segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

O aniversário

Eu sou amiga da Rita Ferro. Não podiamos ser mais distintas uma da outra. Mas há anos que nos une uma amizade à prova de bala. Tem grandes qualidades, mas sobretudo, para mim, é amiga do seu amigo, e possui um enorme sentido do humor. E, para terminar, temos ambas uma amiga comum, a Rocha, que derime todas as nossas diferenças e acentua aquilo que nos aproxima, muito em particular, a gargalhada solta e livre que se dá, à minima patetice que uma qualquer de nós se lembre de dizer.
Ontem a Rita fez anos. A casa estava cheia de amigos. E bastava olhá-los para se ter a noção da diversidade de que eles são feitos. Havia jovens, os da geração dos filhos e havia adultos cuja profissão ia do professor universitário, ao comentador televisivo, do escritor ao actor. Tudo, mas mesmo tudo, numa saudável confraternização.
Aqueles amigos todos gostam da Rita como ela é, embora possam discordar dela em imensa coisa. Mas há uma transbordância humana, um excesso temperamental que, diga-se o que se disser, faz realmente dela uma pessoa especial, que se ama ou se detesta, mas à qual jamais se é indiferente. Eu pertenço, felizmente, aos primeiros!

HSC

sábado, 26 de fevereiro de 2011

Também acontece

Ontem, sexta feira, trabalhei até tarde. Este dia costuma ser aquele que dedico a mim própria e ao meu bem estar. Com a crise, que trouxe a eliminação da empregada doméstica, passei a ter uma organização mais simples aqui em casa. Mas, como na minha vida tudo são inesperados, um dos meus infantes decidiu que a minha mesa é melhor que o refeitório da Assembleia e passou a "abancar" na pensão da Dona Helena, que sou eu, claro.
Resultado, aquela maravilhosa sexta feira foi à vida...contrabalançada, é evidente, pelo prazer de ver o filho dia sim, dia não!
Quando me deitei levava comigo a angústia de não ter terminado o conto que me faltava, dos cinco que ainda tenho que escrever, para acabar o próximo livro. Consequência, uma insónia mortal que durou até às cinco da manhã, altura em que me deixei de fortalezas e "emborquei" um Kainever.
Remédio santo. Eram cinco horas da tarde quando me levantei, um pouco zonza. Tomei um Nespresso de amêndoa amarga, depois de ter comido uns restos da véspera e aqui me têm, a ver se me preparo para os anos da Rita Ferro que, desta vez, oferece ceia e não jantar.
Logo, amanhã devo estar reduzida aos meus mínimos. O que me vale é que vou para os braços do meu irmão mais novo e da minha cunhada que, se eu adormecer, até me deitam.
Ó vida malvada, como eu queria ser rica e não ter de fazer nada!

HSC

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Outro país original

Não se acredita, mas é verdade. Um país permanece há duzentos e cinquenta dias sem governo. Apesar disso - apetecia-me dizer, por causa disso -, o país continua a funcionar. As escolas, os transportes, os serviços de saúde, a recolha do lixo, tudo anda, e sem dificuldades.
Anda tão bem, que nem sequer houve qualquer problema quando lhe coube a presidência rotativa da União Europeia, no segundo semestre de 2010. Este país chama-se Bélgica.
Apesar desta questão ter origem nas duas comunidades linguísticas que dividem o país - a francófona e a flamenga - esta longevidade de não governação só será igualada, em Março, pelo Iraque.
Vale a pena pensar neste "case study", que os belgas têm sabido viver com um enorme sentido de humor e sem dramas políticos. O que é que explica isto? É a democracia? É a realeza? É a educação? Parece que ninguém sabe. Possivelmente é um cocktail de tudo isto.
Com efeito, só num país muito auto disciplinado, uma situação destas poderia sobreviver. Entre nós, alguém imagina o que tal representaria? Nós que, nem com governo, nos conseguimos entender?!

HSC

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Este curioso país

A comunicação social divulgou os resultados de uma sondagem feita a pedido do Projecto Farol. Confesso que o nome deste projecto me causa alguma perplexidade. Não sei se luz vem do grupo de iluminados que o compõem ou do brilhantismo dos caminhos que apontam. Mas ultrapassemos este pequeno pormenor e atenhamo-nos apenas numa parte das conclusões que, na sua crónica de hoje no Diário de Notícias, Alberto Gonçalves escalpelisa com finíssimo humor.
Pego em três desses números. Não porque sejam os mais importantes. Mas porque são reveladores de algumas características do cidadão que há trinta décadas e meia vive em democracia.
Assim, de acordo com a tal sondagem, 98% dos inquiridos desconfiam dos políticos e 90% desconfia do governo. Apesar da bonomia de tais resultados, 78% dos mesmos cidadãos entende que o Estado, de quem tanto desconfia, deve ser o grande impulsionador da competitividade e do desenvolvimento económico.
Que tal? Não prestas, não tenho confiança em ti, não és sério, mas não me abandones. Só falta mesmo dizer... deixa-me ser como tu. Se os portugueses não existissem, alguém teria, certamente, de os inventar!

HSC

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

A dança das cadeiras

Chega uma pessoa a Portugal e quando julga que vai ver mudanças governamentais, záz catrapáz, nada disso. O governo mantem-se. A oposição também.
O que mudou, sim, foram os canais de televisão. Daqui a uns dias já não sabemos onde estamos. Depois de Fatima Lopes, Gabriela Sobral, Manuela Moura Guedes, Julia Pinheiro agora, de uma penada, entre ontem e hoje, lá se vão, também, na dança das cadeiras, Júlio Magalhães e José Alberto Carvalho.
Não sei se todos mudaram porque vão ter novos e aliciantes desafios. Mas se assim é, a televisão tornou-se bem mais interessante que o governo, o qual permanece, há anos, igual a si próprio. Viva a televisão. Ao menos mexe. E muito!


Nota: Acabo de saber que Judite de Sousa acompanha José Alberto de Carvalho e transita para a TVI. Quem faltará?
HSC

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Que tal?

A marota da minha querida Alice Vieira - que sabe o meu intenso amor pela política e pelos governantes que nos (des)governam - mandou-me esta curiosa entrevista. Se é verdadeira não merece qualquer comentário. É o retrato do pessoal dirigente que temos.
Se não é verdadeira é benne trovata. Tanto que passa por autêntica...
HSC

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Winter´s bone

Gosto de ir ao cinema ao Domingo quando o sol ainda não está seguro. Herdei a paixão do cinema e julgo tê-la transmitido aos meus filhos. Durante anos colaborei num projecto do meu amigo António Pedro de Vasconcelos, tendo ensinado guionismo e escrita criativa, amenizando, assim, as aulas de economia que também dava num estabelecimento universitário não muito distante. Foram anos felizes nos quais aprendi a ensinar. Ou seja que quem ensina, também aprende. Ainda agora me acontece isso, ao fim de tantos de carreira no ensino universitário. Nunca sei quem mais aprende: se os discentes, se os docentes.
Fui ver hoje o Winter's Bone, que em Portugal creio ter tido a tradução de Despojos de Inverno. Confesso que o filme me perturbou mas não sei bem dizer porquê. Alinhado no cinema independente, é realizado por uma mulher, Debra Ganick, que já em 2004 havia feito "Down to the bone" que no Sundance Festival, merecera um prémio de realização.
Este que agora vi, como já aliás o outro, aborda o lado negro do american dream e do interior de uma América perdida e dramática em crise de recessão. Trata-se aqui do interior empobrecido e esquecido da America do Norte, no caso, dos montes Ozark e do gélido frio do seu Inverno.
É um filme lento, depressivo e denso, servido por imagens fotográficas de grande qualidade e por interpretações excelentes. Mas saí da sala de cinema com uma singular impressão de intranquilidade. É uma película importante, que "deve" ver-se até ao fim, sabendo que não vai ser fácil ficar na sala. Como acontece com muitas outras coisas que fazem parte da nossa cultura!

HSC

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Eu sou praticante...


Ando em maré de pensar. Hoje, no blogue dias assim, a sua autora publicava este texto, que eu me permito aqui reproduzir. E contava uma história pessoal a propósito do post. Em consequência, fiquei a matutar nas palavras que acima reproduzi.
No meu caso particular, não é segredo, eu gosto muito de mim. Pois podem todos achar que é descaramento - e é -, mas não sou muito boa em falsas modéstias. E o facto de sentir isto por mim mesma, não quer dizer que eu seja ou até me considere, a melhor. Quer apenas dizer que, na generalidade, gosto daquilo em que, esforçadamente, me tornei.
Por isso mesmo, continuo a alimentar o espírito e o corpo. O primeiro vai menos mal - há seguramente pior - e o segundo poderia ser francamente melhor se a esbelteza fosse para mim uma prioridade. Não é. Por isso sou gordinha - se necessário só me olho de frente e não de perfil... - e nunca fiz plásticas nem escondo a idade que tenho.
Quando afirmo isto, não estou a criticar quem faz precisamente o contrário. Se o fazem é porque isso lhes é importante e estão no seu pleno direito. Acontece que para mim, pura e simplesmente, não é o mais importante. Assim, quem gosta de mim, leva o pacote todo. Não tem outro remédio. Também leva algumas qualidades...
Tempos houve em que era uma moçoila vistosa e elegante. Não fui mais feliz nessa época. Bem pelo contrário, tão afadigada andava em ser uma super mulher.
Hoje acredito - tenho mesmo a certeza, e não sou mulher de convicções mutiplas - todos devíamos tentar gostar de nós próprios. É uma militância essencial. E o primeiro e maior passo para gostar dos outros. Eu sou praticante e não me tenho dado mal!

HSC

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

The meanning of life


"The meanning of life is give life a meanning"

Esta frase vem numa fotografia que ilustra, hoje, o blogue Acto Falhado, da Rita Ferro. Li-a quando havia acabado de receber uma notícia que me entristecera muito. E como acredito que nada acontece por acaso, fiquei a meditar no que verdadeiramente importa na vida, quando esta nos pode ser tirada de um momento para o outro, ou quando nos pode ocorrer algo de totalmente imprevisível, como já se passou comigo.
Talvez um dos aspectos mais graves deste tema, seja a dificuldade de definir o que realmente é importante na nossa existência. Porque para mim, por exemplo, é um conjunto de coisas que pode significar muito pouco para outras pessoas. Na verdade, tirando a saúde e o amor, objectivos pelos quais todos lutamos, o resto, aquilo por que cada um se bate, pode ser muito distinto.
Vejamos o meu caso. Dois filhos meus fizeram da política a sua vida. Eu seria incapaz disso. Com respeito, convivemos todos, em harmonia. Mas isso exige que cada um considere a união familiar como um objectivo de vida. O que não é fácil, porque no nosso caso pressupõe, para além do amor que nos une, uma enorme capacidade de tolerância.
O sentido da vida é, de facto, dar-lhe um sentido. Mas se isso à escala individual já não é fácil, que dizer das escalas familiares, nacionais e internacionais?
Há muito que considero a tolerância uma das maiores virtudes do ser humano. Que me esforço, aliás, por praticar. E, talvez por isso gosto cada vez mais de quem pensa diferente de mim. Exactamente porque a vida pode ter diversos sentidos. O problema é que, por norma, há sempre quem considere que uns têm mais sentido do que outros...

HSC

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Sós!

Em Portugal parece que tudo está manso e só se fala de solidão. Tornou-se frequente o aparecimento, dia sim dia não, de pessoas mortas em sua casa, há já algum tempo, sem que as autoridades sanitárias ou financeiras se tivessem dado conta.
O facto de uma pessoa estar anos sem pagar impostos, é que me surpreende, nesta época e no país. Então os nossos diligentes cobradores de receita, aceitam que um pacato cidadão esteja tantos anos sem satisfazer as suas obrigações fiscais e nem sequer vão a sua casa penhorar-lhe a dita? Bem me parecia que este eficaz sistema de cobrança havia de ter falhas. Tem, está à vista. A solução é morrer sem dizer nada, sem avisar...
Enfim, muitas lições haveria a tirar de casos destes, nomeadamente, no que respeita à forma como o progresso, ao fim e ao cabo, acabou por determinar que evoluissem as relações familiares e de amizade. Não se trata apenas de solidão. Trata-se de indiferença pelo semelhante, pelo vizinho, pelo colega, pelo amigo.
Hoje ninguem sabe de ninguém. Ou antes, todos sabem de alguém, aquilo que, justamente, não interessa saber.

HSC

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Dia dos Namorados

Se há algo que me cause alguma irritação é a importação de coisas que têm significado nos países de origem, mas são ridículas nos de destino. É o caso do Dia de S. Valentim, ou Dia dos Namorados.
Há uns anos escrevi sobre o tema no Caderno de Economia do DN - sim, no de Economia, onde colaborei a convite dessa excelente jornalista que é a Helena Garrido -, mas como mudei de PC, e não tenho aqui o backup do anterior, desisti de o encontrar. Aqui vai o que me lembro das diversas "estórias" que se contam sobre o assunto.
Uma versão narra que Imperador Cláudio II havia proibido os matrimónios durante as guerras, por considerar que os homens solteiros eram melhores guerreiros. Mas o bispoValentim contrariou essa ordem e realizou, secretamente, vários casamentos. O caso foi descoberto e Valentim condenado à morte.
Enquanto aguardava na prisão o seu destino, apaixonou-se pela filha, cega, do seu carcereiro e, milagrosamente, a donzela recuperou a visão. Antes de morrer, o namorado ter-lhe-á enviado uma mensagem de despedida na qual assinava "teu Valentim".
Considerado mártir pela Igreja Católica, terá morrido a 14 de Fevereiro, pelo que o dia foi dedicado aos que se amam.
Outra versão, mais pagã, atribui a data às "lupercais", as festas em honra de Juno, deusa da mulher e do casamento e de Pan deus da natureza, nas quais havia o ritual da fertilidade em que o sacerdote tocava o ventre de todas as mulheres da cidade para lhes garantir fertilidade.
Outra versão diz que a data veio dos Estados Unidos e, na Idade Média, o dia era destinado a deixar mensagens de amor à porta das pretendidas.
Até há poucas décadas este data era apenas celebrada nos países anglo-saxões. Mas, a partir de meados do século passado, a moda alastrou para muitos outros países. Porém, no Brasil, os namorados comemoram o 12 de Junho, véspera do Dia de Santo António, considerado como o tradicional casamenteiro.
Mal por mal sempre me parece que este dia se ajustaria mais às festas da cidade de Lisboa...

HSC

sábado, 12 de fevereiro de 2011

O discurso do rei

Um sábado de bom cinema, após um almoço tranquilo é, para alguém como eu, um verdadeiro prazer. Estava indecisa entre "O Concerto" e o "Discurso do Rei". Em boa altura optei pelo segundo. É excelente e mostra como se pode construir uma bela "estória", partindo de uma deficiência como a gaguês.
Sou uma fã de Colin Firth que tem - ou, pelo menos, parece ter - uma série de carcterísticas que aprecio no sexo oposto. Nomeadamente, uma certa forma de tranquilidade, de sedução, de domínio sobre si próprio. Para além de ser um excelente actor que possui uma enorme versatilidade.
O filme, realizado por Tom Hooper, passa-se numa época que estudei bem para fazer a biografia de Wallis Simpson. Por isso foi muito gratificante ver nele mencionados relatos que eu própria cito no meu livro "Mulheres que Amaram Demais".
"King’s Speech" começou por ser um projecto para uma peça de teatro. Mas o actor Geoffrey Rush (que interpreta Lionel, o terapeuta) apaixonou-se pelo argumento e fez tudo para que ele ganhasse vida no cinema. E a componente teatral do filme acaba por ser deveras impressiva e eficaz.
Na verdade, as aulas de terapia da fala e os diálogos entre o rei e o terapeuta são de um extraordinário dinamismo. Rush constitui, assim, um ótimo contraponto ao protagonista Colin Firth, que está perfeito no papel de Rei. É carismático e comovente ao mesmo tempo.
Saí da sala de bem com a vida. E, o chocolate quente que tomei numa esplanada envidraçada, aqueceu-me o estômago e deu-me um imenso alento. Um belo sábado, sim senhor, para compensar a noite em que terei de escrever, para ganhar a vida!

HSC

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Os vanguardistas

Escusado será dizer que sou contra o Novo Acordo Ortográfico. Respeito quem pense o contrário, mas até ao último dia em que possa fazê-lo, seguirei as regras com que aprendi a ler e a escrever. Já assinei a petição que corre na net, imprimindo-a e mandando-a pelo correio, devidamente assinada, de forma a legalizar a minha forma de protesto.
Segue abaixo um pequeno quadro bem elucidativo das origens do que até aqui escrevíamos em latim, francês,espanhol, inglês, alemão e velho e novo português. Cada um que tire as suas próprias conclusões e aja em conformidade. Podem chamar-me velha. Sou. E depois?Podem chamar-me obsoleta. Sou. E depois? Podem dizer que sou anti progresso. Não sou. E depois, o que é que tudo isto prova?!

Actor Acteur Actor Actor Akteur Actor Ator
Factor Facteur Factor Factor Faktor Factor Fator
Tact Tacto Tact Takt Tacto Tato
Reactor Réacteur Reactor Reactor Reaktor Reactor Reator
Sector Secteur Sector Sector Sektor Sector Setor
Protector Protecteur Protector Protector Protektor Protector Protetor
Selection Seléction Seleccion Selection Seleão Seleção
Exacte Exacta Exact Exacto Exato
Except Excepto Exceto
Baptismus Baptême Baptism Baptismo Batismo
Excepction Exceptión Exception Excepção Exceção
Óptimo Ótimo

Conclusão: na maior parte dos casos, as consoantes mudas das palavras destas línguas europeias mantiveram-se tal como se escrevia originalmente.
Se a origem está na Velha Europa, porque é temos que imitar os do outro lado do Atlântico.
Curioso, não é?!

HSC

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Socialites e figuras publicas...

Sou incapaz de saber o que é uma socialite. Nem sequer sei se é substantivo ou adjectivo. Ignoro, igualmente, se tem ou não masculino, porque nunca ouvi dizer que fulano é um socialite. E até para escrever a expressão sinto que devia usar o termo "socialaite". Enfim, uma confusão até no cruzar de idiomas.
Confesso, igualmente, que não sei o que é uma figura pública, porque desde os actores dos Morangos com Açucar até ao Primeiro Ministro, todos se consideram como tal. Serão todos farinha do mesmo saco?
A mim, um dia, tiveram a ousadia, ao apresentarem-me, de dizerem que eu era "a mãe dos políticos Miguel e Paulo Portas". Antes de começar a falar sobre o tema que me levava à dita Conferência, dei comigo a lembrar ao apresentador que talvez fosse melhor dizer que eles eram meus filhos quando fosse caso de serem eles os apresentados, dado que, não usando o meu nome, eram apenas filhos do Pai. A gargalhada foi geral mas eu, a rir, lá fui dizendo o que pensava... Assim, não sei se ser a mãe de algum político, dá direito ao título. Se sim, Portugal está cheio de figuras públicas que, lamentavelmente, eu não conheço...
Já para as /os socialites, não consigo lobrigar do que se trata e sempre que vejo uma legenda com a palavra, me interrogo. Julgo que o termo, mesmo antes do Acordo Ortográfico, já havia sido importado do Brasil. Agora nem sei se faz parte, ou não, do novo léxico.
Serão pessoas que andam em festas? Que são fotografadas? Que andam nos jornais e nas revistas? O que fazem as /os socialites? É uma profissão? Tem taxa de retenção de IRS ou de IVA? Alguem me dá uma ajuda?!

HSC

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Abençoado dia de solidão

Hoje passei um sábado sozinha, dedicada só a mim, ou melhor, à minha solidão. Àquela de que eu tanto gosto, aquela que me retempera e gratifica.
O dia estava maravilhoso e eu decidi almoçar na esplanada de um restaurante cuja vista é simplesmente fabulosa. Com a crise estava pouca gente e, por isso, a dedicação dos empregados foi quase total. Comi uma refeição leve, mas de excelente confecção. E fiquei uma hora, queda e muda, quase inerte, a saborear os raios de sol que me banhavam. Tudo isto acompanhado de um excelente armagnac, que terá queimado a quase totalidade das poucas calorias que ingeri.
Depois, meti-me no carro e, como gosto, caminhei sem destino, sempre de frente para o sol, até encontrar um jardim que aprecio muito. Estacionei, saí e sentei-me num banco, a ver sem olhar, o mundo à minha volta. Fiquei assim, de olhar perdido, até começar a sentir algum frio. Foi quando voltei para casa onde já tinha gente à minha espera.
Porque será que em Lisboa raramente consigo fazer isto?! É um mistério que jamais esclarecerei!

HSC

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Que pena!


O Grupo Lanidor que começou por uma pequena empresa e se transformou num império já digno de menção, possuía uma revista trimestral que veículava informação ao público consumidor da marca. Chamava-se LAMag e era muitíssimo bem feita sob a batuta de Ana Mesquita uma das jornalistas mais organizadas que conheço. É uma mulher lindíssima, inteligente, arguta e que sempre soube tratar a moda como uma forma de cultura. Nessa publicação escreviam pessoas como Inês Pedrosa e trabalhavam produtoras como Isabel Branco. Nem seria preciso dizer mais.
Acabo de saber que em 2011 a LAMag irá fechar. Ainda desconheço as razões que terão presidido à decisão. Mas penso que terão sido motvos economicistas, os que, num período de crise, presidiram a tal tomada de posição.
Estou plenamente convencida de que muito do que hoje se conhece do grupo se ficou a dever a esta publicação. No meu caso pessoal, tornei-me cliente de uma das suas marcas, por causa dela. Por isso só posso desejar que a Ana e os seus colaboradores se encontrem num novo projecto. Curiosamente uma editora acaba de me convidar a publicar em livro muitas das histórias que por lá contei. Será para Maio, para o dia da Mãe.
Assim, aqui fica o meu agradecimento à Ana que me convidou, à equipa que me aturou e à Lanidor que consentiu!

HSC

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Orçamento excedido, reeleição negada

"Quem não cumpre as suas responsabilidades orçamentais deveria ser impedido de ser eleito, nem que fosse para membro de assembleia municipal", defendeu ontem Silva Lopes, durante o colóquio "Portugal 2011: Vir o Fundo ou ir ao Fundo?", realizado em Lisboa.
Segundo o jornal Público aquele economista terá ainda advogado mais autoridade para o Tribunal de Contas, de modo a que este possa aplicar "penalizações efectivas" aos políticos que não façam uma gestão rigorosa dos dinheiros públicos.
Não posso estar mais de acordo. Aliás, o Tribunal de Contas e o seu Presidente Guilherme Oliveira Martins, antigo Ministro das Finanças, merecem-me, no domínio das instituições e dos homens que as dirigem, um enorme respeito. O que prova bem que quando a política não espartilha os nossos orgãos fiscalizadores, eles até funcionam bem.
E se o Tribunal de Contas já tem a capacidade de aplicar multas aos responsáveis que violam a elaboração e execução dos orçamentos relativos às despesas públicas - obrigados a repor o dinheiro que malbarataram e respondendo o seu património por eles -, então que essas coimas sejam bem altas. Talvez, assim, só aceitem tais cargos, aqueles que são honestos e nada têm a temer ao serem fiscalizados.

HSC