Todos nós, mais tarde ou mais cedo, experimentamos esse sentimento que apelidamos de medo e que, na maioria dos casos vem acompanhado de alguma ansiedade.
Embora não seja dada a grandes medos, já passei por alguns fortes, quase todos eles ligados às pessoas que amei ou amo. Mas sempre considerei que eles eram um teste ao nosso caracter, às nossas convicções, à nossa coragem, enfim, a nós próprios.
Talvez por tudo isto fujo dos médicos como diabo da cruz, à excepção daqueles que eu considero os meus anjos da guarda, e que conhecendo-me bem, sobretudo velam por mim.
Pois bem, nestes últimos dois meses apanhei um belo susto. Fui confrontada com a necessidade de uma pequena cirurgia e com a espera do resultado da mesma. Tive medo, sim. Em particular mais pelos que ainda precisam da minha ajuda - e dela ficariam subitamente privados - do que propriamente por mim, apesar de em relação a eles eu já ter tomado todas as disposições legais para que a minha vontade seja cumprida.
Mas descobri que há um outro medo possível, enorme, que é o de podermos ficar totalmente dependentes daqueles que nos rodeiam. E contra esse, pouco ou nada podemos fazer...nomeadamente quando se tem um único filho cuja é vida pouco propícia a este tipo de acontecimentos, por melhor filho que seja, e até é.
Vivi, assim, estes dois meses de alguma angústia em total coincidência com a campanha eleitoral, calada que nem um rato. Valeram-me, uma vez mais, os amigos e essa força imensa que eles me transmitem. E consegui trabalhar, sair, divertir-me, como se nada se passasse. Ou seja, apesar do medo, ele não conseguiu vencer-me ou alterar a minha vida!
HSC