Com pesar, assisti recentemente a um anúncio televisivo que
promovia o aborto como uma decisão simples, desprovida de implicações éticas,
humanas e jurídicas. É profundamente preocupante que um tema tão delicado e
complexo, seja tratado com tamanha superficialidade num meio de comunicação de massa, que forma
opiniões e atinge milhões de lares.
O ordenamento jurídico de muitos países - mesmo onde o aborto
é parcialmente legalizado - reconhece que a vida humana merece tutela desde a
conceção. Esse reconhecimento não é apenas uma norma abstrata: ele traduz o
valor intrínseco da vida, sobretudo da vida mais indefesa, a que ainda se
encontra no ventre materno.
Lamento que pouco ou nada se tenha dito, naquele anúncio -
isso sim, seria informar - sobre os múltiplos e variados meios de apoio, hoje
disponíveis, para que tal não aconteça. De fato é esquecer, voluntariamente, os
métodos anticoncepcionais acessíveis, apoio psicológico, apoio à gestante, redes
de proteção social, e tantos programas — públicos e privados — que existem
exatamente para que nenhuma mulher precise recorrer ao aborto por desespero,
medo ou abandono.
Sim, devemos ouvir e amparar as mulheres em crise, mas é
justamente por respeito à sua dignidade — e à do ser humano que carregam — que
não podemos aceitar uma narrativa que normalize o aborto como simples solução.
Promover a vida, o direito, o diálogo e a compaixão, não é um
retrocesso: é o verdadeiro avanço civilizacional. Que nunca percamos a
capacidade de proteger os mais frágeis com justiça e humanidade.
1 comentário:
Há agendas muito particulares que se insinuam mais e mais no espaço público.
Sob o manto diáfano do progresso, têm um único objectivo - formatar cérebros.
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