"Eu não me levo muito a sério. É a melhor maneira de viver. Aquele que se leva a sério está sempre numa situação de inferioridade perante a vida."
(Agustina Bessa-Luis)
Já o
escrevi várias vezes. Eu também não me levo muito a sério. Porque, se levasse,
a minha vida deixaria de ter a graça que tem e os acontecimentos tomariam conta
de mim. Ora eu não gosto nada que tomem conta de mim. Gosto de ser eu a faze-lo,
mesmo que nem sempre o tenha feito da forma mais feliz. Acontece a todos. Só
que, à distância, mesmo naquilo que não terá corrido pelo melhor, acabo sempre
por descobrir um lado em que as coisas poderiam ter acontecido de modo bem pior.
Digo imensas vezes isto aos amigos que atravessam problemas sentimentais. Se são
novos, lembro-lhes o risco que correriam se tudo se passasse quando já fossem
velhos. Se já são entrados na idade, recordo-lhes os bons momentos que, apesar
de tudo, também viveram...
Sempre
apliquei este princípio à minha própria vida. E quanto mais velha vou ficando,
mais me rio de mim própria, da importância que atribuí aos percalços por que
passei e da coragem que tive nas asneiras que também fiz. As quais, aliás, à
data, me souberam muito bem...
HSC