Às vezes, as palavras não são suficientes para uma despedida.
Não porque o que se sente é grande demais para ser expresso, mas porque a
verdadeira despedida ainda não chegou. Não é um adeus, mas uma pausa. Não é o
fim, mas uma interrupção temporária, como uma vírgula que pede um novo começo.
"Até dezembro", disse ele, com um sorriso no rosto
que não se sabia se era de tristeza ou de mistério. Porque em dezembro, tudo
poderia ser diferente. Ou talvez nada mudasse, e tudo continuasse como estava,
mas isso não importava. O simples fato de saber que o tempo, implacável e
silencioso, passaria entre agora e então, trazia consigo uma sensação de que o
mundo ainda tinha algo a oferecer. Algo que não seria revelado até aquele
momento.
Dezembro... Quem poderia dizer o que ele traria? Talvez fosse
o momento do reencontro. Ou talvez fosse o fechamento de um ciclo. Talvez fosse
uma porta que se abriria para algo completamente novo, uma surpresa aguardada,
mas desconhecida. E talvez, no final, tudo o que ele queria dizer era isso: a
vida não é feita apenas de encontros e despedidas, mas de momentos suspensos,
onde o tempo se estica e o futuro se desvela lentamente, como uma cortina que
se abre aos poucos.
Mas por agora, “Até dezembro” era o suficiente. Era um
convite à espera, ao mistério. Um lembrete de que o amanhã nunca é certo, mas
sempre vale a pena ser aguardado.
E assim, ele se foi. Mas sem ir, porque dezembro estava lá,
no horizonte, como uma promessa.
Mãos pequenas, coração grande
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1 comentário:
Custa a dizer e custa a ouvir.
Tenho essa experiência com os meus pais há trinta anos.
Tenha uma excelente semana
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