Quando se pára pensar - e as férias também servem para isso, por mais contraditório que tal possa parecer - tem-se uma estranha imagem de Portugal. Aqui fica apenas uma pálida ideia.Levamos seis meses a trabalhar exclusivamente para o Estado e este deixa prescrever mais de mil milhões de dívidas ao fisco. Ou seja, enforca os que trabalham e perdoa os que não cumprem. Boa moral!
Em Maio último o governo prometeu que não aumentaria mais os impostos. Mentira. Até os aumentos provisórios se tornaram definitivos...Boa ética!
A despeza do Estado tem vindo, até agora, a subir regularmente. O deficite orçamental também. Para agravar a fotografia, andamos a vender títulos da dívida a dez anos à taxa de 6%. Se as contas forem feitas "dá só" seis milhões de euros de juro a pagar por cada 100 milhões que nos cedam. O que prova a credibilidade que os outros nos atribuem. Boa gestão!
E que explicações nos dá o Dr Teixeira dos Santos? Nenhumas. Nem deve julgar que tenha de explicar o que quer que seja. Pura e simplesmente desapareceu. Boa estratégia!
Aqui está o retrato de um país de mão estendida à espera que o FMI venha fazer aquilo que o que nos governam não tiveram a coragem de fazer. Bom exemplo!
HSC
5 comentários:
Minha querida (perdoe o excesso de familiaridade), eu não escreveria melhor; eu não poderia concordar mais. Como subscrevo!
E é só ele que desaparece, quando as coisas correm mal? Alguem viu ou ouviu o ministro do ambiente ou o PM, quando Portugal ardia? A ministra da Educação aparece para dizer que, excepto alguns e pouquissimos casos pontuais, tudo está bem. A SIC noticias acaba de relatar um rol dos tais casos "pontuais" que bradam aos céus. Acho mesmo que este país é surreal!
Helena Morais (Lisboa)
Cara Helena, não posso concordar mais consigo como, aliás, acho que farão 90% dos portugueses. O problema é que levamos o tempo a escrever umas coisas e a concordar uns com os outros..... Será que não podemos fazer mesmo mais nada? Qualquer coisa que se veja mesmo? É que, de facto, o tempo vai passando e as gerações futuras estão a ficar completamente estranguladas... trata-se de um genocídio consentido!
Cara Maria
Eu já dei o melhor que tinha, os filhos. Com grande pena, confesso. Enquanto tivermos uma política partidária, duvido que saiamos da situação em que nos meteram.
À minha escala, na Universidade e na escrita, continuo a lutar dizendo o que penso. É pouco, eu sei. Apenas me consola saber que, com a minha idade, não me furto a responsabilidades.
Cara Helena, obrigada pelo seu retorno. O meu comentário não pretendia censurá-la, se foi isso que entendeu. Aliás, considero-a uma grande lutadora pela palavra e pela escrita, o que não seria já nada pouco se não tivesse dado também à causa pública o melhor que tinha, como refere. O que se passa é que, tendo eu tentado dar alguma contribuição, se bem que humilde, através da política acabei por ser empurrada porta fora pela política partidária(veja como continuo a concordar consigo!. Só posso ir erguendo a minha voz de protesto sempre que me é dada uma oportunidade, como a Helena e tantos outros, embora a minha, por motivos obvios, não seja tão notória, mas os atropelos a este País sucedem-se de tal forma que parecem um fenómeno natural, imparável por mão humana. Sinto-me impotente e desanimada, mas como dificilmente baixo os braços, o meu comentário foi apenas no sentido de tentar reinventar um novo processo mais eficaz que -sei lá!-talvez lhe pudesse ocorrer a si ou a outro leitor deste forum....
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