Esta pergunta que um amigo me colocou deu origem a este
texto. É uma questão que desperta dilemas profundos que atravessam tanto o
campo das relações pessoais quanto o das escolhas existenciais. Fidelidade e
liberdade, à primeira vista, podem parecer opostos. Um exige compromisso, o
outro, autonomia. Mas será que um realmente anula o outro?
A fidelidade está ligada à constância, à lealdade, ao
respeito a pactos feitos, sejam eles amorosos, familiares, ideológicos ou
profissionais. Ser fiel é assumir uma responsabilidade com o outro, mas também
consigo mesmo, pois exige coerência entre discurso e ação.
Por outro lado, a liberdade é a essência do ser autêntico.
Representa a capacidade de fazer escolhas próprias, de seguir caminhos não
impostos, de mudar de ideia, de recomeçar. A liberdade é, muitas vezes,
associada ao direito de se ser quem se é, sem amarras.
O conflito surge quando a fidelidade começa a transformar-se
em prisão, e a liberdade, em abandono. Ser livre não precisa significar
irresponsabilidade, assim como ser fiel não deve significar sufocamento. O
equilíbrio está em perceber que ambas as ideias podem coexistir. Uma fidelidade
escolhida livremente tem muito mais valor do que uma imposta. Da mesma forma,
uma liberdade que respeita vínculos e afetos é mais madura e duradoura.
No fim, talvez a pergunta não devesse ter sido “o que vale
mais?”, mas sim “como fazer com que fidelidade e liberdade não sejam
inimigas?”. Quando há diálogo, respeito e clareza de intenções, é possível ser
fiel sem se aprisionar, e ser livre sem ferir.
MÃOS PEQUENAS, CORAÇÃO GRANDE
Já no top de vendas das
livrarias.
1 comentário:
Era essa precisamente a ideia que tinha quando li o título.
Ser livre sem deixar de ser fiel.
É assim tão complicado?
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