo nosso trabalho ou simplesmente o calor humano que recebemos ao nos conectarmos com os outros, são aspetos que enriquecem nossa experiência de vida.

Por outro lado, essa constante exposição também pode ser intimidante e invasiva. A pressão para corresponder às expectativas alheias, a necessidade de manter uma imagem pública impecável e a falta de privacidade, são desafios que muitas vezes acompanham aqueles que vivem em público. A linha ténue entre a vida pessoal e a vida pública pode se tornar borrada, deixando pouco espaço para a autenticidade e a vulnerabilidade.

No entanto, viver em público não precisa de ser uma experiência unilateralmente negativa. É possível encontrar um equilíbrio saudável entre a exposição e a intimidade, entre a influência externa e a autenticidade interna. Isso envolve definir limites claros, cultivar relacionamentos genuínos e lembrar-se sempre de preservar a própria identidade, mesmo diante das demandas e expectativas externas.

No fundo, viver em público é uma jornada única e multifacetada, que oferece tanto de oportunidades quanto de desafios. Cabe a cada um encontrar o seu caminho dentro deste cenário, navegando pelas águas turbulentas da atenção pública, com autenticidade, resiliência e até compaixão.

SER OUTRO

A essência do "ser outro" reside na profundidade da experiência humana. É um convite para explorar a vastidão de perspetivas que o mundo oferece, para se despir das próprias limitações e mergulhar na mente e no coração de outro ser.

É uma jornada de empatia, um ato de compaixão que nos permite compreender mais plenamente a complexidade da condição humana. Ser outro é transcender as fronteiras do eu e abraçar a diversidade que enriquece a nossa existência.

Na pele de outro, podemos vislumbrar os desafios, as alegrias, as dores e os triunfos que moldam a vida de cada indivíduo. Podemos nos conectar com as suas histórias, suas lutas e suas conquistas, encontrando pontos de identificação que transcendem as barreiras do tempo, da cultura e da geografia.

No entanto, ser outro não é apenas uma questão de observação externa. É também uma jornada interna, um exercício de introspeção que nos convida a questionar os nossos próprios preconceitos, privilégios e suposições. Ao nos colocarmos no lugar do outro, somos confrontados com a complexidade de nossas próprias narrativas e com a necessidade de cultivar uma consciência mais profunda de nossa interconexão como seres humanos.

Ser outro é um ato de humildade e coragem, pois requer a disposição de deixar de lado o conforto do familiar e se aventurar no desconhecido. É um lembrete poderoso de que, apesar das nossas diferenças superficiais, compartilhamos uma humanidade comum que nos une na nossa busca por significado e pertença.

Em última análise, ser outro é uma celebração da diversidade e da riqueza da experiência humana. É uma chamada de atenção gentil de que, embora possamos ser únicos em nossa individualidade, estamos todos interligados na nossa jornada coletiva através da vida.

sábado, 13 de abril de 2024

A SAÚDE DAS PALAVRAS

A saúde das palavras é tão vital quanto a saúde do corpo. Assim como cuidamos da nossa saúde física, devemos também atentar para o bem-estar das palavras que usamos diariamente. Afinal, as palavras têm o poder de curar, inspirar, ferir ou destruir.

Primeiramente, a saúde das palavras está intrinsecamente ligada ao seu significado e uso adequado. Palavras bem escolhidas e empregadas com precisão podem comunicar pensamentos e sentimentos de forma clara e eficaz. Por outro lado, palavras mal utilizadas ou interpretadas de maneira equivocada podem gerar mal-entendidos e conflitos.

Além disso, a saúde das palavras também está relacionada com a sua origem e história. Palavras carregam consigo uma carga cultural e histórica que influencia a sua interpretação e impacto. Conhecer a origem e o contexto das palavras que usamos permite-nos usá-las com mais sabedoria e respeito.

Assim como uma dieta equilibrada é essencial para manter a saúde do corpo, uma exposição consciente a diferentes tipos de palavras é fundamental para manter a saúde da linguagem. Ler obras literárias, jornalísticas, científicas e filosóficas, por exemplo, amplia nosso vocabulário e nossa compreensão do mundo ao nosso redor.

Por fim, não podemos esquecer do poder transformador das palavras. Um simples elogio pode levantar o ânimo de alguém, enquanto uma crítica destrutiva pode causar danos emocionais profundos. Portanto, é importante cultivar uma consciência sobre o impacto das nossas palavras nas pessoas que nos rodeiam e usar esse poder com responsabilidade e empatia.

Em resumo, a saúde das palavras é essencial para uma comunicação eficaz e para o bem-estar das relações humanas. Ao cuidarmos das palavras que usamos, contribuímos para um mundo onde o diálogo é construtivo, as ideias são respeitadas e as emoções são tratadas com sensibilidade.