domingo, 23 de janeiro de 2022

Civismo e utilidade

Eram oito e trinta da manhã, lá estava eu em Belém, a votar por antecipação. Como não tenho, felizmente, filiação partidária - basta-me a filiação familiar, que é rica - o voto é algo que, para mim, vale ouro. Calculo o que não valerá para aqueles que se anicham num partido e nele ficam presos até ao resto dos seus dias...

Desta vez tive que pensar bem. E o meu pensamento assentava numa equação com algumas constantes e bastantes variáveis. Quem saiba um mínimo de matemática perceberá bem o meu problema. Aliás, para ser verdadeira, creio que uma grande parte dos portugueses, encarou hoje ou vai encarar no dia 30, problema idêntico.

Colocada a "cruz" no seu lugar, senti um alivio semelhante aquele que senti, quando assinei o papel de divórcio. É uma sensação de irreversibilidade e, em simultâneo, de questionar sobre o que se irá seguir. Tal e qual como, quando um grão de areia emperra uma máquina  e, só depois de várias tentativas, é que o dito se solta e tudo volta ao normal. Eu tive a consciência de que fui um grão de areia, para todos aqueles em quem não votei! 

Confesso que cheguei a casa meia grogue, porque isto de saltar da cama, ao domingo, às 7 da matina para cumprir um dever/direito cívico, é bonito mas dói. A vontade era voltar, de novo para a cama, desligar telefones, desligar tv, colocar um qualquer daqueles discos de música zen e relaxar até pegar o sono outra vez.

Não fiz nada disto, claro. Peguei no teclado do computador e recomecei a escrever, já que penso, lá para Outubro, ter um novo livro, se tudo correr bem.

HSC

sábado, 1 de janeiro de 2022

Há 14 anos...


Faz 14 anos que entrei na blogosfera. Tinha setenta e fui muito "gozada" pelo atrevimento. À exceção do meu neto André, que me compreende melhor que ninguém, lá fui fazendo o percurso, perdendo textos, ignorando por completo como se faziam certas operações, bisbilhotando o que me interessava noutras redes sociais e até aguentando, quem pretendia que eu desistisse, ao tentarem identificar-me com o pensamento politico do filho que ficou. Sempre pensei pela minha cabeça e hoje, creio, poucos serão os que me leem que tenham dúvidas acerca disso.

Mais tarde, acerquei-me do Face, mas neste caso não para escrever, mas para postar frases que resumiam muito do que eu pensava. Seguir-se-ia o Twitter, quando deixei de ter a politica sediada na minha casa, o Instagram que me diverte com os seus podcast e, finalmente o LinkedIn de que faço, aliás, muito pouco uso.

E assim, nestes catorze anos construí a minha rede, dentro das redes sociais. Aprendi muito com elas, pese embora os aspectos negativos que possuem e dos quais a pessoa precisa de saber livrar-se. Mas tornei-me mais conhecida através delas, do que através de outros cargos que desempenhei. Conheci gente diferente das minhas relações habituais e, curiosamente, travei amizades que ainda hoje se mantêm.

Portanto, ainda bem que persisti na minha ideia. Devo às redes sociais aspetos muito positivos e elas foram, para mim que vivo da escrita, um precioso meio de promoção. Sinto, por isso, que lhes devo um profundo obrigada e que, no inicio do décimo quinto ano de aqui estar, é justo que vos deseje um 2022 com saúde e um retorno aos saudosos abraços que tanta falta nos fizeram durante a pandemia!

HSC