De vez em
quando apetece-me brincar á prosa poética!
Foi numa
bela tarde de maio,
que o sol dourava os telhados
e um cheiro de flor tomava o ar.
As andorinhas riscavam o céu
como traços vivos de liberdade,
e o tempo, por um instante,
pareceu suspenso no calor brando da estação.
Na pracinha
do bairro,
crianças riam em coro,
velhos jogavam às cartas
e alguém dedilhava um violão,
tocando uma melodia
que lembrava coisas antigas e boas.
E foi ali,
na curva tranquila daquela tarde,
que os olhos dela encontraram os meus —
e o mundo, antes tão sereno,
ganhou o tumulto doce
de um coração desavisado.
1 comentário:
Que a pena lhe seja sempre leve.
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