Talvez um
dia, as coisas façam sentido.
Talvez as palavras, que ficaram presas na garganta, encontrem o seu caminho
para fora, sem medo, sem dor, sem atraso.
Talvez um
dia, a saudade se transforme em lembrança leve,
e não mais, em peso que aperta o peito, nas noites silenciosas.
Talvez o tempo, esse velho sábio teimoso ensine, com delicadeza,
em vez de dar lições à força.
Talvez um
dia, entendamos por que certos caminhos se cruzaram,
só para depois se perderem.
Ou talvez não. E tudo bem, também.
Porque há beleza no mistério, há força na incerteza,
e há amor mesmo naquilo que não ficou.
Talvez um
dia…
Mas por enquanto, nós seguimos — passo a passo,
com o coração aberto e o olhar curioso.
Porque talvez o "um dia" seja hoje, disfarçado de agora.
Talvez um
dia, as respostas venham sem pressa,
como quem sussurra em vez de gritar.
Talvez o silêncio, que hoje incomoda
amanhã seja só paz, e não ausência.
Talvez um
dia, a coragem venha vestida de rotina,
e o recomeço não pareça tão assustador.
Porque, no fundo, nós recomeçamos o tempo todo —
em cada amanhecer, em cada escolha pequena, que ninguém vê.
Talvez um
dia, a gente pare de exigir tanto de si,
e entenda que viver, também é permitir-se falhar,
errar o caminho, tropeçar, voltar.
E que isso não é fraqueza — é ser humano.
Talvez um
dia, as mãos que hoje estão vazias
sejam as mesmas que acolhem,
outras mãos, outros destinos.
Talvez o amor venha simples, sem urgência,
como um sol que nasce sem fazer alarde.
Mas até lá, nós
continuamos.
Remendando os dias, bordando esperanças,
cuidando das feridas com paciência.
Porque talvez o mais bonito de tudo
não seja o “um dia”, mas o “por enquanto”.
MÃOS
PEQUENAS, CORAÇÃO GRANDE
Já no top e nas livrarias.
1 comentário:
Há coisas que nunca farão sentido.
Podem ser explicadas, mas nunca farão sentido.
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