"Os problemas económicos e financeiros portugueses não estão ultrapassados, como sempre aqui se tem dito. Os efeitos que sofremos com a crise política italiana mostram até que ponto continuamos vulneráveis ao mais pequeno abalo político ou económico. Ninguém quer ouvir, mas corremos riscos de pagar caro o facto de não termos dado ainda maior prioridade à descida da dívida. Uma crise que obrigue, de novo, a cortes nos salários da função pública e nas pensões será catastrófico para Portugal. Resta-nos a esperança de António Costa continuar a ter sorte, para nós termos também.
... A perspectiva de crescer menos está presente desde finais do
ano passado reflexo do abrandamento externo e da incapacidade que a economia
portuguesa tem revelado em aumentar a produtividade. Juntou-se a isso a subida
do preço do petróleo.
... Como
se tudo isto não fosse suficiente, a situação política italiana veio colocar de
novo Portugal no radar dos financiadores. Lá está a taxa de juro da dívida
pública portuguesa a subir nas comparações com Itália e Espanha...
... O que
se está a passar demonstra que devíamos ter sido mais prudentes no passado
recente, dando desde logo maior prioridade à redução da dívida pública – e não
apenas agora -, para nos aproximarmos o mais depressa possível do porto seguro
da solidez financeira. Assim como devíamos ter na mão uma lista de medidas das
chamadas políticas estruturais, em vez de termos para apresentar reversões.
... A gestão económica e financeira de António Costa só
passa no teste se Portugal conseguir ultrapassar, sem problemas de maior, uma
crise económica ou uma tempestade financeira. Os efeitos que já tivemos da
crise italiana não são sinais positivos para este Governo passar na avaliação
da sua política económica. Como sempre se disse aqui, a combinação de políticas
seguida pelo Governo foi arriscada e, ao mesmo tempo, pouco ambiciosa. Sim,
sabemos que a política de conquista e manutenção do poder assim o exigiu.
Esperemos agora que a sorte continue a proteger António Costa para não pagarmos
um preço elevado por essa falta de prudência."
( Helena Garrido in
Observador )
Está aqui feito um retrato do que pode
acontecer-nos se continuarmos a assobiar para o lado. E a prova de que basta
um vento lá fora para podermos ter uma tempestade cá dentro...
HSC
5 comentários:
Um ventinho fora de Portugal e o País constipa.
Só não vê quem não quer ver.
O pior dos cegos.
Bfds
Considerar que a geringonça é fruto do acaso e da sorte é tão estúpido, que nem merecia um comentário. A não ser para dizer que, muito provavelmente, também o FMI a UE, a OCDE etc. são estúpidos e a inteligência de Helena Garrido ou de Camilo Lourenço estão a ser menosprezadas. Sinceramente, pensava que as pessoas que assim pensam estavam acantonadas na extrema direita, saudosas dos tempos gloriosos do passismo e do portismo que nos empobreceu a todos, menos a quem andou a comer da gamela.
Haja pachorra!
Li com toda a atenção e subscrevo.
Estou como sempre preocupada.
Sempre achei que se devia amortecer
a dívida acima de tudo, mas não é isso
que tem acontecido. É preciso ceder aos
parceiros de governo que exigem sempre
mais e mais, e o país isso é outro plano.
Os meus cumprimentos.
Irene Alves
Sr Carlos Barbosa de Oliveira
Perante tanta pachorra da sua parte para ler as burrices de que falamos só lhe dou dois conselhos: não nos leia. Ou, se insiste, então vá rapidamente ao oftalmologista.
Pois... Venha a sorte! Porque quando um Equus asinus tenta fazer piaffer,é no que dá...
Dr Zé
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