sexta-feira, 1 de janeiro de 2021

No primeiro dia do ano


 
Sento-me ainda de robe – caso raro na minha vida - para tomar o pequeno almoço, no primeiro dia do ano, com a noção de que não tinha dormido quase nada. A minha empregada, que me é fidelíssima, percebeu e ia-me dando, silenciosa também, as fatias de pão torrado acabadas de sair da torradeira. Não pronunciámos uma palavra, até que eu lhe dissesse que era necessário manter o presépio armado até Dia de Reis que é a 6 de Janeiro.

Vim, como sempre faço, ler os jornais no computador e fiquei em choque logo com a primeira notícia relativa à morte do fadista Carlos do Carmo, pai de uma das minhas boas amigas.

Não vou falar da sua carreira. Todos os órgãos de comunicação social falam dela. Apenas direi que foi um homem que levou Portugal ao mundo inteiro. Ele e João Braga com Amália deram à canção nacional uma dimensão mundial.

Mas este post refere-se, sobretudo, à dor dos que ele cá deixa ocorrida, para sempre, na passagem do ano. Para os filhos e netos esta data envolverá a partir de agora, uma nebulosa de tristeza, semelhante á que eu tenho no Natal, data em que perdi a minha mãe.

E nestes, não posso deixar de destacar a Cila – o seu lema sempre foi Viva la Vida – por quem tenho uma ternura muito especial e que foi, até ao aparecimento desta malvada pandemia, uma presença constante em tudo aquilo que envolvesse alegria de viver.

Tínhamos um pequeno núcleo de amigos – a GRUPA - que fazia programas que nos permitissem estar juntos. À dor da pandemia junta-se, hoje, o luto pelo Carlos do Carmo.

Aguenta-te Cila, porque tens muito mais força do que aquela que aparentas!

 

HSC

8 comentários:

Anónimo disse...

A Voz que fica.

Ana maria disse...

Hoje à tarde mesmo que o céu esteja nublado A Estrela da tarde lá estará. À família às minhas condolências. Nunca se é "velho" para partir

Anónimo disse...

🌷

Teresa disse...

Tinha uma voz maravilhosa. Tenho vários CD dele. Acabei de ouvir um,e ao olhar pela janela e ver esta luz maravilhosa da minha cidade...Saudade.😢👏💚

Anónimo disse...

Fica a Obra , a Arte, a Humanidde, a Portugalidade

Essas flores serão Jardim na Eternidade.

AM

Pedro Coimbra disse...

Ninguém cantou Lisboa como ele.
Porque tinha paixão pela cidade.
Tenha um feliz e abençoado ano de 2021

Pedro Coimbra disse...

Vou-lhe contar um episódio com o Carlos do Carmo aqui em Macau.
Cavalheiro, educado, foi acompanhado pelos Serviços de Turismo numa visita à cidade a aos principais pontos turísticos.
No dia seguinte as senhoras dos Serviços de Turismo que o acompanharam tinham uma rosa em cima da secretária quando chegaram.

Anónimo disse...

Lamento muito o falecimento do grande fadista - Carlos do carmo
Hoje o universo brilhará com sua presença. Iremos sentir muita a falta dele. Um gigante da música! Adeus, querido e admirado fã de fado! Que grande legado nos deixou para
sempre, com uma marca profunda na história da música, muito obrigado. Expresso minhas condolências a sua família e amigos. Descance em paz!

-MorgadinhadosCanaviais