segunda-feira, 7 de novembro de 2011

O Skype e eu


Devo confessar, sem modéstia que, pese embora saber ainda pouco das novas tecnologias - ou seja, ser uma "naba" em linguagem corrente -, sou uma doutorada quando comparada com algumas pessoas da minha geração, que não percebem como é que eu trabalho com "uma caixinha"!
Quando os meus netos foram para Bruxelas, tive de me dedicar aos avanços. Não era apenas um problema de dinheiro, que em tempo de crise também conta. Era, sobretudo, ser privada de os ver crescer e a cada vinda a Portugal me parecerem completamente diferentes.
Antes do iMac o meu relacionamento com o Skype era fatal. Ou a imagem aparecia invertida ou o microfone não emitia qualquer som. Os netos gozavam comigo e creio que, lá bem no fundo, consideravam que era eu que não sabia funcionar com "aquilo".
Pois bem, o meu altíssimo investimento nesta pérola onde agora vos escrevo já está, para mim, completamente justificado. Vejo o infante e os seus herdeiros, quase como se estivessem aqui. Haverá melhor?!
Ah! claro, e já estou uma expert no assunto. Que nem ginjas!

HSC

13 comentários:

Mar disse...

Nao ver crescer os netos. Ora ai esta uma coisa com que me identifico.
Mas a minha Amiga sempre foi uma mulher muito inteligente e cheia de predicados,como nao havia de dar a volta a isso, "que nem ginjas". Bjs

Marcolino disse...

Estimada Helena,
Com que então virou Skypiana...?!!!
Os meus parabéns!
Eu e o meu irmão mais novo que eu 6 anos, resolvemos ambos, com a devida antecedência feztejat o seu 65º aniversário, via Skype. Combinámos comprar as mesmas bebidas, da mesma marca, encomendar um belissimo Frango de Caril.
À hora indicada contactamos via Skype, e em sistema de videoconferencia mostramos os acepipes préviamente combinados.
Ele em Luanda, eu aqui por Lisboa, íamos conversando comendo, rindo, chalaceando à nossa velha maneira.
Garfada puxa garfada, copo puxa brinde aos ausentes e aos presentes. No final, os parabéns a você foram entoados com alguma comoção. Vieram os brindes da praxe, champanhe de ambos os lados. E para terminar o velho café duplo com bom Armanhaque. Retirei o meu tabuleiro do lugar do teclado e ficamos à conversa por mais de meia hora.
Quando contei isto aos meus amigos, ficaram muitissimo admirados, por ainda não se lhes ter passado pela cabeço usar o Skype para confraternizar, desta inteligente forma, com os filhos e amigos ausentes, noutro continente.
Saber usar as novas tecnologias não necessita de muita ciência, talvez um pouco mais de afectos.
Experimente e vai ver que é giro!
Abraço
Marcolino

George Sand disse...

Comprendo perfeitamente o que diz. o Skipe permite-me não só ver crescer, mas controlar a "arrumação" do quarto da minha filha em Inglaterra onde está a estudar. Sou, portanto, uma mãe skipiana, com tudo o que a minha filha tem direito...por isso ainda não apareceu hoje. (depreendo que o quarto deve estar numa trapalhada). O skipe tem destes problemas quendo se tem 16 anos...mas o que está por detrás do seu texto é esta realidade: as pessoas que vão saindo de Portugal. E, cada vez mais cedo. Porque os os sonhos estão além fronteiras, de novo.

Helena Sacadura Cabral disse...

Cara George Sand é verdade. Saem e alguns já não voltam. Um emprego, um amor, um futuro e ooops! por lá ficam.
Também eu ontem vi a mesa de jantar da família e o que iam comer.
Fui para a cama com a alma aquecida!

Anónimo disse...

Olá linda e alegre Senhora,
Na minha volta diária pelos Bloges que dão colorido e novos saberes, o Fio de Prumo delicia-me sempre com a sinceridade e leveza com que abre a sua alma ao mundo.
Hoje encontrei este texto, vindo do outro lado do oceano que me ensinou novas coisas e que descreve uma das sua melhores arma de viver -SINCERA.
Aqui vai.
A palavra SINCERO vem do latim, foi inventada pelos romanos. Eles fabricavam certos vasos de uma cera especial. Essa cera era, às vezes, tão pura e perfeita que os vasos se tornavam transparentes. Em alguns casos, chegava-se a se distinguir um objecto - um colar, uma pulseira ou um dado, que estivesse colocado no interior do vaso. Para o vaso assim, fino e límpido, dizia o romano vaidoso: - Como é lindo !!! Parece até que não tem cera !!! "Sine cera" queria dizer "sem cera", uma qualidade de vaso perfeito, finíssimo, delicado, que deixava ver através de suas paredes e da antiga cerâmica romana.

O vocábulo passou a ter um significado muito mais elevado. Sincero, é aquele que é franco, leal, verdadeiro, que não oculta, que não usa disfarces, malícias ou dissimulações. O sincero, à semelhança do vaso, deixa ver através de suas palavras os verdadeiros sentimentos de seu coração. SINCERA é uma palavra doce e confiável, é uma palavra que acolhe... E deveria estar no vocabulário de toda alma.

Malba Tahan (heterónimo do professor Júlio César de Mello e Souza – Brasil/ desconhecia, mas acabo de descobrir o presente deste natal para um dos meus netos …”O homem que calculava” ?????)
Uma noite FELIZ. Com todo o respeito CILA

Um Jeito Manso disse...

Gostei de ler este seu post e o de baixo mas gostei, sobretudo, da fotografia que escolheu que revela bem o seu sentido de humor, inclusive para consigo própria.

Quanto a ver os netos e o filho de longe aí já me custa a pronunciar pois, até ver, tenho os meus pintos todos por perto e nem quero imaginar como seria tê-los longe das minhas asas. Teria que me conformar como toda a gente mas, bolas!, deve ser terrível. O Skype, claro, é uma boa ajuda e, de resto, o que não tem solução, solucionado está pelo que, não os podendo meter debaixo das asas, do mal o menos, vê-los e ouvi-los já é uma boa compensação.

PS: Finalmente o seu livro chegou à Fnac! Já o tenho e já o estive a ver. Bem explicado, simples, elucidativo, apelativo. Não garanto é conseguir cumprir as receitas do princípio ao fim. Há sempre uma 'driving force' que me leva a improvisar qualquer coisa pelo meio... Mas vão servir de inspiração e, quem sabe, um dia destes consigo fazer uma tal e qual.

Mas, Helena, parabéns pelo livro!

Anónimo disse...

Cara Helena
Cara Georg Sand,

Esse é que vai ser o grande problema de Portugal daqui a uns anos - o elevado número de jovens de elevada competência intelectual que sai do país.

É um fenómeno muito similar ao dos anos 60/70 que está a ser subestimado pelos governantes, mas que vai ter um impacto brutal na sociedade portuguesa porque estes jovens dificilmente vão regressar - as oportunidades de uma carreira de sucesso são superiores, para não falar da qualidade de vida.

Isabel BP

P.S. A Helena é uma "barra" em tecnologia :)

Marcolino disse...

Estimada Helena,
Comoveu-me porque escreveu «Fui para a cama com a alma aquecida!» o que só revela um óptimo aproveitamento destas novas tecnologias.
Agora já não tanto, mas há alguns anitos atrás, valendo-me dos meus conhecimentos informáticos, programador, fui professor de informática para alguns residentes deste meu bairro, mas sem lhes levar um cêntimo. Num ápice aprenderam e apreenderam o essencial para poderem contactar com os filhos e netos emigrados.
Como tudo começa sempre por uma carolice, alguém, viu nos restantes idosos, um maná para facturar...
As portas da minha casa continuam sempre abertas para receber e ensinar gratuitamente. Haja saúde e bastante tempo!
Cumprimentos
Marcolino

Anónimo disse...

Confesso que uma das coisas que mais me enche a alma é ver pessoas já depois dos 50/60 anos (A Helena tem a mesma idade da minha Mãe) com uma vida bem activa em várias áreas e que teimam em não envelhecer. Parabéns pela sua vida e pelo vigor (que não o leite... LOL)!!!

Helena Sacadura Cabral disse...

Caros leitores que ufanada me senti com os vossos apoios/elogios!
É por isso que nunca faria política. Sei lá se um elogiosito oportuno me não faria claudicar. Nunca se sabe.
Por isso é melhor prevenir e andar em cima deles, uma vez que cá por casa também os há...
Cara Cila desconhecia totalmente a génese da palavra sincera. Mas depois da sua excelente explicação, fiquei a gostar ainda mais dela.
Caro Marcolino adorei a vossa celebração conjunta através do Skype. Saiba que acaba de me dar uma excelente ideia. Bem haja.
Jeitinho Manso vá-se preparando porque a mudança nunca é súbita. Veja o meu caso. Tinha só um filho fora. Agora tenho o outro "em parte incerta" e sem Skype. Um dia fala-me da América e no outro de África...
Até nisto o Destino nos troca as voltas!
Cara Isabel BP se eu fosse uma barra em tecnologia já tinha dado um novo visual ao meu blogue. É certo que podia "encomenda-lo", mas não quero. Gosto de ser eu a fazê-lo. Qualquer dia aprendo!

tulipas disse...

Boa Tarde
Dra. Helena Sacadura Cabral,

Perdoe a minha ousadia em a si me dirigir, mas no que toca a "filhos"...
Pertenço ao grupo dos que gostam de ler o seu blogue mas em silencio, sem deixar qualquer palavra e confesso, gosto igualmente de ler alguns dos seus comentários. Mas acontece que hoje não resisti pelo facto de lhe saber dar o perfeito valor no que sentimos quando os nossos filhos estão longe e os podemos ver com a ajuda das novas tecnologias...
Há uns anos atrás minha filha mais velha por motivos profissionais ausentou-se de casa para ir viver durante algum tempo na Indonésia. Tinha terminado há muito pouco tempo o seu curso o que significa que tinha uns tenros 20 e poucos anos e logo para inicio de vida profissional saíra-lhe em sorte a Indonésia. Hoje ela entra e sai deste nosso país com tanta frequência que já caiu na rotina e não damos tanta importância assim como daquela famigerada vez. Digo famigerada porque chegou o Natal esse Natal do Tsunami e não tínhamos noticias. Mas estou um pouco a fugir do tema, por fim tudo acabou em bem, dessa vez!
Falava eu das novas tecnologias que na época ainda não existia o Skype ou eu não o conhecia... tínhamos uma Web câmara... Que Alegria! Ver a minha pequenina! Ver e falar com ela!Ela por sua vez queria ver, com muita saudade, o quarto dela, a árvore de Natal, a sala... enfim todos pretendíamos ver e ouvir tudo! E era ver andarmos todos de Portátil e de câmara em punho pela casa fora...
São os pedaços da nossa vida!
Como Vê, compreendo-a perfeitamente.
Com os maior respeito lhe desejo Felicidades!
Um Abraço

Tété disse...

Como eu gosto de ler o que nos conta.
Se todas as pessoas do nosso grau etário se dedicassem a distrair o espírito e a mente, talvez os mais velhos não se sentissem por vezes tão inúteis.
Também eu que nasci na era da máquina de escrever me tive de habituar às novas tecnologias, quer no emprego, quer agora em casa. Até eu às vezes fico admirada com os progressos, não são avançados, mas vão servindo para os gastos de casa.
Lembro-me muitas vezes de si sobretudo quando ouço qualquer dos seus filhos à distância e penso o que uma mãe sofre. Mas sabe, também é preferível assim do que os ver dedicados há muitos anos aos estudos com sucesso mas sem
saída neste país encalacrado.
Grande beijinho
Teresa

Helena Sacadura Cabral disse...

Cara Tulipas
Estas pequenas fragilidades são o pão nosso de cada dia. E sorte, porque há quem nem de comer tenha!