Lamentável o que aconteceu entre Manuel Alegre e José Lello. A disputa política não pode e não deve, nunca, deslocar-se para o plano pessoal. Manuel Alegre tem direito a desempenhar a função de deputado, eleito, com dignidade, sem ser julgado como alguém sem carácter. Os partidos democráticos aglutinam pessoas que têm divergências e nisso reside uma boa parte da sua riqueza. Fazer dessas diferenças motivos de julgamento moral é um descrédito para a vida partidária em geral e para o PS em particular.
Lamentável, também, que a visita de José Eduardo dos Santos - sem dúvida útil e desejável do ponto de vista económico - tenha decorrido com excessos inteiramente desnecessários e que são sinal da forma como se vive, ainda, em Angola. Nomeadamente, no que à segurança e à comunicação social se refere. Nem falo, já, do tom de certos discursos.
Ser pobre não implica não ter vergonha e ainda há pobreza envergonhada que merece todo o apreço. Portugal, não sendo rico, deve dar-se ao respeito.
Lamentável, também, a dimensão da comitiva que acompanha o PM na sua visita a Cabo Verde. Metade da governação foi com ele, incluindo, pasme-se, Secretários de Estado. Para completar o quadro lá foram os Magalhães, sobre os quais, agora, até impendem deficiências gramaticais sérias. Um PM, do meu ponto de vista, não deve ser o vendedor de um produto que, como se sabe, nem sequer é nacional. Que dirão, que sentirão, os criadores dos autênticos produtos portugueses?
H.S.C
1 comentário:
Julgo que o mal está em não haver uma lei limitadora dos mandatos de deputados.
Há pessoas que nunca fizeram mais nada!
Ao menos o nosso poeta é o nosso poeta e dos grandes.
Tudo isso empobrece a política e não se dá oportunidade aos mais novos.
Acabam por esbarrar uns nos outros e o "povo" já nem ouve.
Se ao menos discutissem ideologias, mas não, pelejam pelo poder e tempo de antena.
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