domingo, 2 de maio de 2010

A Mãe

Não escrevo sobre a maternidade por ser hoje o dia que se convencionou celebrar a Mãe. Aliás, gostava bem mais quando o festejavamos a 8 de Dezembro. Ainda agora me confunde a opção tomada.
Se abordo o tema não é porque atribua mais importância à mãe do que ao pai. Mas por saber que os seus respectivos papeis são diferentes. Trazer no ventre, durante nove meses, um ser que depende totalmente de nós, não pode deixar de criar um elo especial entre os dois. Negá-lo para mero efeito de paridade parental é como tapar o sol com a peneira. Isto não quer significar que, após o nascimento, as funções não sejam equivalentes, o amor e as obrigações não sejam semelhantes. São-no, sim.
Talvez por isso ainda me surpreenda a progressiva aceitação das" barrigas de aluguer" que, afinal, reduzem a gestação a um mero veículo de transporte e alimentação de uma criança. Porque, se o método se generalizar, então, o laço de que falo deixa, de facto, de existir...
É que o ser que nasce deste modo, contrai uma dívida de gratidão para quem, não sendo sua mãe, o carregou durante nove meses dentro de si. E, sendo assim, não posso deixar de questionar se o nome dessa pessoa não deveria integrar o registo de nascimento da criança em causa.

HSC
.

3 comentários:

Gaivota Maria disse...

Sou completamente da sua opinião. Será que no fim dos 9 meses nada lhes ficou dessa ligação? A facilidade com que hoje se faz isso faz-me pensar nas "chocadeiras" de um aviário.
Se há coisas da vida que tenho saudades uma delas é a de sentir os meus rebentos a mexerem-se dentro de mim. E nós que somos do tempo em que o sexo na hora do nascimento era uma surpresa não temos parado de nos surpreender com as mudanças que tem havido no campo das gestações e fertlizações nos últimos anos. Bom dia da mãe também para si

Raúl Mesquita disse...

Cara Helena:

Como em tudo, há mudanças para melhor e, simultaneamente, mudanças para pior. É, talvez, o destino da História. Reconheço, evidentemente, os avanços na Medicina, mas lamento profundamente quase todos os meios de comunicação actuais que manipulam a maioria pouco esclarecida (não é snobismo, é uma constatação de facto) levando essa maioria a julgar que o Homem não está intergrado numa "coisa" que se chama A Natureza! Podemos ir contra ela, mas é perigoso. São perigosas as mutações genéticas, as "morais" espalhadas pelos media para controlar a maioria. Lamento a perseguição feita à Igreja Católica neste momento da História, friso. Ela, com exageros, reconheço, tenta chamar o Homem ao seu lugar. O Poder não quer! Liberalizam-se alguns costumes, ainda bem (não me refiro ao Aborto nem a Eutanásia assinada (meios de poupança dos Estados), que, para mim, são homicídio, mas, por exemplo, a aceito o casamento civil entre pessoas do mesmo sexo (Amor versus homicídio - não me parece contradictório!) Infelizmente, tenho um penchant para o pessimismo: vejo o neo-liberalismo a matar o Humanismo e todos os que o defendem, A Igreja Católica, por exemplo. Antevejo, malgré moi, o seu fim. Quem não for neo-liberal vai ser arrasado do mapa! Daqui a muitos anos? Não. Será muito rápido, anda tudo vertiginosamente. O Brave New World tão bem descrito pelo génio do Aldous Huxley está cá desde a década de 50, como ele mesmo afirmou no "Brave New World Revisited" Qual George Orwell! Esee homem caiu inocentemente, ou não, nas malhas do poder. Qual "Animal Farm", qual "1984"! Fantasias para desviar a atenção do perigo real, descrito no "Brave New World". Disse, por hoje. Parece-me que escrevi um artigo.

Abreijo do Raúl.

P.S. Espero que tenha passado um bom Dia da Mãe!

Anónimo disse...

Pertinente Post, muito interessante. Igualmente oportunos os comentários de Gaivota Maria e Raul Mesquita. Quanto ao dia da Mãe, a nossa recusou-se sempre, até hoje, a mudar de data. Para ela é, e será sempre, o dia 8 de Dezembro. E deste modo, quer eu e meus irmãos ignorámos, de todo, como há muito fazemos, esta “novel” data, que, ainda por cima, para “agravar” as coisas, muda, pois nem sempre o primeiro Domingo de Maio calha na mesma data/dia. Quanto ás barrigas de aluguer…são sinais dos tempos modernos que “não compro”, pelas razões aqui aduzidas e muito bem.
Porque, como expliquei, esta data nada diz a nossa mãe, eu por mim fui até ao Alentejo, de onde vim ontem à noite e ali passei uns belos 3 dias, entre amigos, bom vinho, enchidos, queijo e receitas que só aquela encantadora gente sabe inventar. Ali para os lados de Serpa.
P.Rufino
PS: só não estarei de acordo com Raul no respeitante ao Aborto, Eutanásia e “Casamentos” do mesmo sexo. Mas isso é agora, aqui, irrelevante. O Posto de HSC é muito interessante.