domingo, 15 de junho de 2025

O SEGUNDO CASAMENTO

O segundo casamento não é um recomeço qualquer. Ele chega silencioso, depois da tempestade. Não tem a inocência do primeiro. Ao invés, tem a coragem de quem já se magoou e ainda assim, escolhe amar de novo.

Não é feito de promessas ingénuas, mas de escolhas conscientes. Vem com menos ilusão, mas com mais verdade. Traz o peso da memória e, ao mesmo tempo, a leveza de saber que o amor pode, sim, florescer em terreno já arado, mesmo que tenha sido mal arado antes.

O segundo casamento é um encontro entre duas histórias com cicatrizes. Há mais escuta. Menos urgência. Um cuidado mais atento com o que se diz — e principalmente com o que se cala. Não há mais a pressa de acertar tudo, logo. Há espaço para aprender em conjunto, mesmo que o medo também caminhe ao lado. É amor com olhos abertos.

Não idealizado, mas real. Amor que não exige perfeição, mas presença. Que entende que a vida é feita de camadas, de perdas e reconstruções, e que amar de novo é, antes de tudo, um ato de esperança.

Porque o segundo casamento não é sobre substituir o passado. É sobre escolher alguém, com quem vale a pena construir o “agora” — e quem sabe, o “sempre”.

 

1 comentário:

Pedro Coimbra disse...

Espero não ter essa experiência.
Tenha uma excelente semana