quarta-feira, 7 de outubro de 2009

E a emigração?

Ora aqui temos mais umas continhas simpáticas para fazer, agora que os votos da emigração estão apurados. O PS leva mais um deputado. O PSD leva mais três. O que permitirá uma imensa gama de acordos pontuais para igualar ou passar o miraculoso número dos 116 representantes da Nação. Se esta nova equação não fosse muito séria até permitiria um "certo sorriso". Eu que o diga.
Assim, se o PM quizer governar à direita tem duas opções: sorrir a Manuela ou sorrir a Portas, Paulo. Com qualquer deles ultrapassa o "golden number". Se os juntar é dificilmente batível.
Se quizer governar à esquerda tem um problema. Não lhe basta sorrir a um. Terá que sorrir a dois ao mesmo tempo, no caso, PC e Bloco unidos. Muito vão ter que ceder qualquer deles para conseguirem formar uma família de esquerda solidária.
A aliança à direita irá colocar o PS no risco de perder votos futuros para a esquerda, em particular para o Bloco. A aliança às duas esquerdas poderá fazer fugir para a direita uma parte do voto socialista de centro. Perigoso também.
Difícil? Muito. Impossível? Não. Apenas um teste ao PM, ao Parlamento e, quem sabe, ao futuro Presidente da Repúlica.

H.S.C

5 comentários:

Anónimo disse...

Cara Helena, sinceramente, a questão mais relevante no que aos votos dos emigrantes respeita, em minha opinião, não será tanto o número de deputados que elegeram...mas o número que lhes foi atribuído e a que...não deveriam ter direito. Quando se verifica que cerca de 90% não votou, não participou nas eleições, como e porque diabo se se mantém aquele direito a 4 deputados? Na verdade, para piorar as coisas, convém referir que dos portugueses que vivem no estrangeiro, ainda há muitos que nem sequer se encontram inscritos nos Consulados e Secções Consulares das Embaixadas. Dos inscritos, um largo número não está recensiado e dos que se vão recensear a esmagadora maioria não vota. Resumindo, a crueza destes números dá que aqueles que votaram e elegeram os tais 4 deputados representam cerca, talvez, de 0,3% do total dos portugueses que vivem fora, e pouco mais (0,5%? ?) dos que estão inscritos, mas nem todos recenseados. Dito isto, pergunto: merecem 4 deputados? Resposta minha: um não redondo. Haja coragem política e deiam-lhes, apenas, 1 deputado pelo todo, em vez de 4! Os restantes 3 ficavam por cá (Lisboa, Porto, etc). 4 deputados pela emigração é pura demagogia política. Um escândalo! Mas, infelizmente, é assim e nem o PS, nem o PSD jamais mudarão estado estado, lamentável, de coisas.
P.Rufino
PS: gostei das palavras que FSC escreveu a seu respeito no seu (dele) Blogue!

Anónimo disse...

É bom que sejam testados, postos à prova e no fim, nos demonstrem que são merecedores de governar um País.
Quanto maior o desafio, mais se esforçam; esperemos!
Estavam a merecer...

Helena Sacadura Cabral disse...

Meu caro P. Rufino, a razão está toda do seu lado e tem o meu apoio.
Perante isto, lembro uma outra irrazoabilidade que é existência de números clausus para certas Universidades, cuja habilitação anda pelos 19 valores face à permissão política de entrada alunos estrangeiros com classificação de sofrível, que têm um priveligiado acesso ao nosso ensino, onde andam literalmente aos papeis...
Para, depois, por exemplo "importarmos" médicos da Argentina!
Que diz a isto amigo? Não anda mesmo tudo a precisar de uma vassourada?
Da direita todos desconfiamos. Mas da esquerda elitista que ensina na Faculdade e sabe disto, qual a razão do silêncio? Medo de quê?

Anónimo disse...

É mesmo isso Helena, uma valente vassourada!

Anónimo disse...

Tem toda a razão! Considero a existência desses números clausus um outro escândalo e coisa inqualificável E depois, em vez de termos dos nossos, médicos, dentistas, etc, termos de importar...com que qualidade sabe Deus! É política miserável, sem dúvida. Mas eu atribuiria, mas se calhar estou enganado, ao corporativismo das Ordens. O número clausus não garante qualidade, garante marrões que podem, ou não, vir a ser depois bons (ou maus) profissionais. Estou para ver quando essa infâmia acabará de vez. Exigir mais dos estudantes, com exames regulares, durante o ciclo isso sim. Era por aí que se devia começar. E disciplina nas aulas. Levantarem-se quando o professor chega, silêncio nas aulas, participação e respeito. E depois exames sérios, exigentes, para entrar numa qualquer universidade. E fim aos números clausus.
Concordo consigo. a mim, no "passado" a disciplina e respeito pelos professores nunca me fez mal. Antes pelo contrário!
P.Rufino