domingo, 22 de setembro de 2019

Lá se vai o bitoque...

O Reitor da Universidade de Coimbra, Amilcar Falcão, parece querer competir, em popularidade, com Greta Thunberg, a adolescente ativista em greve escolar. 
Com efeito, esta última, sentada ao lado de António Guterres, falou na abertura da Cúpula do Clima da ONU, para salientar que “os jovens têm força para pressionar governantes por mudanças”.
Já o Reitor, em defesa de princípios semelhantes, decidiu proibir nos refeitórios da Universidade, o consumo de carne de vaca, medida que, não resolvendo qualquer problema, entende ser importante na consciencialização do mundo académico.
Tal decisão, pouco expectável num académico de excelência - já que não obedece a critérios científicos - foi, diz-se, apoiada pelos alunos, embora, curiosamente, não respeite a liberdade de escolha dos mesmos. 
Haverá sempre, julgo, quem goste de comer um bitoque ou um hambúrguer – mais compatíveis com a algibeira estudantil – e quem considere que carne de vaca deve fazer parte da sua dieta alimentar. 
Com tal decisão, a partir de 2020, estas almas ficam obrigadas a comer fora da Universidade. Algo me diz, haver nesta deliberação um vago toque totalitário. Porque, daqui a pouco, a liberdade individual desaparece, para dar lugar a uma ditadura do politicamente correto, cujo único objectivo é proteger os seus arrojos com uma superioridade moral, ditada neste caso, pela luta contra as alterações climáticas.
Em tempos de populismo, já nem sequer se considera bizarro que um académico de topo tome este tipo de decisões!

HSC

20 comentários:

Anónimo disse...

Helena, quer dar uma gargalhada das suas, daquelas sonoras e sempre bem dispostas? Então tomo a liberdade de a aconselhar a ler um artigo publicado hoje no Observador do João Marques de Almeida, "O sr. Reitor não gosta de bifes".É de rir !

Anónimo disse...

Mais uma vez os números, o reitor da univ. de Coimbra, com a sua medida flamejante, apenas quis reduzir a despesa, mas deixou o frango de aviário carregado de hormonas e antibióticos, que não dá em casa aos filhos.
Teria sido uma boa medida proporcionar aos estudantes que comem carne, carne de vaca de produção biológica, como já se faz em universidades de outros países, impulsionando a sua produção (e o mesmo para a agricultura biológica). Isso é que um reitor deve fazer.
Convenci-me de que nas cantinas de muitas escolas e de todas as faculdades já existem menus opcionais: menu vegetariano, menu com carne, etc.
Porque não aparecem os cientistas nos media, a falar sobre tudo isto? Porque não convém.
Cortes magros de carnes vermelhas (cerca de 90g) comidas 2,3 por semana, não são prejudiciais, a não ser em alguns casos de doença.
O que faz mal é comer carne vermelha em excesso, pior ainda cortes gordos.
Tb não é verdade que uma alimentação sem carne, vegetariana ou vegan, seja prejudicial, o ferro e as proteínas podem ser substituídas, embora seja necessário saber fazê-lo.
O que não existe nos vegetais é a vitamina B12.
Mas o que é essencial é o modo de produção, qual a vantagem de comermos vegetariano se for soja, e outras leguminosas geneticamente modificadas, que deve ser o que é servido nos menus vegetarianos das cantinas.
Porque não se debatem as questões da alimentação com os cientistas, tanto no que diz respeito à saúde, como às questões ambientais?
Porque que é que tudo é utilizado com fins políticos, esquerda, direita, esquerda direita, e fica tudo embrulhado em interesses partidários e outros.
São necessárias medidas sérias, não é com reitores de Coimbra que se vai lá.

Dalma disse...

HSC, decisão hilariante a do Sr. Reitor! Vejamos: substituamos a carne de vaca por tofu! Devem saber que este é feito de soja e que, já agora antes de o tofu substituir o bife, já o mundo tem falta desta!
Portanto quem se admira que a Amazónia arda? Arde porque é necessário mais área para a produzir soja e o mesmo em África!
Assim sendo o Sr. Reitor está a ser “alegadamente” conivente!

Anónimo disse...

Têm de ser medidas tomadas de acordo com organismos de saúde internacionais e nacionais, com recomendação científica, aplicadas pelos investigadores ao caso português concreto, tal como foi a redução de sal.
Reina a confusão, se até um reitor, em princípio informado, toma decisões enganadoras.
Informado em princípio, porque mesmo a grande maioria dos médicos não sabe nada de alimentação. Segundo ouvi na tv um médico (numa posição de liderança, não me lembro qual) afirmar, os médicos na sua formação não têm nenhuma cadeira sobre nutrição.

Anónimo disse...

Vejo muitas vezes o Global, porque gosto de ouvir Paulo Portas, embora não acredite no CDS, muito menos em Cristas.
Paulo P deixou uma frase ao reitor de Coimbra «Sr. Reitor as vacas pastam».
Não, a maior parte das vacas não pastam, essa é a imagem verdejante da publicidade enganosa da indústria pecuária.
A maior parte das vacas vivem fechadas em espaços exíguos, em que não se conseguem mexer, sem luz do sol, não apanham ar fresco, com inseminação agressiva, com ingestão de hormonas para darem mais leite (como se estivessem sempre a aleitar), doentes, com feridas expostas, com descargas elétricas, etc.
Tudo isto é encoberto, mas eu vi.

Anónimo disse...

As vacas é que vão ficar felizes e quem sabe dançar a voar... Cuidem-se!



Pedro Coimbra disse...

Sinto alguma tristeza ao assistir de longe ao declínio do prestígio da Universidade de Coimbra.
Cristalizada no tempo, a cair nos rankings, é agora alvo de chacota por causa de uma medida absolutamente patética do Reitor.
Triste para quem ali estudou, acredite.
Boa semana

Anónimo disse...

Estamos a caminhar lentamente para formas de poder discricionário, isto é, sem nenhuma restrição. E este caso da Uni. de Coimbra é apenas (mais) um exemplo.

Quando um capricho pessoal é levado por diante e imposto aos outros, então estamos perante uma forma de poder sem limites, o que constitui um atentado à Liberdade: à minha e à dos outros.

A discussão à volta do "bife do Sr. Reitor" é muito mais complexa. Quase deixo de pensar no assunto em si, para o situar muito para lá das evidências imediatas: é que ele revela um procedimento que se está a tornar num padrão.
E acho, sobretudo, que há muita gente que anda desatenta. E isso também me preocupa.

Uma boa semana, caríssima Helena!
Gl

Anónimo disse...

As vacas que pastam, são as vacas de produção biológica, em menor quantidade como todos sabemos.
As outras, largos milhares, não pastam, vivem encerradas em instalações e condições do horror.

Anónimo disse...

Cito o que foi dito por Paulo Portas, porque é na minha opinião da maior importância «Uma universidade é um centro de conhecimento, não pode ser um centro de difusão da ignorância, as universidades não têm de estar na moda, não têm de ser giras. As universidades têm de servir a formação, informação, cultura, ciência e técnica aos seus estudantes».
E ainda: o reitor devia apresentar o estudo científico em que se fundamentou.

a vaquinha produz metano disse...

muito metano

Anónimo disse...

Gostava imenso que lesse um texto de uma autoridade nestas matérias, que se intitula "Da vaidade e da inveja", no blog Corta-Fitas, por Henrique Pereira dos Santos.
É um texto cheio de profundo conhecimento, de palavras sábias e além do mais cheias de elegância.
A partir daí só levo a sério a opinião de H.Pereira dos Santos

Anónimo disse...

Vi agora como o meu comentário-22 Set 19h10- ficou longo, um testamento, uma seca para quem possa querer ler, fui escrevendo ahahahh, peço desculpa.

Anónimo disse...

Alguma coisa tem de ser feita em relação à carne de vaca, tanto do ponto de vista da saúde como da pegada ecológica.
A produção de carne de vaca gasta muito água e energia do que as outras carnes.
O consumo dos portugueses é muito superior ao recomendado, o que provoca cancro do cólon e, de acordo com estudos, tem aumentado e tem tendência a aumentar.
Tudo indica que a eliminação do consumo de carne de vaca, não teria os efeitos ambientais pretendidos, sobretudo se fosse substituída pelo consumo de soja importada da América Latina.
É da maior importância a REDUÇÃO do seu consumo, assim como o desenvolvimento da produção local, bio, além da tomada de consciência a nível nacional dos riscos para a saúde e para o ambiente. Sem confusões que baralham as pessoas.

Teresa disse...

As vacas nos Açores pastam. Eu vi imensas quando lá fui. Então na Ilha Terceira,imensas ao longo fã estrada. Eu como pouca carne de vaca,mas compro dos Açores, mando picar,e dá para almôndegas ou empadão. E não é muito cara.Tudo tem que ter bom senso.

Anónimo disse...

Décadas e décadas a comer mal nas cantinas dos vários graus de ensino, e era para o lado que as pessoas dormiam melhor.
Nem me falem de sopa de ervilhas que era o que se comia diariamente na cantina da minha escola, porque era só abrir o pacote, e não era preciso ter o trabalho de lavar e cortar legumes.
Agora esta notícia é lançada intencionalmente nas legislativas, e anda tudo frenético, agarrando a oportunidade com unhas e dentes para atacar os partidos adversários.
Presumo que tenha sido um grupo político de estudantes a apresentar a ideia ao reitor e, como cortava nas verbas, ele aceitou, e depois anunciou em plenário, como medida de combate às alterações climáticas. E se não cortasse nas verbas, será que ele aderia?
Passam as legislativas, e é para o lado que as pessoas voltam a dormir melhor. É só política, votos e verbas.
E sabe-se lá o que se passa nas cantinas deste país!

Silenciosamente ouvindo... disse...

Parece que o Srº. reitor já está arrependido
da decisão que tomou.
De qualquer modo tanto fundamentalismo…
já chateia!!!
Cada um deve decidir por si o que come
e numa Universidade os alunos deviam ser
ouvidos..
Os meus cumprimentos.
Irene Alves

Anónimo disse...

Com toda esta história pelo menos fala-se destes assuntos- alimentação e saúde, relação entre as alterações climáticas e produção agro-pecuária, pegada, etc.
Parece que, ao contrário do que se previa, não está a haver tendência para um aumento do vegetarianismo e do veganismo, mas para uma subida do consumo de carne. E até já existem experiências para criar carne em laboratório.
Uma coisa de que não se tem falado é das necessidades alimentares diferentes nas diferentes idades. Vendo bem, tem-se falado destes assuntos, mas pela rama, não se têm ouvido aqueles que os estudam. Baralha e volta a dar.

Anónimo disse...

Por falar em Cristas...
Cristas faz o papel da autoritariazeca sem autoridade nenhuma.
Primeiro, ela e Melo, usaram a estratégia do bully (tradução= rufia), mas foi o desastre total, merecido.
Corrigiram: agora Cristas interpreta o papel da mulherzinha sempre zangada, sempre de dedo espetado, a ralhar, a ralhar, desenterrando estilos de tempos idos; Melo não tenho visto.
A quem agrada este este estilo autoritário sem autoridade?
Vamos ver no dia 6.

Anónimo disse...

Os nutricionistas aconselham, no que se refere às carnes vermelhas (vaca e porco) o correspondente a 1 ou 2 bifes por semana no máximo, isto é, 1 ou 2 refeições por semana, entre as 14 refeições semanais. Mas vaca e porco de produção bio (produção extensiva, como eles chamam) que é mais cara, mas como o consumo em Portugal deveria ser reduzido em cerca de 50%, as contas ficavam equilibradas.
Uma parte da carne vermelha que se come em Portugal é importada, o que também aumenta a pegada do carbono, devido ao seu transporte, por isso deve preferir-se a produção nacional e local.
No Instituto Politécnico de Bragança, só se come carne mirandesa.
A Universidade de Cambridge reduziu o consumo de carne vermelha, mas fez estudos prévios relativos a essa diminuição, e ainda relativos ao desperdício alimentar e ao aumento do consumo de vegetais.
A Universidade de Coimbra não estudos nenhuns como compete à uma universidade.