quarta-feira, 9 de outubro de 2024

CICATRIZES

As cicatrizes são lembranças silenciosas que o corpo carrega, testemunhas do que já foi dor, mas que agora repousam como marcas serenas. Cada uma tem a sua história, desenhada na pele, no silêncio dos dias que passaram. São como pequenas geografias de nossas batalhas, pedaços de um mapa íntimo, só nosso, que poucos conhecem de verdade.

Algumas cicatrizes são profundas, outras quase invisíveis, mas todas falam sobre resistência. Falam do que resistimos, do que sobreviveu. São marcas de curas tanto quanto são de feridas. Às vezes, passamos os dedos sobre elas, num gesto automático, tentando lembrar do que doeu ou agradecendo o que não dói mais.

Há também as cicatrizes que não se veem. As que estão guardadas em camadas mais profundas, nas dobras da alma. Elas são feitas de memórias, de sentimentos que cortaram fundo e que, aos poucos, também foram cicatrizando. Embora invisíveis, essas talvez sejam as mais difíceis de carregar, pois não há toque que alivie, nem remédio que cure instantaneamente.

Mas, no fim, todas as cicatrizes – as do corpo e as do coração – são sinais de que seguimos em frente. São marcas de vida. Não importam os caminhos tortuosos que nos trouxeram até aqui, elas nos lembram que fomos fortes o suficiente para sobreviver. E é isso que importa.

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