Conheci a Teresa Caeiro há muitos anos. Apesar da sua
brilhante carreira política, aquilo que hoje me interessa ressaltar é, obviamente,
a mulher, que se encontrava escondida debaixo da armadura da política.
Era, talvez, das pessoas mais carentes de afeto que encontrei
ao longo da vida. E, também, das pessoas mais protegidas por esse afeto, de que
ela tanto carecia.
Dotada de um grande sentido do humor, sempre que estávamos
juntas não era de política que falávamos, mas sim, daquilo de que todos os
seres humanos carecem, para se sentirem felizes. E, também, para rir.
Ela achava-me uma mulher forte e eu dizia-lhe que ela ainda
só aprendera a reconhecer as suas fragilidades. Faltava ir mais fundo para, verdadeiramente,
se encontrar.
Eu sabia que a Teresa podia ser forte, porque houve
ocasiões em que essa caraterística veio ao de cima. Assisti a algumas delas. Infelizmente,
outros fatores e dependências, arrastavam-na para o lado difícil da vida.
Choro por isso, por saber que, com tantos amigos a protegê-la,
ela não tivesse tido a capacidade e a vontade, de sublimar as pedras que a vida,
por vezes, põe no nosso caminho para nos testar! Adeus, querida Teresa. E que,
finalmente, encontres a paz!
4 comentários:
🦋
Cara Helena,
Acompanho com respeito o seu blogue. Sempre a considerei uma mulher lúcida, generosa e com um olhar humanista sobre a vida e as pessoas.
Li a sua crónica sobre a Tegui com atenção e confesso que me tocou profundamente. Sei que a amizade lhe permitiu um conhecimento íntimo e pessoal da sua história, e percebo o peso do carinho e da tristeza na sua escrita.
Ainda assim, como alguém que também conheceu a pessoa em causa (embora de forma muito menos próxima), fiquei a pensar nos que ficam e no quanto pode ser doloroso assistir à partilha pública de aspetos tão íntimos e frágeis, sobretudo de alguém que preservou a sua reserva nestas matérias.
A sua sensibilidade e inteligência são enormes, por isso acredito que compreenderá esta preocupação. Às vezes, o respeito pela dor dos outros passa pelo silêncio ou pela contenção, mesmo que as intenções sejam as melhores.
Deixo-lhe um abraço reconhecido e desejos de muita saúde e lucidez.
Amiga de amigos comuns, não a conheci pessoalmente.
Mas percebo que a sua partida abalou muito os que com ela conviviam.
Teguy ⭐️
“Um sol de Amor desceu aqui...
Nada pediu, só amou.
Absorveu as dores da ignorância...
E exalou suaves acalantos.
Cantou a paz em seu silêncio...
E propagou-a nas dez direções.
Chorou em silêncio a dor do mundo...
E, mesmo assim, amou.
E continua amando...
E abraçando secretamente.
Sem que o mundo o veja...
Sem que a mente o aceite.
Sem que o coração se abra...
Mesmo assim, Ele ama!
Pelas eras à frente...
Ele continuará o seu trabalho.
Até que tudo se cumpra...
E a dor se transforme em Amor.
E as consciências despertem...
Como Budas também."
Wagner Borges
:-(
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