Depois de ser interrogado durante cerca de 15 horas, o ex-Presidente francês Nicolas Sarkozy foi constituído arguido por suspeita de corrupção e tráfico de influências. No processo foram também constituídos arguidos o seu advogado Thierry Herzog e o alto magistrado Gilbert Azibert. Estes crimes têm penas que podem ir até dez anos.
O caso está a agitar a França, onde a instituição do Presidente tem especial prestígio e cuja imunidade é fortemente protegida. O processo segue agora para a fase de investigação, e depois um juiz decidirá se formaliza uma acusação ou não.
Em causa está uma alegada tentativa de Sarkozy obter informações sobre processos nos quais era investigado, nomeadamente as suspeitas de financiamento ilegal à sua campanha para as presidenciais de 2007 por parte do antigo ditador líbio Muammar Khadafi e por parte de Liliane Bettencourt, herdeira da L’Oréal.
Por a investigação surgir no momento em que Sarkozy se preparava para concorrer à liderança do seu partido, como primeiro passo para uma nova candidatura presidencial, os seus apoiantes consideram que ela teve um objectivo politico.
Lembremos que Jacques Chirac, outro antigo Presidente da França, foi condenado por acções cometidas enquanto presidente da Câmara de Paris, mas acabou com uma pena de prisão suspensa, não chegando a ser detido.
Os tempos hoje são outros e qualquer que
seja a decisão que venha a ser tomada, esta questão acaba sempre por ter duas
faces. Uma positiva, de mostrar que perante a Justiça todos os cidadãos devem
ser iguais. Outra negativa. que é a de afastar da política as pessoas mais
sérias, que não desejam ser enxovalhadas face ao permanente escrutínio a que
estão sujeitas.
HSC
5 comentários:
A política, trás coisas boas e más ao mesmo tempo. É preciso ter uma grande auto estima para suportar as adversidades, sejam eles inocentes ou não!
Caso sejam inocentes a imagem vai ficar sempre manchada…
Carla
Há quem diga que "quem não quer ser lobo não lhe veste a pele".
Concordo com as suas palavras, mas na maioria dos casos são culpados e nada lhes acontece e a história até um passado recente diz-nos isso...infelizmente!
Observador
Tem toda a razão. Essa é a frase que mais vezes utilizei ao comentar a política.
Eu jamais seria capaz de exercer tal profissão. Mas a verdade é que se todos pensarem como eu só os piores é que irão para a política!
Cara Helena:
Há uma peça de Teatro que é uma das minhas preferidas: Pygmalion, de G. B. Shaw. O "filósofo do povo" Doolitle, pai da Eliza, diz a certo ponto: "Política, Religião e Reformas Sociais são uma forma de divertimento como qualquer outra." O céptico Professor Higgins, depois de lhe dar as pedidas cinco libras, manda-o embora, dizendo ao Coronel Pickering"Vamos correr com ele daqui para fora, senão o pouco que ainda nos resta de consciência desaparecerá".
Raúl.
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