"... Sabe-se
de onde vem Piketty: francês, parisiense, o mais importante economista gaulês
da sua geração (tem apenas 43 anos), colunista do “Libération” e do “Le
Monde”, esteve ao lado de Michel Rocard em 2002 e apoiou Ségolène Royal em 2006
e François Hollande em 2012, três bluffs do tamanho da ambição pseudorreformista
do PS local (registe-se que foi ele que depressa os abandonou,
desiludido). Mas o seu estudo é sério, exaustivo — sobretudo para um leigo,
admito -, fundamentado nas premissas históricas e, por vezes, contundente,
tendo provocando respeito e admiração na América, Europa e Ásia.
... De acordo
com o autor, a desigualdade de bens, rendimentos e riqueza entre os mais
pobres e os mais ricos não tem parado de aumentar em todo o mundo ocidental
nos últimos 70 anos. Se a acumulação de capital é, pelo menos desde a Revolução
Industrial, útil para o crescimento da economia e para a melhoria dos
salários, o seu efeito no crescimento das nações tem diminuído de forma
quase sempre constante, num quadro cada vez menos associado ao sistema
produtivo e cada vez mais dependente da especulação financeira.
... Perpetuando o modelo dos últimos 45 anos, estamos
agora, no mundo ocidental e na análise de Piketty, perto dos níveis de desigualdade
da Belle Époque. Como o modelo está em processo de solidificação a Oriente,
após a prosperidade inicial, será a vez das “economias emergentes”. Em
França, por exemplo, entre 1871 e 1914, 90% da riqueza total era riqueza herdada.
Em 1970, era de 40%. Hoje, após a “idade doirada da desregulação”, regressou
aos 75%. Em poucos anos, se nada for feito, regressará aos 90%.
Para este economista, o capitalismo é um excepcional
produtor de riqueza, de inovação e de bem-estar. Mas a forma como reparte a
riqueza é, a longo prazo e à escala planetária, demasiado desequilibrada.
Mais perigoso ainda: é anti-democrática.
Estes
extractos foram retirados de um post de Pedro Marta Santos, intitulado
DESIGUALDADE no blogue Escrever é Triste em http://www.escreveretriste.com. Vale
a pena ler e pensar!
HSC
1 comentário:
E tanto os homens perdem tempo a falar de riqueza material,quando a maior está dentro deles e não há moedas nem notas nem património que a supere.
C'est L'Amour!
A
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