Há algo sutil e quase suspenso
nos dias que separam o Natal do Ano Novo. É como se o tempo, de súbito,
respirasse fundo, abrindo espaço para uma pausa delicada. Os enfeites natalícios
ainda decoram as ruas e iluminam as casas, mas já soam como uma lembrança
agridoce de um instante que ficou para trás. O coração reconhece esse hiato,
essa pequena fresta entre um ano que termina e outro que, ansioso, se prepara
para nascer.
Nesse intervalo, cada gesto
parece ganhar um tom mais suave, como se o corpo, ainda aquecido pelo calor das
festas, merecesse repousar por um momento. A memória resgata abraços, risadas e
suspiros, enquanto a mente insiste em tecer expectativas e promessas. Ronda o
ar uma melancolia gostosa, mistura de nostalgia e esperança, que nos convida ao
recolhimento.
É nesse espaço entre o ontem e o amanhã que a alma encontra o seu lugar de comunhão consigo mesma. Um suspiro a mais antes da contagem regressiva, um relance para dentro antes de se projetar à frente. O mundo prepara-se para renascer, mas aqui, nesse entreato silencioso, o que aflora é o desejo de estar presente, de sentir o pulsar do agora e de guardar nele a semente de tudo o que ainda pode ser.
6 comentários:
Um novo ano, uma renovada esperança.
2024 não deixa grande saudade.
Meu caro Pedro, depois da morte de um Pai o que mais lhe posso desejar para 2025 é paz e amor da Família!
Desejo a todos os seguidores da Sra Dra Helena ( sobretudo deste blog) um ótimo 2025, com muita muita saúde.
Um abraço muito apertado
Margarida Monteiro
Muito obrigada Margarida, em meu nome e no daqueles que me seguem!
Verdade! Também sinto o que descreve tão bem. Hoje lá vou ouvir o seu filho. ( O que vejo na TVI)...Bom Ano de 2025,com Saúde.
Ops,hoje o Dr.Paulo Portas não falou,esqueci,está de ferias!
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