terça-feira, 1 de novembro de 2011

As serviçais


O título original do filme de que vos falo é The Help. Poderia chamar-se "As criadas". Mas como o termo "criada" foi conspurcado por certas ideologias, esquecemos que ele se referia a pessoas que haviam crescido connosco e passámos a atribuir-lhe um sentido pejorativo. Antes dizia-se "nado e criado" na família. Hoje apenas conhecemos as "empregadas de serviço doméstico".
Mas não é de etimologia que pretendo falar-vos. É do filme que retrata uma certa América do passado, muito sulista e de que eu ainda conheci alguns resquícios.
O filme põe uma branca - tinha que ser - a publicar um livro de testemunhos colhidos junto de negras que trabalhavam arduamente para os brancos, criando-lhes os filhos, limpando-lhes as casas e as vidas, sem qualquer espécie de reconhecimento. O resto não devo contar.
Não é uma obra prima, tem mesmo algum paternalismo, mas é importante porque conta uma História que muitos de nós já esqueceram. E que importa que as novas gerações possam conhecer. Até para perceberem porque é que o actual Presidente dos Estados Unidos é de cor!

HSC

9 comentários:

Isabel disse...

Li o livro e gostei imenso.
Espero ter oportunidade de ver o filme.
Um abraço

Anónimo disse...

"Até para perceberem porque é que o actual Presidente dos Estados Unidos é de cor!" e para se perceber isto vai-se ver um filme sobre criadas!?!

Credo... nem pense em tal heresia contra a servidão...

O actual presidente é de cor negra, apenas por motivos de marketing seguidos pelas seguintes, entre outras, Corporações: University of California, Goldman Sachs,
Harvard University, Microsoft Corp, Google Inc, JPMorgan Chase & Co, Citigroup Inc, Time Warner.

Mas para quem gosta de ver sempre o lado cor-de-rosa da "vida"... então a sua sugestão também é gira!

Helena Sacadura Cabral disse...

Caro Voz a 0 db
Eu poderei não ser muito inteligente. Mas você é-o certamente. Admira-me, por isso, que tenha retirado das minhas palavras um sentido cor de rosa que lhes não dei. E que diga, seguramente com muito humor branco, que "...para se perceber isto vai-se ver um filme sobre criadas!?!".

Ana C. disse...

O livro deixou-me muitas saudades. Detestei ter que virar a última página e cheguei a sentir saudades de cada uma das personagens :)

Anónimo disse...

Já me chamaram de muitas coisas... inteligente por acaso é das primeiras pessoas que o faz... não como elogio, mas também entendo a razão.

E desculpe-me a Helena, mas aconselhar ir ver um filme que você qualifica como paternalista para se entender o porquê do actual presidente ser de cor negra, é uma visão (escolha a cor que quiser) da realidade do que se passa na América e por estas falsas democracias ocidentais... penso eu... mas como do meu cérebro só sai porcaria, certificada é verdade, mas porcaria... desculpe se escolhi a cor errada.

Não há nada como ver um filme assim-assim.

Anónimo disse...

Já agora e só para animar... pense nos maiores tóinos que já conheceu... eu sou pior que os top 5 da sua lista!

Basta ler o que ando a escrever lá no meu espaço certificado de loucura para se chegar a esta conclusão!

Unknown disse...

Já li o livro e achei-o muito divertido,embora falar de uma realidade que na década de 50 existia nos Estados Unidos.
Graças a Deus que penso já não ser assim.
Mas a verdade do que li é que os filhos dessas senhoras davam mais apreso as criadas que os criavam do que muitas vezes as próprias mães que nem ligavam aos filhos.
Desta vez tive sorte pois o livro estava na biblioteca.

Marcolino disse...

Estimada Helena,
Serviçais, criadas de dentro, criadas de fora, criadas de mesa, cozinheiras, amas secas, bábás, damas de companhia, governantas,chauffer, e por aí adiante, há já alguns anos, pós 25 de Abril, resolvi dar-lhes uma tonalidade menos agressiva: «Técnicos de actividades domésticas», porque, qualquer de nós, devido às educações recebidas, jamais saberia exercer essas várias profissões com humildade, dedicação, isenção, dever de segredo, e por aí adiante.
Vejamos a novissima palavra «Restauração» que passou a existir, porque muito boa gente, com cussos universitários, pós 25 de Abril, entraram no mercado dos sem emprego e, resolutamente, deitaram mãos à obra porque, com inteligência, verificaram que o ramo alimentar será o último a fechar as portas. Alvo de alguma chacota por parte daqueles menos empreendedores, restauraram a honra perdida, autodenominando-se de Agentes, ou mesmo Técnicos de Restauração.
O Tavares Rico, antes do 25/4, não se encontrava classificado no pomposo ramo da Restauração. Era isso sim, um restaurante carissimo, para gente muitissimo rica. Tinha fama pela sua qualidade inequivoca do ótimo atendimento, alimentação fesca, e cuidada. A célebre Cooperativa dos Pedreiros na Invicta, não sei se ainda existe,é outro exemplo do ramo alimentar, perdão, da Restauração!
De qualquer modo, passei a dizer que, em vez de me alimentar, restauro as energias, não num Restaurante, mas sim na Restauração...!
Gosto de a ler!
Cumprimentos
Marcolino

Anónimo disse...

Gostei bastante do filme, embora não seja uma obra prima. No entanto, acredito que algumas interpretações resultem em nomeações para os Óscares.

No passado fim-de-semana, fui ver "As Aventuras de Tintin - O Segredo do Licorne" - 3D. Talvez por a expectativa ser grande, saí um pouco decepcionada... mas o brulho das pipocas também não ajudou. Conseguem estragar-me uma sessão de cinema! :(

Isabel BP