Daqui a uns dias, entramos num novo ano. Por estranho que pareça numa época de guerra em muitos pontos do globo, de desastres naturais, de refugiados que tentam escapar a uma morte certa, as palavras que mais se ouviram, os gestos que mais se fizeram, tiveram pouco a ver com estes factos.
O que dominou as noticias não foram o amor pelo próximo, ou a introspecção individual ou colectiva. O domínio pertenceu à política, à finança e à economia. A preocupação com o Brexit, com as eleições em Espanha, com o risco da Itália ou com a necessidade da Grécia e Portugal renegociarem a dívida é que foram as angústias existenciais da velha Europa.
E para não ficar atrás a América escolhe Trump para presidir aos seus destinos. Em tempo de Avento tudo isto me parece revelador do mundo em que vivemos no qual tudo se mede em termos de valores. Económicos ou financeiros, claro, porque os outros, esses, estão no domínio da política...
Triste sociedade, aquela em que vivemos!
HSC
11 comentários:
Haja esperança, em dias bem melhores.
Vivemos tempos perigosos, olhando para os nossos umbigos e assobiando para o lado. Tempos que recordam outros tempos, igualmente perigosos...
Concordo em absoluto consigo e não
me sinto nada tranquila.
Os meus cumprimentos.
Irene Alves
HSC, acredite que, como é vulgar dizer-se, " não há volta a dar-lhe"! Para que esses valores voltassem, era preciso voltar ao tempo em que os meus pais nos educaram e esses também tinham o seu quê! Quantas meninas na minha escola em pleno inverno andavam descalças, quanta roupa de quatro filhos a minha mãe deu a quem dela precisava?! Bons vão os tempos de hoje apesar de tudo, não concorda?
Querida Helena:
Não há nada a fazer! Apenas um trabalho individual, já que estamos a meio de um ciclo, que só vai terminar quando as comunidades se conscientizarem daquilo que é verdadeiramente importante neste mundo. Muito pena é que, na sua evolução nao apreendam com os erros do passado... Bjo
Querida Helenamiga
A VELHA E O CÃO
Uma pausa na Saga da Alzira porque acabo de publicar um post diferente – sem ironia, sem galhofa, a atirar para o drama. Por isso, gostaria dos comentários naturalmente também diferentes. Muito obrigado. Como habitualmente a publicação é anunciada blogue a blogue; e o pedido de divulgação, também se agradece.
Qjs e/ou abçs Henrique, o Leãozão
Dalma confesso-lhe que não sei. Temos mais liberdade, mais acesso à cultura, mais conhecimentos científicos e artísticos. Mas somos mais felizes, somos melhores pessoas, menos egoistas numa sociedade que vive do ter e do parecer ? E em que "ser" se resume à junção destas duas características?
Sabe, Dalma, talvez seja por este tipo de dúvidas que os meus Papas de eleição sejam João XXIII e Bento XVI, duas faces de uma mesma moeda!
HSC, tão bem como eu sabe que FELICIDADE é um conceito muito, melhor, muitíssimo relativo. Ora vejamos, para uma aldeia no Sahel abrirem-lhe um poço e deixarem de ter que carregar a água de uma extrema lonjura, é a FELICIDADE suprema para toda a comunidade. Para nós que abrimos a torneira e ela jorra não lhe damos apreço e muito menos sentimos felicidade, certo?
Tanto quanto li, felicidade não é um estado, mas sua situação de momento com mais ou menos duração, mas mesmo assim um momento. Assim sendo até concordo que a felicidade dos tempos de hoje não se pode comparar com a dos tempos em que era menina mesmo sendo priveligiada!
Quanto ao que refere, relativamente aos seus papas de eleição não me posso pronunciar pois como provavelmente já deu por isso eu sou muito reticente relativamente à Cúria Romana que vive no luxo e que só aconselha que se reze pelos desvalidos. Nunca me lembra que perante catástrofes humanas ter ouvido uma notícia do género: " O Vaticano enviou x €/$ de ajuda a..." !
"Parolles" dirão muitos italianos! Bom, mas também não se pense que sou daquelas que acham que "a religião é o ópio do povo"! Longe disso, pois sei que ela mantém muita gente a continuar a luta de todos os dias!
p.s as minhas desculpas pelo longo comentário.
Como eu costumo dizer: Graças a Deus que tenho quase 82 anos.
Helena
Sociedade egocêntrica, onde prevalece a desconfiança, medo, o individualismo, o ser reconhecido pela sociedade sem obra feita.
No tempo da minha avó hoje com 88 anos havia fome, faltava n coisas mas as pessoas tinham outros valores. Sem andar na escola muitos deles eram pessoas íntegras, a solidariedade fazia parte do seu dia, entre outros atributos. Os tempos mudaram e os valores também, há que viver conscio de si mesmo nunca esquecendo que todos precisamos uns dos outros.
Abraço
Carla
Não é triste a sociedade em que vivemos. É triste a sociedade em que nos puseram a viver. Assim é que é. E esticaram a corda...as reacções vêm a caminho. Esticaram a corda com o saque do sistema financeiro, esticaram a corda com o aperto de impostos que estrangulou a classe média, esticaram a corda com a arrogância de quem achou que o mundo era uma coutada e que toda a gente ficaria impune, não obstante a destruição do tecido empresarial e das famílias. Em benefício de meia dúzia a coberto de interesses corporativos.
Esta é que é a realidade.
O mundo está a mudar. As pessoas já não estão a tolerar e, ou muito me engano ou vêm facturas a caminho.
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