Assim, vou contar-vos como passei estes dois dias que devem custar ao país uns largos euros. Mas, como agora o governo já se habituou a viver a crédito, mais Nato, menos Nato, pouco importa. Para nós é que foi e vai ser mais difícil. Vejamos então como decorreu a minha prisão dourada. Foram sete etapas.
1.Fechei televisão porque já tinha tonturas de ver tanta gente que só conhecia dos jornais. Melhorei da vista e dos ouvidos.
2. Eliminado esse perigo, tentei sair para comprar jornais e tomar a bica. Impossível. Uns individuos fardados obrigaram-me a andar como a pescadinha de rabo na boca, porque havia uns senhores, dos tais importantes que, sem a gente saber, tinham combinado falar com o Primeiro Ministro.
3.Voltei para casa e, mais tarde, voltei à carga. Nada. Estavam no hotel que, por razões de segurança, tinha o perímetro de desvio alargado.
4. A custo tornei, novamente, ao lar sem café nem jornais. A tensão arterial beneficiou com a medida.
5. Fui ao cinema com um filho. De tão intelectual que é, escolheu uma espécie de documentário sobre a génese da crise. Remunguei. Não valeu de nada. Qualquer deles sai... à mãe. Mas gostei!
6. A capital retomara um pouco da normalidade. Transportada pelo infante, ri-me das voltas que teve de dar para me depositar.
7. Felizmente, amanhã já posso retomar todos os meus vícios...
HSC
1 comentário:
Muito bom... Viva a Liberdade... só para alguns claro!
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