O primeiro amor chega como um vendaval — desordenado,
urgente, cheio de promessas ditas com o peito inflado e a inocência intacta. É
a descoberta, a explosão, a vertigem. Mas também, muitas vezes, é o amor que
parte. E quando vai, deixa uma ideia: “nunca mais será assim”.
E não será mesmo. Porque o amor que vem depois, é diferente.
Ele não precisa provar nada. Chega mais devagar, às vezes sem que nós percebamos.
Não causa tempestades, prefere as brisas. Não grita, mas sabe fazer-se ouvir.
Esse segundo amor — ou terceiro, ou décimo — já encontra um
coração com marcas. E, talvez por isso, ele seja mais delicado. Sabe onde
pisar. Sabe que amor não é só sentir. É escolher, cuidar, estar. Não idealiza,
compreende. Não promete eternidades, constrói presentes.
O amor que vem depois do primeiro, já conheceu o fim — e por
isso valoriza mais cada recomeço. Ele sabe que paixão é fogo, mas que o amor real,
é aquele que fica para ajudar a reconstruir, depois do incêndio.
Esse amor vem com mais silêncio, mais maturidade, mais
verdade. E, às vezes, sem grandes gestos, faz mais a morada, que o primeiro
jamais conseguiu.
1 comentário:
Os que vêem depois do primeiro são mais cautelosos e desconfiados.
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