Chegar aos 50 anos é, para muitos, um marco. Não apenas um número redondo, mas um ponto de viragem silencioso, onde o passado se torna espelho e o futuro, mistério. É uma idade em que as certezas acumuladas podem começar a vacilar e, ao mesmo tempo, em que nasce uma nova liberdade: a de finalmente se perguntar “Quem sou eu agora?” – e procurar a resposta com honestidade.
Encontrar-se aos 50 não é um regresso ao início, mas uma
viagem ao centro. Depois de décadas de compromissos, trabalho, família,
pressões sociais e expectativas externas, há uma oportunidade única de olhar
para dentro e reencontrar aquela essência que, por vezes, ficou soterrada pelas
exigências da vida.
É quando percebemos que, talvez, nunca tenhamos, de facto,
parado para nos escutar. Aos 50, o silêncio começa a falar mais alto. As
prioridades mudam. A urgência de agradar aos outros diminui. E começa a nascer
um desejo genuíno de viver com mais verdade, com mais sentido.
Encontrar-se não significa romper com tudo. Muitas vezes, é
integrar: reconhecer as versões que fomos de nós mesmos e acolher a versão que
agora quer emergir. É um processo que pode envolver mudanças — na carreira, nos
relacionamentos, na maneira de viver — mas, acima de tudo, exige coragem para
sermos fiéis à nossa essência.
Aos 50 anos, a busca já não é pela perfeição, mas pela
autenticidade. Já não se trata de conquistar o mundo, mas de fazer as pazes com
ele — e connosco. Descobrimo-nos, muitas vezes, mais leves, mais serenos, mais
disponíveis para o presente. Descobrimos que há beleza em recomeçar, em
redefinir o caminho, em dizer sim ao que nos faz bem e não ao que nos afasta de
nós mesmos.
Encontrar-se aos 50 é um privilégio. É a oportunidade de
viver, finalmente, por dentro e de construir, com maturidade e consciência, uma
nova fase da vida onde cada escolha seja um reflexo do que somos, e não do que
esperavam que nós fôssemos.
MÃOS PEQUENAS, CORAÇÃO GRANDE
Já no top de vendas das
livrarias.
5 comentários:
Caríssima Helena
Como sempre li o seu “fio de prumo”e ocorreu-me fazer-lhe uma pergunta,sabendo que já vai nos 90.E aos 60,70,80,90?O que nos diz dada a sua sabedoria e experiência desses marcos também redondos?
Vou-lhe contar mais um episódio da minha vida.
No dia em que completei 50 anos estava em Coimbra.
E tinha uma consulta de Urologia marcada.
A próstata andava a aborrecer e não gosto nada de correr riscos.
O médico viu a minha ficha e antes de fazer o toque rectal perguntou-me se queria fazer aquilo naquele dia.
Qual é a diferença, perguntei.
Fizemos o que era necessário e depois fui passear com a minha mulher, as minhas filhas e a filha do meu melhor amigo que tinha dormido lá em casa.
Inesquecível.
Tenha um excelente fim-de-semana
Meu caro Pedro, se tivesse sido comigo faria exatamente o mesmo! E teria apreciado imenso a noite com a família.
Caro Anónimo de casa uma dessas décadas guardo tão boas recordações que seria difícil escolher a melhor. Mas algo lhe digo com franqueza: estes 90 têm sido uma belíssima surpresa...
Se eu lá chegar espero perguntar-lhe pelos 100
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