O segundo casamento não é um recomeço qualquer. Ele chega
silencioso, depois da tempestade. Não tem a inocência do primeiro. Ao invés,
tem a coragem de quem já se magoou e ainda assim, escolhe amar de novo.
Não é feito de promessas ingénuas, mas de escolhas
conscientes. Vem com menos ilusão, mas com mais verdade. Traz o peso da memória
e, ao mesmo tempo, a leveza de saber que o amor pode, sim, florescer em terreno
já arado, mesmo que tenha sido mal arado antes.
O segundo casamento é um encontro entre duas histórias com
cicatrizes. Há mais escuta. Menos urgência. Um cuidado mais atento com o que se
diz — e principalmente com o que se cala. Não há mais a pressa de acertar tudo,
logo. Há espaço para aprender em conjunto, mesmo que o medo também caminhe ao
lado. É amor com olhos abertos.
Não idealizado, mas real. Amor que não exige perfeição, mas
presença. Que entende que a vida é feita de camadas, de perdas e reconstruções,
e que amar de novo é, antes de tudo, um ato de esperança.
Porque o segundo casamento não é sobre substituir o passado.
É sobre escolher alguém, com quem vale a pena construir o “agora” — e quem
sabe, o “sempre”.
1 comentário:
Espero não ter essa experiência.
Tenha uma excelente semana
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