As cicatrizes são lembranças
silenciosas que o corpo carrega, testemunhas do que já foi dor, mas que agora
repousam como marcas serenas. Cada uma tem a sua história, desenhada na pele,
no silêncio dos dias que passaram. São como pequenas geografias de nossas
batalhas, pedaços de um mapa íntimo, só nosso, que poucos conhecem de verdade.
Algumas cicatrizes são
profundas, outras quase invisíveis, mas todas falam sobre resistência. Falam do
que resistimos, do que sobreviveu. São marcas de curas tanto quanto são de
feridas. Às vezes, passamos os dedos sobre elas, num gesto automático, tentando
lembrar do que doeu ou agradecendo o que não dói mais.
Há também as cicatrizes que
não se veem. As que estão guardadas em camadas mais profundas, nas dobras da
alma. Elas são feitas de memórias, de sentimentos que cortaram fundo e que, aos
poucos, também foram cicatrizando. Embora invisíveis, essas talvez sejam as
mais difíceis de carregar, pois não há toque que alivie, nem remédio que cure
instantaneamente.
Mas, no fim, todas as cicatrizes – as do corpo e as do coração – são sinais de que seguimos em frente. São marcas de vida. Não importam os caminhos tortuosos que nos trouxeram até aqui, elas nos lembram que fomos fortes o suficiente para sobreviver. E é isso que importa.
Sem comentários:
Enviar um comentário