Estou num ambiente tranquilo, onde não se ouvem ruídos e tudo parece demasiado higienizado, a acompanhar quem de mim precisa.
Nestas alturas costumamos parar e pensar. É o caso. No meu regaço tenho três revistas francesas, que continuo a ler apesar de hoje não serem o que já foram. E não resisto a partilhar convosco o pálido sorriso que esboço com os temas de capa de cada uma delas.
Na Le Point o assunto é DSK, ou seja Dominique Strauss Khan, o ex Presidente do FMI, o ex possível candidato à Presidência da República Francesa e o ex marido de Anne Sinclair, que decidiu falar. Não li ainda, mas admito que se trate de algum estado de alma que terá resolvido publicitar.
Na L' Express a capa é François Hollande e as mulheres que lhe dão cabo da vida, a saber Ségolène Royal, Valerie Trierweiler, Martine Aubry e Angela Merkel.
Na Nouvel Observateur, temos uma imagem de François Sarkozy de barba curta sal e pimenta, estilo sedutor de meia idade, apessoado e que medita sobre a queda de Hollande, a cobardia de Fillon e os "golpes" de Copé.
De repente dei-me conta que até a comunicação social francesa que tinha uma tradição de qualidade, transformou a política numa matéria que, antes, apenas as revistas da imprensa rosa abordariam. Convenhamos que afinal a "mediocretização" não é apenas nacional...
HSC
HSC
7 comentários:
A mediocratização da comunicação social é paralela à mediocratização da classe política quer em França quer em Portugal (para não falar de muitos mais países).
Não será, Helena?
Com muito apreço, continuo lendo e pensando sobre o que escreve.
Caro Pedro
A tabloidização dos jornais e revistas de referência é algo que me incomoda porque pertenço a uma geração que se habituou a ler muito, para estar informada.
O mal está longe de ser nacional, eu sei. Mas comprar três revistas de informação, francesas, e apanhar com temas destes, deixa-me com um sorriso amarelo!
Não leio esse género de revistas porque não domino a língua mas se pudesse só pela cara desse *** DSK não compraria.
Mas concordo consigo a "mediocretização" não é só na imprensa é em todos os sectores sem excepção.
É, ultimamente face à seriedade das preocupações das pessoas em sobreviver com dignidade ficam cada vez menos sem sentido as "leviandades"e superficialidades de alguns colunáveis egocêntricos...Que aliás só precisam de se redimir no mínimo com o silêncio.
Só a pensar na saúde...
Teria imensas faces de preocupação e rostos no limiar do desespero na lista de espera das consultas de especialidade ao tempo de uma gestação...
Bem haja por saber dissociar o essencial do supérfluo.
Abraço
Plagiando a nossa amiga Helena Bom Fim De semana
Pois é Drª. Helena, a senhora pôde
verificar através dessas três
revistas quais os temas que para
o capital(proprietário das mesmas)
interessa. Os outros temas que
passem à margem, é o que convém.
Ainda bem que já pode inserir.
Bj.
Irene Alves
Nos tempos que correm a mediocridade passou a virtude. Quanto mais mediocres mais convencidos dos seus feitos e das suas supostas qualidades. Infelizmente, veem -se em todos os quadrantes.
Estou farta de ler e ouvir tanta asneira.
A mediocratização selecciona “o assunto, do não assunto”. Assim, a noticia preferida passa a reflectir os casos mesquinhos, sem consistência...
Não sei, mesmo, qual será a razão dessa mediocridade, se os actuais acontecimentos medíocres, se a impreparação dos próprios profissionais de noticias.
O que é certo, mesmo, é que estamos cansados...
Um Abraço agradecido pela partilha
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