Hoje fui ao aeroporto buscar o meu filho mais novo que tinha ido a Bruxelas ver o irmão. O dia estava insuportável de calor e, ou por influência disso, ou porque estava inquieta com as notícias, deu-me para divagar sobre o tema. Lembrei-me do tempo da Faculdade e dum namoro longo que por lá tive. Longo demais, como diria a minha mãe, que não o apoiava e era muito pragmática em questões várias, mas sobretudo nas sentimentais. Ora a filosofia deu-me para pensar o que poderia ter acontecido se tivessemos casado, se teria tido filhos ou não, se teria trabalhado ou não, se me teria divorciado ou não, enfim um mundo de interrogações que o meu infante em calções - sim é verdade, ele usa calções com frequência ao fim de semana - oportunamente interrompeu...
Quando, pelo caminho de volta, lhe contei das minhas cogitações, com muito sentido do humor, disse-me: "bom, se tenho demorado mais uns minutos...nós nem já existiamos, nessa versão rocambulesca da tua vida".
Dei uma gargalhada e ele disse-me "olha mãe, devias escrever guiões!". Quem sabe? respondi-lhe. Talvez quando fores ministro. Vinguei-me!
HSC
7 comentários:
Se é assim, já não falta muito para termos os seus primeiros guiões!
ontem também fui
ao aeroporto,
no calor tórrido,
mas levar a filha
isto é uma vida
cada um em seu canto
que cantos nos fazem
que cantam nossos cantos
a filha em Londres
o filho em Bruxelas
eu aqui em Lisboa
do triângulo um canto
são variações
geometrias
as nossas vidas
(e porque não dizê-lo)
alegrias
:-)
Helena,
Adoro essa sua relação com os seus infantes. :)
"Talvez quando fores ministro"
Se se refere ao seu filho Paulo, isso pode acontecer em breve, mas atenção, sugiro que, desta vez compre submarinos amarelos, que estamos a precisar muito.
Um beijinho.
Carlos II essa dos Yellow Submarines by PP é uma ideia a ponderar...
Pois é, Helena, voltar atrás na vida é proibido.
Todos nós pensamos de vez em quanto: " queria voltar atrás, mas saber o que sei hoje."
Quem nunca teve este pensamento ou proferiu esta frase
Acontece, mesmo que nós voltássemos atrás, nas nossas vidas e escolhessemos outro caminho diferente, daquele que optámos. De certeza, que iriamos viver outras experiências diferentes e deste modo, não saberiamos o mesmo que consideramos, saber actualmente.
Nós, somos o produto do meio em que vivemos, da educação que recebemos em casa, das experiências vividas, das pessoas que entram e saem da nossa vida, pelas mais variadas circunstâncias, das tristezas e alegrias, etc.
Sendo assím, imaginar como seria a nossa vida se escolhessemos tomar outra opção anteriormente, é um exercício mental muito divertido, mas muito subjectivo. Esta subjectividade, está dependente daquilo que somos no presente, com todas as nossas experiências vividas.
Mas de facto, é sempre muito divertido imaginar um percurso de vida.
Fico à espera dos guiões.
Também me acontece divagar nessas ideias mirabolantes...
Acho que toda a gente o faz, de vez em quando.
"E se eu não tivesse saído de casa naquele dia? Teria conhecido o meu marido? E se ´tivesse casado com outro, como seriam os meus filhos?"
Aí acordo, porque não quero mudar nem de marido nem de filhos!
(é engraçado ouvir falar de filhos - neste caso os seus - como pessoas "normais" que vestem calções ao domingo e gozam com a mãe)
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