sábado, 26 de setembro de 2015

A Bimby, a política e eu


A Bimby e eu não somos, certamente, compatíveis, porque ela faz tudo aquilo que eu gosto de fazer e não quero que ninguém faça por mim.
Não tem conto as vezes que já me tentaram vender um destes robots, esclarecendo, mesmo, que todos os Chef’s a têm, como se eu fosse um deles. Até o meu filho Miguel – e ambos os meus filhos cozinham bem –, uma vez, se prontificou a oferecer-me uma a meias com o irmão.
É uma luta que tem anos. Tenho seis livros de cozinha publicados, gosto muito de cozinhar, tenho uma biblioteca gastronómica de fazer inveja a muitos especialistas, uso varinha, picadora, liquidificadora e muitos outros utensílios mais, mas nunca usei uma Bimby. E acredito que não será património que deixarei aos meus.
Porquê? Primeiro, porque a julgo uma peça muito cara. Segundo, porque ela me tira o prazer de ser a autora directa daquilo que preparo. Terceiro, porque eu gosto de ver a evolução gradual do que cozinho.
A Bimby parece-se com a política: metem-se nela os produtos e sai sempre o mesmo preparado, seja quem for que a maneje...


HSC

17 comentários:

Escrever Fotografar Sonhar disse...

"metem-se nela os produtos, e sai sempre o mesmo preparado..." a descrição perfeita.

João Menéres disse...

Clarividente comparação !
Não vi essa reportagem.

Melhores cumprimentos.

Virginia disse...

Também nunca embarquei nessa....
Ainda hoje fiz um caril para a família e a coisa melhor desta tarefa é ir provando e adicionando os diversos ingredientes - que vario de todas as vezes que faço caril -. Detestaria meter os ingredientes todos e só no fim ver que tinha ficado uma bodega. Porque nunca meço, nem sigo a receita, invento sempre e uso o olho mais do que a balança.

Quanto à política, sei bem quais os ingredientes e a receita.....

Silenciosamente ouvindo... disse...

Também nunca terei. Concordo em absoluto consigo.
Bom fim de semana.
Cumprimentos.
Irene Alves

Sandra disse...

Ora, nem mais... Inteiramente de acordo.

Teresa disse...

Eu também gosto de fazer tudo "á antiga"!A sua descrição final, está de se tirar o chapéu!!

Maria do Porto disse...

ADORO cozinhar também.
Não tenho a Bimby pelos mesmíssimos motivos que a Senhora aponta! Tira-me o prazer de cozinhar , tira a criatividade e o nosso toque pessoal!
A minha filhota que agora saiu de casa também não a quer porque também ela tem prazer em cozinhar...
Mas, acredito que faz muito jeito a quem não gosta muito destas lides e quando o tempo é escasso.
Bjs

maria isabel disse...

Belíssima comparação,Doutora Helena.
Parabéns
Uma boa semana

Maria Isabel

Sérgio disse...

Eu já estive quase para comprar e até fui a uma workshop da dita (onde a senhora que estava a fazer a demonstração, de tanto falar para a audiência, esqueceu-se do bolo no forno que ficou todo queimado). De resto faço da cozinha os meus momentos de desstress (stress ao contrário): fico a preparar as inovações gastronómicas enquanto ando com a cabeça noutros planetas. Chato é quando o preparo fica mal...

Anónimo disse...


Bom dia Helena
Já me a quizeram vender, além de ser cara é coisa que não numca me seduziu, gosto de cozinhar, de mexer com a colher, ir provando.

Carla

Anónimo disse...

Pois eu ca nao passo sem a bimby. Isso de que se mete os ingredientes e sai a comida feita nao e assim tao linear, mas enfim... poupa-se imenso tempo com a dita e no final nao e preciso limpar tanta tralha.

Estou a imaginar o que diriam as avozinhas do inicio do seculo passado quando chegaram inovacoes como a batedeira e mais tarde a picadora: "ah, o pao de lo assim nao e a mesma coisa", "ai valha-me que nao ha bolo rei como aquele amassado a mao"

bem hajam

Unknown disse...

Olá Helena,

Também eu resisto estoicamente há anos a todas as tentativas, cada vez mais próximas e respondo sempre: é um artigo de luxo para a cozinha que eu dispenso Cozinho quase diariamente e gosto. Quando não me apetece, compro feito! Por esse preço, mais depressa comprava uns Louboutin, se tivesse dinheiro para luxos ...

Beijinhos

killyourbarbies disse...

Também eu não substituiria o prazer da preparação da comida pela ajuda da Bimby... Quanto à política, não acho que o preparado seja sempre o mesmo...

Fatyly disse...

Só a Dª. Helena me fazia soltar uma sonora gargalhada com a comparação da "Bimby" (que desconheço) com a política :))))

Tal e qual!

Anónimo disse...

cito:... "e no final não e preciso limpar tanta tralha"...
Vai dar ao mesmo em questão de trabalho. Pesa aqui, vê os minutos, corre que apitou, abre, precisa de mais tempo... não há pachorra.
Tenho a minha há anos, bem tento, mas é que nem o leite-creme feito na dita me convence. Só os ovos moles esses sim, mas tb dar cerca de €1000 por um brinquedo daqueles convenhamos que é mau negócio. E eu fi-lo.
Quem as vende ganha balúrdios, tb esgalha, mas nas demonstrações sai sp um bacalhau com natas, uma... lol, nem me ocorre o nome. Papas!!!!
Enfim, olho para ela, mas tb não a vendo, esta garotada gosta daquilo. (embora o meu filho, 27 anos,não perfilhe da paixão pela belezura.)
Gosto de cozinhar e acabou-se.
Tenho livros seus Dra. Helena, ah pois. E herdei um Pantagruel assinado a tinta permanente pelo punho da autora D. Berta Rosa Limpo. Penso que com a 1ª. edição havia essa cortesia antes de irem para as livrarias. Há falta de feiras, era simpático.

Ana Rebelo

Unknown disse...

Olá,

A Bimby, não me diz nada.Sou mais tradicional!

A comparação com a política,talvez?!

Um abraço,

Dalma disse...

HSC, o último período do seu post é magistral! No entanto a Bimby é mesmo espetacular...
Quanto ao momento atual não é muito diferente do daqui do Canadá onde estou há uma semana e que vai ter eleições no próximo dia 19. O debate deles a três dizem as notícias e os comentadores que foi de muito baixo nível! Talvez aqui tb se aplique o " metem-se nela os produtos e sai sempre o mesmo preparado".