Vivemos numa era em que o cansaço se tornou rotina e estar
constantemente ocupado é quase um troféu. A cultura do cansaço, como a define o
filósofo sul-coreano Byung-Chul-Han, é marcada pela exaustão silenciosa de indivíduos
que, sob a lógica neoliberal, se transformam em empreendedores de si mesmos. O
descanso, antes sinal de equilíbrio, hoje é, muitas vezes, visto como preguiça,
improdutividade, ou até fracasso.
Ser ocupado, tornou-se símbolo de importância. Frases como
“não tenho tempo para nada” ou “mal consigo dormir” ganharam status de medalhas
honorárias. As redes sociais reforçam este fenómeno, onde o excesso de
compromissos é exibido com orgulho. O tempo livre, por outro lado, é quase um
tabu, algo que precisa ser “preenchido” com mais tarefas, projetos ou metas
pessoais.
Esta constante aceleração gera não só fadiga física, mas um
esgotamento mental profundo. Perdemos a capacidade de simplesmente não fazer
nada, de contemplar, de pausar. O descanso tornou-se algo, que precisa ser
justificado. E isso afasta-nos de nós próprios.
É urgente repensar este modelo. O valor de uma pessoa não
deveria estar atrelado à sua produtividade. Precisamos resgatar o direito ao
ócio, ao tédio criativo, ao descanso, como forma legítima de cuidado pessoal.
Desacelerar não é fracassar, é resistir.
MÃOS PEQUENAS, CORAÇÃO GRANDE
Já no top de vendas das
livrarias.
2 comentários:
Todos os dias tenho o meu tempo.
O meu repouso, a minha pausa.
Essenciais para não viver e morrer demasiado depressa.
🌻
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