quinta-feira, 8 de setembro de 2016

Cortesias...

Foi aprovado o prometido "código de conduta" dos titulares de cargos públicos. No comunicado do Conselho de Ministros explica-se que se pretende fixar, num documento orientador, a prática já aceite e reiterada deste exercício.
Para esclarecer todas as dúvidas sobre o que deve entender-se por "ofertas e convites" foi determinado que estas tenham um limite máximo de 150 euros.
O critério das ofertas de cortesia até150 euros - que se diz ser o valor utilizado nas instituições europeias – permite, contudo, duas ressalvas. Uma, quando  os membros de Governo estejam em funções de representação oficial. Outra, quando "rejeitar uma oferta" de valor superior ao fixado, signifique quebrar o respeito devido por um Estado estrangeiro.
Confesso que não percebo muito deste tipo de protocolos. Confesso que julgo correcto determinar em que circunstãncias o detentor de cargos oficiais pode receber prebendas. Mas também confesso que não deve ser fácil encontrar "um presente à altura das circunstâncias" - entenda-se de um representante do país - por aquele valor.
Pensando um pouco no assunto, verifico que um lenço de seda, uma gravata boa, um par de botões de punho, uma taça Vista Alegre, uma peça de vidro Atlantis, um livro de arte - e são meros exemplos - ultrapassam facilmente aquele valor.
Não moralizo, evidentemente, o assunto, mas julgo que qualquer chefe de protocolo, poderá, por este valor - em alternativa aos bonbons ou ao vinho nacionais -, oferecer devidamente emoldurada em casquinha, uma foto do nosso Presidente da República, ou do nosso Primeiro Ministro!

HSC

Em tempo: Esclareço que, se moralizasse esta questão, a minha proposta seria a de entregar ao Estado todos os presentes oferecidos a quem o representa. Do meu ponto de vista, a cortesia correcta seria essa.

5 comentários:

Silenciosamente ouvindo... disse...

Drª. Helena esta medida do Governo é para
levar a sério? A mim deu-me vontade de rir!!!
Os meus cumprimentos.
Irene Alves

CEM MANIAS disse...

Parabéns por este espaço!
Gosto particularmente da forma objectiva e assertiva como escreve.
Manuela Carvalho.

maria disse...

Esta medida que o Governo resolveu implementar agora, já existe há muitos anos em empresas/multinacionais. Ou seja, não se pode aceitar "presentes" de clientes acima de um determinado valor, valor esse muito baixo, a intenção é que o presente tenha um valor meramente simbólico. No caso de se receber um presente com um valor muito alto, tem que se devolver ao cliente com uma nota de agradecimento, explicando a razão da sua devolução. Tudo isto é feito com conhecimento da administração e bastante controlado. A devolução é feita em mão e é obrigatória a assinatura legível de quem a recebeu. É, sobretudo, uma questão de ética. Engraçado que com estes gestos se ganham mais clientes... Se fidelizam mais clientes...

Unknown disse...

não deviam levar nada, isso sim

João Menéres disse...

Tanto querem brincar no Conselho de Ministros !...
Uma simples esferográfica Mont Blanc custa mais do que isso e é uma lembrança de bom gosto.


Melhores cumprimentos.