Com fui educada no respeito pela diferença, tenho amigos em todos os quadrantes políticos e, possivelmente, não penso como nenhum deles. Convencionou-se que sou uma mulher de direita o que, confesso, me diverte imenso. Não vejo, aliás, qualquer necessidade de me situar politicamente, para esclarecimento de quem quer que seja. E muito menos necessidade, ainda, de desdizer uma filiação ideológica que apenas irrita aqueles que, de facto, se sentam nessa cadeira. Sempre disse o que penso e nunca essa convenção ideológica me privou, alguma vez, de o fazer. E quando olho o percurso que fiz e aquele que certas pessoas conotadas com a esquerda acabaram por fazer, então, sim, a vontade de rir é maior ainda.
Acresce a esta circunstância, que tenho uma memória de elefante e, por isso, quando alguém ensaia endeusar algumas criaturas reescrevendo as suas histórias pessoais, eu reajo. Como reajo, quando, ao contrário, pretendem denegrir gente que não pensando como eu, merece o meu respeito.
Lembro a este propósito, a nossa Amália Rodrigues que depois de ter sido considerado por um certo país, uma reaccionária está, neste momento a ver dignificado o seu nome e a sua história.
Portugal gosta pouco de heróis. Os do passado, por ignorância, não sabe quem são. Os recentes, por ingratidão, já os esqueceu. Há algum país que possa viver sem honrar os seus?!
H.S.C