segunda-feira, 11 de outubro de 2021

Cry macho - O caminho para a Redenção

 

Fui há dias ver o ultimo filme de Clint Eastwood. Antes, faço já prévia declaração de interesses. Sou uma fã incondicional deste homem, que começou nos filmes de cowboy spaghetti e se tornou num ator e realizador de grande qualidade. 

Quanto mais envelhece - tem 91 anos - mais clara e límpida se torna a visão da América que os seus filmes nos transmitem. "Cry macho - O caminho para a redenção" é uma história dentro de duas ou o contrário se preferirem. Ele não disfarça, em nenhuma altura, a sua idade e ela nota-se, não na sua cabeça, mas no seu corpo.

Durante uma hora e pico vemos a caminhada de um garoto e de um velho assistindo a uma espécie de transfusão de valores entre os seus dois mundos. A mim, comoveu-me a aceitação da idade e o jubilo, a alegria, que lhe dá continuar a falar connosco, fazendo filmes. 

Talvez porque a idade e o trabalho sejam valores a que sempre atribuí muita importância ou  porque, sendo um pouco mais nova do que ele, sempre o senti muito próximo daquilo em que acredito. E que faz do pensamento e do trabalho um dos grandes alicerces da nossa vida. Vida que, mesmo aos 91 anos, pode trazer muitas surpresas, pelas quais devemos ficar gratos. Ou, se preferirem redimidos.

Consta que ele já está a preparar um novo filme. Gostava muito de ainda ser viva para o poder ir ver!

HSC

8 comentários:

Pedro Coimbra disse...

Obviamente a ver assim que chegue a Macau.
Clint Eastwood é obrigatório.

Anónimo disse...

É tão bom ouvi-la falar assim da idade! Envelhecer não uma coisa fácil. É por isso que gosto muito de si!

Anónimo disse...


Dra Helena sempre que a leio aprendo alguma coisa. Este texto e este filme num período em que a beleza exterior e a juventude contam tanto na seleção de quase tudo o que é oferta de trabalho, aquecem-nos a alma.
Saber envelhecer e ter uma cabeça desempoeirada, não deixando de lado o gosto de manter a sua feminilidade, é um dom. A senhora tem-no.
Quando olho para si e a oiço, eu que sou homem e tenho 60 anos, pergunto como é possivel alguém vivo, ter perdido a sua companhia. E, garanto-lhe, se um dia eu encontrasse alguém como a senhora, e não estou a brincar, não a deixaria escapar. Há homens muito parvos!

Silenciosamente ouvindo... disse...

Também vi o filme e adorei.
Os meus cumprimentos.
Irene Alves

Janita disse...

Achei tanta graça ao Anónimo das 16:25! Acabou por lhe tecer um elogio, que a Dra Helena merece, porém, nem lhe passou pela cabeça se esse homem "vivo e parvo", que um dia a teve na sua vida e a deixou escapar, a fazia feliz...:)

Também sou grande admiradora de Clint Eastwood.
Que Deus lhe conceda ainda, pelo menos, mais uma década de vida, e, à senhora, pelo menos mais duas.
Um abraço.

Anónimo disse...

Vi o filme e também gostei muito!
Ainda me lembro de há una anos atrás, numa cerimónia, Clint Eastwood ter dito que gostava de ser como um realizador Português que conhecia (Manuel de Oliveira) com uma idade bastante avançada e continuar a trabalhar… e é precisamente o que está a acontecer!

Anónimo disse...

O meu comentário não tem nada a ver com o Clint Eastwood de quem não sou particular admiradora, por ser um machista execrável que tratou abaixo de cão a maioria das mulheres (e foram muitas) que teve. O meu comentário é sobre a entrevista que deu ao Goucha este semana. Achei que estava muito bem, com um brilho especial no olhar, muito bem maquilhada, cor de cabelo maravilhosa. Gostei do singelo vestido preto e da sandalinha de salto. Quanto à entrevista propriamente dita, foi um pouco uma desilusão: uma certa salganhada, perguntas pouco objetivas por parte do Goucha, os assuntos abordados pouco profundos, quase tudo trivialidades sem grande interesse... Já vi outras intervenções suas muito mais interessantes.

Anónimo disse...

🌷