domingo, 4 de julho de 2010

As vidas que não vivemos...

Penso frequentemente em como teria sido a minha vida se, em vez de uma determinada opção, eu tivesse escolhido outra diferente. Não sei se isto é muito frequente ou não. Comigo é. E diverte-me!
Hoje fui ao aeroporto buscar o meu filho mais novo que tinha ido a Bruxelas ver o irmão. O dia estava insuportável de calor e, ou por influência disso, ou porque estava inquieta com as notícias, deu-me para divagar sobre o tema. Lembrei-me do tempo da Faculdade e dum namoro longo que por lá tive. Longo demais, como diria a minha mãe, que não o apoiava e era muito pragmática em questões várias, mas sobretudo nas sentimentais. Ora a filosofia deu-me para pensar o que poderia ter acontecido se tivessemos casado, se teria tido filhos ou não, se teria trabalhado ou não, se me teria divorciado ou não, enfim um mundo de interrogações que o meu infante em calções - sim é verdade, ele usa calções com frequência ao fim de semana - oportunamente interrompeu...
Quando, pelo caminho de volta, lhe contei das minhas cogitações, com muito sentido do humor, disse-me: "bom, se tenho demorado mais uns minutos...nós nem já existiamos, nessa versão rocambulesca da tua vida".
Dei uma gargalhada e ele disse-me "olha mãe, devias escrever guiões!". Quem sabe? respondi-lhe. Talvez quando fores ministro. Vinguei-me!


HSC

7 comentários:

  1. Se é assim, já não falta muito para termos os seus primeiros guiões!

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  2. ontem também fui
    ao aeroporto,
    no calor tórrido,
    mas levar a filha

    isto é uma vida
    cada um em seu canto
    que cantos nos fazem
    que cantam nossos cantos

    a filha em Londres
    o filho em Bruxelas
    eu aqui em Lisboa
    do triângulo um canto

    são variações
    geometrias
    as nossas vidas
    (e porque não dizê-lo)
    alegrias

    :-)

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  3. Helena,
    Adoro essa sua relação com os seus infantes. :)

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  4. "Talvez quando fores ministro"
    Se se refere ao seu filho Paulo, isso pode acontecer em breve, mas atenção, sugiro que, desta vez compre submarinos amarelos, que estamos a precisar muito.

    Um beijinho.

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  5. Carlos II essa dos Yellow Submarines by PP é uma ideia a ponderar...

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  6. Pois é, Helena, voltar atrás na vida é proibido.
    Todos nós pensamos de vez em quanto: " queria voltar atrás, mas saber o que sei hoje."
    Quem nunca teve este pensamento ou proferiu esta frase
    Acontece, mesmo que nós voltássemos atrás, nas nossas vidas e escolhessemos outro caminho diferente, daquele que optámos. De certeza, que iriamos viver outras experiências diferentes e deste modo, não saberiamos o mesmo que consideramos, saber actualmente.
    Nós, somos o produto do meio em que vivemos, da educação que recebemos em casa, das experiências vividas, das pessoas que entram e saem da nossa vida, pelas mais variadas circunstâncias, das tristezas e alegrias, etc.
    Sendo assím, imaginar como seria a nossa vida se escolhessemos tomar outra opção anteriormente, é um exercício mental muito divertido, mas muito subjectivo. Esta subjectividade, está dependente daquilo que somos no presente, com todas as nossas experiências vividas.
    Mas de facto, é sempre muito divertido imaginar um percurso de vida.
    Fico à espera dos guiões.

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  7. Também me acontece divagar nessas ideias mirabolantes...
    Acho que toda a gente o faz, de vez em quando.
    "E se eu não tivesse saído de casa naquele dia? Teria conhecido o meu marido? E se ´tivesse casado com outro, como seriam os meus filhos?"
    Aí acordo, porque não quero mudar nem de marido nem de filhos!

    (é engraçado ouvir falar de filhos - neste caso os seus - como pessoas "normais" que vestem calções ao domingo e gozam com a mãe)

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