Há peças que, numa casa podem fazer toda a diferença. Um pintura, um espelho, uma talha, uma escultura. Durante algum tempo não fiz algumas viagens, para poder comprar peças que me encantavam. Umas de autores já com nome, outras de autores que eu intuía viriam a ser conhecidos. E, como a primeira metade da minha vida foi passada entre artistas do mais diferente universo, acabei aprendendo muito com eles.
Vem este intróito a proposito de Joana Durão, uma artista plástica que muito aprecio, mas que pouca publicidade faz de si. Tornou-se conhecida de um certo publico erudito que, de algum modo, a tem vindo dando a conhecer. A sua entrada na escultura não foi, contudo, imediata, dado que a sua vida começou por outras poisos.
Nascida num meio familiar ligado às artes, quer pelo lado materno - o seu avô era o Dr Guilherme Possolo, reconhecido perito de arte - e o pai um apreciado arquitecto com vasta obra pelo país e que desenhava e pintava muito bem,
Conviveu desde sempre neste meio mas foi pelo fado que a sua vida começou, tendo chegado, curiosamente, até gravado dois discos para a Philips.
Já depois de casada, trabalhou em vários tipos de artes, até que, com mais de cinquenta anos, resolveu lançar-se na primeira experiência de escultura, fazendo a cara de um neto seu, cuja aprovação foi geral.
E foi assim que começou. Gostou tanto, que procurou a escultora, Goretti Ortega, com quem teve aulas durante dois anos, até à primeira exposição que foi um sucesso e que a levaria a Florença para fazer um estágio com o escultor António di Tommaso.
Outras exposições foram surgindo que sempre esgotaram as suas peças. Mas insistindo em querer aperfeiçoar-se, fez mais um estágio em França, com a conhecida escultora americana, Martine Vaugel.
Seguiram-se várias exposições , todas elas sucessos de venda. A que se realizou na Art Embassy, sobre o tema das bailarinas, muitos dias antes da data prevista para terminar, já estava tudo vendido.
Mais exposições e estágios se haviam de realizar sempre com as peças esgotadas, prosseguindo aqueles últimos com escultores de renome, como foi o caso do escultor brasileiro Israel Kislansky, com quem fez dois estágios.
Entre 26 de Fevereiro e 1 de Março próximos irá expor na “Artist 2020 Madrid”, que se vai realizar na Semana da Arte Contemporânea na capital.
Joana Durão não consegue imaginar-se a fazer mais nada que não seja arte. "Sou assim desde que me conheço", costuma dizer.
As peças que dela são lindíssimas e só a posso vivamente recomendar para quem possa e goste de belas esculturas. Sei do que falo, acreditem!
HSC
Nota: Quem estiver interessado em ver as suas peças - para além de algumas que estão na net - pode combinar com ela através do telemóvel 965341792 ou pelo mail joanadurao@netcabo.pt. E se quiser consultar na net pode fazer-lo em
Nota: Quem estiver interessado em ver as suas peças - para além de algumas que estão na net - pode combinar com ela através do telemóvel 965341792 ou pelo mail joanadurao@netcabo.pt. E se quiser consultar na net pode fazer-lo em
26 comentários:
Além de uma artista de excepção, a Joana Durão, que tem inúmeros dotes, canta e dança bem por exemplo, é um amor de pessoa, daquelas mesmo "entrañables", como diriam os espanhóis...
Eu gosto muito dela, porque é mesmo "una amiga del alma":)
Procurei na net.
Muita imagem do Barroso.
Da Joana Durão não encontrei nada.
Melhores cumprimentos.
Caro João
Espero que o Natal tenha sido caloroso.
Deve ter tido qualquer falha na sua busca, Já lhe enviei por correio vários links dela que agora aqui vou repetir
https://joanadurao.carbonmade.com/
https://joanadurao.carbonmade.com/projects/4339969
https://www.pinterest.pt/lposser/esculturas-joana-durão/
Dra Helena
Que bonita é esta escultura que colocou no post. Já fui ver as outras na net. Tem, de facto, coisas muito bonitas. Fiquei muito tentada, sabe?
M. Antónia Fezas Vital
Muito agradeço a gentileza de me disponibilizar três preciosos links sobre a excelência do trabalho da Joana Durão
Por ter colocado a sua linda peça no post de hoje é que me despertou todo o interesse em conhecer melhor a obra dela.
Na verdade, no Google não encontrei nada.
Agradecidos cumprimentos e, desde já, expresso os votos de um 2020 tõ feliz quanto possível.
Já conhecia mas não me canso a rever.
Bom fim-de-semana
Obrigada Dra Helena
As peças são lindas e eu em Janeiro vou tentar falar com a escultora e comprar uma... se o dinheiro chegar!
Francisca Pinto Ferreira
Figurinhas betas.
Parabéns Joana . Grande sucesso! Merecido!
Joana. Parabéns. Grande sucesso
Com esta dimensão prefiro os barros, os bonecos de Estremoz ou de Rosa Ramalho do que estas bonecas bonitinhas.
Neste blog aprende-se sempre qualquer coisa.Agora foi a escultora Joana Durão. Que peças lindas.
Se não forem caríssimas ainda me tento a comprar uma!
António Maltez
Barbie
🌹
Anónimo das 11h31
Sabe explicar-me o que são figurinhas betas? É gente que conhece?
Anónimo das 08:54
Olhe que não. Olhe que não, como diria Alvaro Cunhal.
Decerto não conhece as verdadeiras barbies, senão não fazia este comentário desdenhoso. Quem vive do seu trabalho deve ser respeitado. Pode não gostar e dizê-lo. Está no seu direito.
Mas despreza-lo, tentando compara~lo com uma figura idiota, é que não lhe fica bem!
Andei a pesquisar na net e gostei imenso de tudo o que vi.Figurinhas lindíssimas. Gostava de comprar, mas devem ser caríssimas.
Desejo-lhe um feliz 2020:))
Não, não desprezo, fiz uma associação visual com a boneca Barbie, um ícone pop, muito apreciada por tantas meninas em todo o mundo, mas também por adultos. Não é o meu caso, mas não desprezo a Barbie (tem o seu sentido sociológico, com a sua estética feminina dominante) nem desprezo as meninas de JD. Só não me entusiasmam mas, fui ver o site, e há algumas de que gosto: na terracota- menina que lava a cabeça, menina que penteia outra, menina acocorada (a segunda da série), menina sentada com as pernas esticadas para a frente, com a cabeça caída sobre o ombro, etc.
Talvez as meninas contidas de JD sejam icónicas de uma classe que odeia que alguém exteriorize os seus sentimentos, e estes ficam aprisionados lá dentro, e só pequenos detalhes, como a cabeça inclinada, ou ligeiramente afundada entre os ombros, os denunciam. Aparentemente, parece que não se passa nada, mas por dentro passa-se.
Continuação (fiz o comentário da Barbie)
HSC não esperava vê-la classificar uma boneca de idiota, não costuma usar essa linguagem (más influências de alguém que passou no blog?).
Mas não se faça de santa, porque já aqui a vi ridicularizar, arrasar, desdenhar, achincalhar, a obra da escultora Joana Vasconcelos, de que não gosta, que não entende, mas cujo valor é reconhecido internacionalmente.
A ideia que tenho, cara HSC (uma das mulheres mais interessantes do espaço português, falando das «mais crescidas», chamemos-lhe assim) é que, para além da música, não reconhece valor a obras menos clássicas, e está no seu direito.
Tb não tenho ligação ao Barreirinhas, para que conste.
Mas tenho os meus entusiasmos e gostos, no que diz respeito às artes.
Gosto, por exemplo, do menino Amuado de Maria Luísa de Sousa Holstein, uma escultora portuguesa do sé. XIX, desconhecida.
Desconhecida como várias outras: Maria Barreira, Irene Vilar, Marina Mesquita, etc.
Clara Menéres e Fernanda Fragateiro são, felizmente, mais conhecidas.
Vê, tratou-me um bocadinho mal, e eu não merecia.
Desejo-lhe um Bom Ano de 2020, com a felicidade e amizade que merece.
Ao Anónimo da Barbie
A Barbie poderá ser o icon pop e Joana Vasconcelos reconhecida internacionalmente. São factos e estes não se discutem como sói dizer-se.
A Barbie, para mim, represente tudo aquilo que não aprecio numa mulher, uma menina preocupada com penteados e vestidos, loura com pouca coisa na cabecinha, que influenciou milhões de crianças que ficaram parecidas com ela, à espera do seu Ken. Nem uma pitada de natureza cultural. Apenas futilidades que marcaram tanta gente que até se costumava chamar de Barbies às louras que só se preocupavam com trapos e em arranjar marido.
Quanto a Joana Vasconcelos não percebo a sua indelicadeza de me dizer que não sou santa nenhuma. Não sei que santas conhece, nunca me afirmei como tal, mas sei que me não conhece o suficiente para me tentar ofender,. Não gosto da obra de JV, ponto. Mas ao contrário do que julga, gosto e sei alguma coisa de música e pintura modernas. E talvez se surpreendesse com o que sei, se não classificasse as pessoas sem as conhecer.
Um bom ano de 2020 para si e para os seus.
Não tive nenhuma intenção de a ofender. «Não se faça de santa» é uma expressão coloquial que usei para mostrar que a HSC escreveu que podemos não gostar, mas não devemos desprezar, mas quando se trata de JV, não faz o que aconselha.
Também nunca disse que não conhece as artes contemporâneas. Sei que gosta de música dodecafónica e, quanto às artes visuais, apenas disse que ME PARECIA que tem gostos mais clássicos, e com todo o direito, porque não.
Não tenho problemas em pedir desculpas mas, neste caso, não sinto que deva fazê-lo, porque tenho consideração por si, mas também tenho por mim.
Mais uma vez Bom Ano 2020!
Ao Anónimo da Barbie
Aqui lhe envio um post e um comentário que fiz sobre Joana Vasconcelos e que pode ser consultado no Fio de prumo
"A criatividade não tem limites. Este boneco "escultura" é feito de havaianas. Teria descoberto antes de chegar à ultima imagem?
Foi erradamente atribuído a Joana Vasconcelos, que é uma inovadora em todos os aspectos porque não só recupera a tradição - é o caso do crochet - como recupera garrafas ou tampas metálicas, para só falar de alguns dos seus trabalhos. Mas o seu autor é Florentijn Hofman, que referimos na nota abaixo.
Como se vê, a confusão não é muito surpreendente porque há, de facto, semelhanças no trabalho dos dois artistas!
HSC
Nota: Acaba uma comentadora de me informar que, ao contrário do que eu disse e me haviam informado, este "boneco" não é de Joana Vasconcelos mas sim do designer Florentijn Hofman. Quem quiser pode ver mais obras suas em www.florentijnhofman.nl/dev/projects.
10/11/11
Helena Sacadura Cabral disse...
Divina Tragicomédia
E quem lhe disse, cara divina que eu era simpatizante de direita?Olhe que não, olhe que não!
Nunca se fie.
O meu filho Miguel tem uma expressão pública para me definir:" é a mulher de direita mais à esquerda que eu conheço".
Ele lá sabe...mas, veja lá, começo a achar que o BE está muito à direita para o meu gosto...
Não revelei, nem revelarei os motivos que me levaram a sair da
Moeda de Troika. Mas ninguém é insubstituível. E eu muito menos!
Quanto à nossa JV confesso-lhe que a tenho em elevadíssima consideração. Até porque faço crochet e não me envergonho disso. É uma óptima ocupação para minorar o stress. Tal como cozinhar...
10/11/11
É isto que chama de "ridicularizar, arrasar, desdenhar, achincalhar, a obra da escultora Joana Vasconcelos, de que não gosta, que não entende, mas cujo valor é reconhecido internacionalmente"?.
OK. Não vi esse post, em 2011 ainda não conhecia o Fio de Prumo. Passo por cá, de forma irregular, há uns 3, 4 anos, e não costumo comentar, fi-lo duas ou três vezes. Mas lembro-me de um post (que não comentei) em que JV foi maltratada, incluindo por vários comentadores, que até o «tamanho» da artista criticaram. Vou continuar a passar, de vez em quando, mas penso que encerrei os meus comentários, se este deu tanta polémica. Tudo de bom!
Cara HSC
Ainda acha o BE muito à direita para o seu gosto?
Acho sim, Joana. De uma certa direita que aprecio pouco. Talvez, hoje até mais do que antes. Bem disfarçadinhos. Mas, por isso, é que do grupo inicial, já lá estão poucos...
Catarina Martins, de ar angélico, sabe muito bem como levar a água ao seu moinho!
O arquiteto Luís Possolo foi meu professor. Para além dos seus projetos, acho que chegou a fazer alguns retratos (desenho), poucos, da mulher. Penso que era tio de Joana Durão, irmão da mãe, e filho de Guilherme Possolo (de quem nunca ouvir falar como crítico de arte, apenas li que foi diretor da Santa Casa da Misericórdia, no Estado Novo). Na minha opinião Joana D tem talento, foi pena ter começado tarde e não ter formação de base, poderia ter ido mais longe. Mas a minha opinião vale o que vale, muita gente se identifica com o seu estilo: raparigas, adolescentes, crianças, em situações de um dia a dia sem nuvens. Mas em algumas delas, passa uma leve angústia, uma ligeira sombra, uma espécie de interrogação que não chega a exprimir-se.
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