terça-feira, 17 de junho de 2025

Depois do Primeiro

O primeiro amor chega como um vendaval — desordenado, urgente, cheio de promessas ditas com o peito inflado e a inocência intacta. É a descoberta, a explosão, a vertigem. Mas também, muitas vezes, é o amor que parte. E quando vai, deixa uma ideia: “nunca mais será assim”.

E não será mesmo. Porque o amor que vem depois, é diferente. Ele não precisa provar nada. Chega mais devagar, às vezes sem que nós percebamos. Não causa tempestades, prefere as brisas. Não grita, mas sabe fazer-se ouvir.

Esse segundo amor — ou terceiro, ou décimo — já encontra um coração com marcas. E, talvez por isso, ele seja mais delicado. Sabe onde pisar. Sabe que amor não é só sentir. É escolher, cuidar, estar. Não idealiza, compreende. Não promete eternidades, constrói presentes.

O amor que vem depois do primeiro, já conheceu o fim — e por isso valoriza mais cada recomeço. Ele sabe que paixão é fogo, mas que o amor real, é aquele que fica para ajudar a reconstruir, depois do incêndio.

Esse amor vem com mais silêncio, mais maturidade, mais verdade. E, às vezes, sem grandes gestos, faz mais a morada, que o primeiro jamais conseguiu.

 

1 comentário:

Pedro Coimbra disse...

Os que vêem depois do primeiro são mais cautelosos e desconfiados.