terça-feira, 11 de maio de 2010

O país parado

Sou católica. Mas as condições em que o Papa se desloca ao meu país estão a incomodar-me num Estado que se outorga de laico. Que se desse tolerância de uma tarde em Lisboa e outra no Porto entendia, dado que se diz que o país é maioritariamente católico, embora se diga não praticante. Mas a sequência de tolerâncias vai deixar Portugal, em plena crise, num estado de letargia durante quase uma semana. A meu ver e apesar de ser das que praticam foram decisões pouco oportunas.
O Papa é um Chefe de Estado e, como tal, merece o tratamento dado a todos os outros que nos visitam. O que os católicos quisessem, individualmente, fazer dessa visita, utilizando o seu direito a gozar um dia de férias para o acompanhar, seria o problema de cada um. Não o dos governantes.
Quer-me assim parecer que as medidas tomadas a nivel governativo vão criar emoções contra a Igreja, neste momento perfeitamente dispensáveis!

HSC

10 comentários:

Anónimo disse...

Cara Helena,
Também sou católico (aqui não há quem seja praticante ou quem não seja: ou se é, ou não, ponto), mas o feriado, tolerância de ponto, ou seja lá o que se instituiu para o dia 13, é completamente desproporcional, desajustado, desapropriado para um Estado que se diz e orgulha de ser laico. Vejo-o como uma medida perigosamente populista, no seguimento da leitura de estatísticas que dão, alegadamente, 80% da população como católica.

Carla disse...

Completamente de acordo. Por estas e por outras é que eu gosto imenso do que escreve. É de um bom senso tremendo! Muito obrigada por partilhar as suas ideias. Um grande beijinho!
Carla Conceição

Anónimo disse...

Pertinente Post! Por mim, estou a trabalhar. Embora compreenda e respeite quem é católico, julgo que se deveria reflectir no que a autora deste Blogue aqui deixa escrito. E entretanto, sub-repticiamente, o governo prepara algumas medidas tenebrosas para os bolsos dos contribuintes. Deixou passar a ressaca do futebol, depois a visita do Papa e para a semana preparem-se! Lembram-se: “nada de mais impostos!”. Pois, pois. Nem Nossa Senhora de Fátima nos irá valer!
P.Rufino

causa vossa disse...

O PAPA NEGRO DAS FINANÇAS
Numa altura em que o crédito mal parado se avoluma em Portugal, o governo pretende aumentar os impostos.
As medidas do governo,sem absolvição, mais uma vez, são reactivas e irracionais.
Como bem diz Dº Januário Torgal a pobreza e a fome aumentam clamorosamente em Portugal. Para um governo socialista a vergonha devia ser total!
Enxugue-se pois o Estado sem aumentos de impostos que afectam fundamentalmente os mais pobres, já que aos mais abonados um ou dois pontos do IVA são peanuts no fim do mês... e o que nós temos não é falta de receita fiscal mas da omnipresente despesa estatal!

Anónimo disse...

É católica? Acho o seu artigo de mau gosto e duma laicidade tremenda. Concordo com o feriado para dar possibilidade às pessoas católicas, crentes ou cirstãs de poderem ver o representante de Cristo na terra!
A besugada toda laica e socialista do governo que nos anda a desgraçar, nem souberam receber Sua Santidade. Nem uma vénia sabem fazer a um Chefe de Estado, Chefe da Igreja!
Portugal deveria estar vestido de amarelo e branco que são as cores do Vaticano e não darem um "toque" de republicanismo com bandeiras verdes rubras com a imagem do Papa!
VIVA O PAPA BENTO XVI
Viva Portugal!

Estranho Fulgor disse...

Obrigada, Helena! Chega a uma altura que parece impossível tanto descaramento e desrespeito pelas pessoas...

Mil beijos e abraço forte!

zeliams disse...

Reitero os comentários aqui apresentados e não poderia estar mais de acordo consigo.
Confesso que - embora católica - não percebo a atitude dos governantes ao concederem as tolerâncias de ponto. E este é um aspecto explorado com tanta exaustão pela própria comunicação social, que não alinha é quase crucificado em praça pública.
Exemplo disso, foi o que vi ainda ontem na TV, quando um jornalista questionava a directora da Casa Fernando Pessoa sobre o porquê daquele estabelecimento não fechar portas, ao que Inês Pedrosa respondeu - e muito bem!- que a missa fora marcada para as 18h30, horário pós-laboral.
Com tanta preocupação em passar uma imagem de um país capaz de crescer e superar as suas dificuldades e depois, o que vemos? De facto, só pode ser puro populismo.
ZS

Gaivota Maria disse...

Também eu estou consigo. Isto esta semana parece a vitória do chavão dos usados pelos resistentes ao Antigo regime: Fátima e o futebol são o ópio do povo. Com tanta dose vamos apanhar uma Ressaca proximamente. Sou católica mas estes feriados e impedimentos para trabalhar são um pecado num país como o nosso neste momento

Julia Macias-Valet disse...

Completamente de acordo !

É por estas e por outras que quando começamos a trabalhar em Portugal e um dia decidimos de abalar para França, achamos que os estrangeiros sao demasiado estritos. Claro ! Acabam-se: as tolerâncias de ponto, as pontes e outras idas à "bica"...

Helena Sacadura Cabral disse...

Caro anónimo
Decerto não leu o que eu escrevi, mas apenas aquilo que quiz que eu tivesse escrito. Lá está que compreendo uma tarde de tolerância em cada uma das três localidades em que o Papa vai dizer missa.
O que se passa é que além dessa tarde rotativa em cada cidade, vai haver tolerância a ser gozada até em dias que nada têm a ver com a vinda de Sua Santidade.
O meu catolicismo é Amor e não intolerância para quem não pensa como eu. Por isso aceito que veja em mim uma laica muito diferente de si.
E foi com profunda alegria que na missa dita pelo Papa pedi pelos meus, pelo país e pelos que não pensam como eu!