Parabéns Miguel, onde quer que estejas, hoje, pelos 66 anos que passam sobre o teu nascimento, o dia mais feliz da minha vida!
fio de prumo
Análise séria e acutilante, humorada ou entristecida, do Portugal dos nossos dias, da cidadania nacional e do modo como somos governados e conduzidos. Mas também, um local onde se faz o retrato do mundo em que vivemos e que muitos bem gostariam que fosse melhor!
quarta-feira, 1 de maio de 2024
segunda-feira, 29 de abril de 2024
quarta-feira, 24 de abril de 2024
AO MIGUEL
Hoje, passa mais um ano que o meu filho
Miguel faleceu. Os primeiros pensamentos foram para ele, sorridente, na foto
que está na minha mesa de cabeceira. Fiquei ali, sentada a berma da cama, a
sorrir-lhe, sabendo que onde quer que esteja, estaria a fazer o mesmo. Dei-lhe
um beijo e comecei, serena, o meu dia de trabalho. À noite volto a despedir-me,
aguardando o seu aniversário, a 1 de maio. Esta ano irei pela primeira vez
passar esse dia no mar da Praia das Maçãs, onde repousam as suas cinzas. E vou
ser capaz de lá deixar um ramo de flores. Foi e é um filho abençoado!
Hoje é, também, a altura de me despedir dos
meus leitores nas redes sociais. Foram quase dois anos a partilhar convosco uma
forma de vida que é a minha, e que julguei poder levar outros, menos felizes, a
rever as suas. Se consegui dar animo e força fico feliz. Se não consegui o
objetivo, foi muito positivo para mim, ler os vossos comentários, que também me
ajudaram a revisitar as várias vidas que vivi! Vou andar por aí a preparar o
novo livro, que sairá em outubro, mas, de vez em quando, virei aqui dar
novidades.
Finalmente, um agradecimento muito especial para todos aqueles que, antes de eu escrever estas linhas, se lembraram do Miguel.
segunda-feira, 22 de abril de 2024
VÁ NO SEU RITMO
Num mundo que constantemente nos bombardeia
com padrões e expectativas, é fácil cair na armadilha das comparações. Desde as
redes sociais até ao ambiente de trabalho, somos constantemente confrontados
com as conquistas e sucessos aparentes dos outros, o que pode gerar uma pressão
insustentável para nos medirmos pelo mesmo padrão. No entanto, a verdade é que
cada um de nós está numa jornada única, com circunstâncias, habilidades e
objetivos próprios. Comparar a nossa trajetória com a de outra pessoa é não
apenas injusto, mas também improdutivo. Cada um de nós tem o seu próprio ritmo de
crescimento, as suas próprias experiências e desafios a enfrentar. Ao invés de
se deixar levar pela tentação de comparação, é fundamental aprender a valorizar
o próprio progresso e caminhada. Isso não significa estagnar ou contentar-se com
menos do que se pode alcançar, mas sim reconhecer que o sucesso e a felicidade
não são medidas universais. Respeite seu ritmo. Isso significa dar-se permissão
para progredir de acordo com as suas próprias capacidades e circunstâncias. Às
vezes, pode ser necessário desacelerar e cuidar de si mesmo, enquanto em outras
ocasiões, pode-se acelerar o ritmo e desafiar os limites. O importante é
manter-se fiel ao seu caminho, sem se deixar distrair pelas realizações dos
outros.
Evite comparações que apenas minam a sua confiança e autoestima. Em vez disso, concentre-se em cultivar uma mentalidade de crescimento, onde o foco está em se melhorar a si mesmo a cada dia, em vez de superar os outros. Celebre as suas próprias vitórias, por menores que sejam, e aprenda com os seus próprios fracassos, sabendo que cada passo dado é uma parte valiosa da sua jornada pessoal. Lembre-se que a única pessoa com quem você deve comparar-se, é com a pessoa que você era ontem.
domingo, 21 de abril de 2024
FALHAR NÃO É O FIM
No tecido da vida, os fios do sucesso entrelaçam-se, muitas
vezes, com os da falha. É uma verdade inegável que, por mais cuidado que
tenhamos, por mais habilidades que acumulemos, às vezes falhamos. No entanto, é
essencial reconhecer que falhar não é o fim do caminho, mas um capítulo no
livro da experiência.
A sociedade, muitas vezes, estigmatiza o fracasso,
pintando-o como uma marca de incompetência ou inadequação. No entanto, é
através dos fracassos que construímos a nossa resiliência, a nossa capacidade
de adaptação e a nossa sabedoria. Cada tropeço, cada obstáculo superado, ensina-nos
lições valiosas que não poderíamos aprender de outra forma.
Os grandes empreendedores, artistas, cientistas e
líderes do mundo não alcançaram o sucesso sem enfrentar falhas ao longo do
caminho. O que diferencia essas pessoas não é a ausência de falhas, mas sim, a
sua capacidade de aprender e crescer com elas. Enquanto alguns se deixam abater
pela adversidade, outros abraçam-na como uma oportunidade de se reinventar, de
refinar suas estratégias e de continuar avançando em direção aos seus
objetivos.
Falhar não é o fim, mas sim uma parte inevitável e essencial do caminho para o sucesso. É uma oportunidade de reavaliar, de aprender, de se fortalecer e de seguir em frente com ainda mais determinação. Então, quando os ventos da vida soprarem contra nós e as ondas da adversidade ameaçarem afundar o barco, lembremo-nos que cada falha é apenas uma página virada, e o próximo capítulo pode ser o começo de uma grande vitória.
sábado, 20 de abril de 2024
O RAPAZ
Antes
de tudo, quero fazer uma declaração de interesses. Sou muito amiga do Cláudio,
que conheci, há imensos anos, num delicioso programa chamado “AS NOITES
MARCIANAS”, um dos primeiros lates night shows que se fizeram em Portugal, sob
a batuta admirável de Carlos Cruz. Nessa altura, intui que ele poderia ser o
que quisesse, se lhe dessem oportunidade. Agarrou todas. Hoje é um dos pilares
da TVI.
Cláudio
Ramos é um comunicador nato com uma paixão pelo Alentejo e as suas gentes. Nascido em Luanda e criado no Alentejo, tem uma trajetória
diversificada que inclui passagens pela televisão, rádio, imprensa escrita,
publicidade, além de ter sido um dos pioneiros da blogosfera em
Portugal.
“O Rapaz” explora temas profundos como
a descoberta da sexualidade, a paixão, o prazer das coisas simples e o amor
gay. O
próprio autor refere que este romance representa uma maturidade crescente na
sua escrita, oferecendo uma narrativa que poderia ser a de qualquer um de nós,
com as suas histórias de ficção que se entrelaçam com a realidade.
A mensagem central do livro é uma celebração
da aceitação e do amor próprio. Através da jornada
do protagonista, o autor explora a importância de se aceitar e de valorizar a
própria identidade e história pessoal. O livro aborda o amor gay com uma
honestidade tocante, destacando que o amor pode ser encontrado em várias formas
e que cada pessoa merece ser amada e respeitada como é.
“O
Rapaz” é mais do que um romance. É um convite para refletir sobre o amor em
todas as suas formas e a importância de nos aceitarmos e valorizarmos. Cláudio
Ramos deixa uma marca na literatura portuguesa com esta obra, convidando os
leitores a uma viagem introspetiva sobre a vida, o amor e a aceitação.
Além disso, “O Rapaz” convida os leitores a refletir sobre as suas próprias vidas, incentivando-os a abraçar a sua verdade e a encontrar alegria nas coisas simples. É um apelo à coragem de viver autenticamente e ao poder transformador do amor, seja ele romântico, familiar ou de amizade. A história é um alerta de que, apesar dos desafios e das adversidades, há sempre espaço para a esperança e para a felicidade genuína.
DA FINITUDE
A finitude é um conceito que reflete a natureza limitada da existência
humana. Ela abrange aspetos físicos, temporais e existenciais, marcando a vida
com a consciência de que tudo tem um fim. Na filosofia, a finitude foi
explorada por pensadores como Platão e Aristóteles na Antiguidade, e por
Descartes e Kant na Modernidade, cada um abordando a condição humana e as
limitações do conhecimento e da razão.
A finitude nos envolve,
Com seu manto de mistério e inevitabilidade.
Limita nossos dias, molda nossas noites,
E nos lembra que somos passageiros temporários.
Nascemos, crescemos e envelhecemos,
Cada respiração é um tesouro, cada momento é um
presente.
A finitude nos ensina a valorizar,
A vida, o amor, e as pequenas alegrias.
Na filosofia, encontramos perguntas,
Sobre o ser, o conhecer e o existir.
A finitude é o pano de fundo,
Para o drama humano em busca de sentido.
Platão via o mundo sensível como efêmero,
Aristóteles, a mudança e a causalidade.
Descartes questionava a certeza do saber,
E Kant, as fronteiras da razão humana.
A finitude é nossa companheira silenciosa,
Que nos acompanha desde o primeiro choro até o último
suspiro.
Ela nos desafia a viver plenamente,
A amar profundamente e a deixar um legado de
esperança.
Pois no fim, o que resta é o impacto,
Das vidas que tocamos e dos sonhos que vivemos.
A finitude pode ser o fim,
Mas também é o convite para começar a verdadeira
jornada.
A finitude física lembra-nos da mortalidade e da transitoriedade do corpo
humano. A finitude temporal faz-nos conscientes da preciosa natureza do tempo e
da importância de viver o presente. E a finitude
existencial confronta-nos com questões profundas sobre o propósito e o
significado da vida.
Aceitar a própria finitude é uma parte integral do desenvolvimento pessoal e espiritual, permitindo-nos enfrentar a vida com autenticidade e coragem.