quinta-feira, 5 de setembro de 2019

O que está por detrás disto?


Em entrevista divulgada hoje no Jornal de Negócios Mario Centeno, admitiu que os aumentos do próximo ano serão iguais à inflação.
O ministro das Finanças disse também que, na próxima legislatura, haverá lugar à redução de IRS para aqueles rendimentos que menos beneficiaram com as alterações aos escalões. Mas afastou cortes no IRC ou no IVA.
De acordo com Mário Centeno, a mudança nos escalões do IRS dirigiu-se aos rendimentos mais baixos, mas na próxima legislatura será possível beneficiar a classe média.
Na entrevista, Mário Centeno mostrou-se disponível para continuar como ministro das Finanças caso o Partido Socialista (PS) vença as eleições.
"Primeiro, vamos obviamente pedir a opinião dos portugueses sobre esta legislatura e isto dará o resultado das eleições. A partir dai, veremos. Assumi um compromisso e esse compromisso foi para esta legislatura. 
Sou presidente do Eurogrupo, tenho como objetivo terminar o mandato como presidente do Eurogrupo se o resultado das eleições de 6 de outubro assim o permitir", sublinhou.
Mário Centeno diz que "mais do que vontade ou a disponibilidade pessoal", o importante é "permitir aos portugueses avaliar a legislatura que agora termina, assim como as propostas que estão em cima da mesa para a próxima legislatura".
"O PS deve fazer, face aos resultados eleitorais, aquilo que fez em 2015, que é procurar no quadro parlamentar que saia das eleições uma solução que seja estável, que dê clareza à política económica e orçamental portuguesa e permita que num processo muito participado de reformas e de credibilidade, e, portanto consolidação orçamental, Portugal possa manter as linhas de evolução que tem tido nos últimos anos", disse.
Mário Centeno defende também na entrevista que em "crise já se pode deixar os estabilizadores automáticos funcionar até dois pontos do Produto Interno Bruto (PIB)".
O governante refere também na entrevista que na política económica "as pessoas acham que estão cheias de coragem", mas isso não existe, há "é uma boa análise e bons dados".

                     Excertos retirados da TSF radio noticias

Quando leio um discurso deste género - Centeno é, hoje, além de economista, um politico refinado - por parte de um profissional da área em que me movo, pergunto sempre "o que será que está por detrás disto". É exactamente a pergunta que neste momento estou a fazer...

HSC

15 comentários:

Virginia disse...

"Processo muito participado de reformas e de credibilidade"....onde estão? Até agora não houve grandes reformas....resta a credibilidade.

Às margens de mim. disse...

É um pensamento atrás do outro, questionamentos e dúvidas. Com relação ao futuro financeiro do País, sou leiga em opinar.

Anónimo disse...

Só alguém de má fé pode questionar Centeno.
E eu estou tranquilo para falar, nem era fã dele.

Anónimo disse...

Centeno já foi chamado nos media o homem das contas certas. Hoje todos à esq. e à dir. querem contas certas. Mas as notícias não deixam de surgir sobre as dívidas negligenciadas pelo estado, onde estão então as contas certas?

Anónimo disse...

Costa, Centeno e os seus correligionários do PC e BE, são malabaristas. Quando deixarem o poder, quando se levantar o tapete é que se vai descobrir a porcaria toda

Pedro Coimbra disse...

Para já é propaganda.
Mas já está a ser preparada a má novidade.
Até em Macau tresanda a isso mesmo.
Bfds

Anónimo disse...

«A democracia é um mau regime, mas não existe nenhum melhor» disse Churchill. Do mesmo modo também M Centeno como ministro das finanças de Portugal, talvez não tenha podido fazer melhor, mas não tem havido melhor do que ele. Centeno transmite otimismo e, apesar de em Portugal todos criticarem o negativismo português, se aparece um otimista de cor política contrária, é logo chamado de cigarra, e até já houve quem afirmasse que tem cara de totó. Centeno tem cara de boa pessoa, mas em Portugal as opiniões são muito marcadas pelo clubismo e pelo partidarismo, não são libertas. Estou à vontade porque não tenho partido político, nem clube de futebol. Centeno acredita que não vamos ter uma crise tão grave como a que se seguiu a 2008 (que muito me prejudicou) mesmo com a ameaça de recessão. É presidente do Eurogrupo (para isso tem de ser membro do governo) o que é mais importante do que ser do FMI, e poderá promover a reforma do euro, etc. Uma coisa eu sei: as crises nunca se repetem, nada se repete, se houver crise terá características diferentes. Centeno diz que não será tão grave. Acredito nele.

Anónimo disse...

A pergunta que a Srª faz a si própria, também deveria ser feita por todos nós e levar-nos a reflectir sobre a realidade que nos tem sido ocultada. Mas, como alguém dizia há uns tempos, "os portugueses são mansos e tansos"...

O outro Mário disse...

Tal como aconteceu com o governo anterior. Certo, JLynce?

Anónimo disse...

Essa cassete já cansa...

Fatyly disse...

Está um grande homem e acho que há décadas isso não acontecia, pelo que subscrevo inteiramente o comentário do "Anónimo - 6 Setembro das 8,39.".

Anónimo disse...

Depois da crise, a classe média portuguesa diminuiu muito, hoje representa apenas 30% (e a riqueza está concentrada em apenas 10% da população). Uma das características da classe média é a escolarização e estudos longos, mas hoje a esses estudos não corresponde em Portugal o rendimento esperado, por isso todos anos continuam a sair do país cerca de 20.000 jovens qualificados. Existe empobrecimento da classe média portuguesa que se assemelha mais às classes populares dos países como a Alemanha, países nórdicos, França. Aquilo a que se chama redistribuição da riqueza é dos assuntos mais polémicos a nível geral em todos os países: impostos mais altos aos mais ricos, impostos sobre rendimentos e não sobre consumo, benefícios sociais, bons serviços sociais, bom salário mínimo. O aumento e estabilidade da classe média, não depende só da educação, como se viu atrás, mas tb da tal redistribuição da riqueza, dos serviços públicos, etc. A direita acha bem a redistribuição da riqueza só para os bancos e para as associações de colégios privados. Será que vai haver políticas de redistribuição, qualidade nos serviços públicos, subida do salário mínimo, apesar da resistência à mudança? Sem isso nada feito.

Anónimo disse...

Hoje, domingo, depois de mais uma vez ver e ouvir o «Global» do seu filho Paulo, um abraço amigo a uma mãe especial, de dois filhos absolutamente extraordinários.

Que lição de Ccidadania! E de Cultura!E continua a excepção, em relação aos comentadores de qualquer canal.

Muita Saúde para ambos, já que a ausência do seu outro também maravilhoso filhomé uma dor vossa, muito particular. Quem dele foi amiga, como eu, não o esquece e também, ele me ensinou a gostar do irmão.

Anónimo disse...

Consta que Centeno se prepara para abandonar o barco quando as coisas deram para o torto, com o Brexit e a recessão alemã, e dar o salto para o Banco de Portugal ou para um cargo internacional, oh yeah!

Tá na laethanta saoire thart-Cruáil an tsaoil disse...

é um mistério prepara-se para dar o salto para um lugar melhorzinho?