domingo, 18 de outubro de 2009

Deve haver uma razão

Já aqui disse que vejo pouca televisão nacional. Noticiários da terrinha só alguns e, vá lá, confesso, umas séries de que sou fã. Dispenderei, no máximo, uma hora por dia ao rectângulo, dado que ainda continuo a gosto de ver filmes... mas no cinema.
Um fim de semana de intenso trabalho fez com que ligasse, antes de me deitar, o aparelho. Corri os várois canais nacionais e os filmes de violência repetiram-se ao longo das três noites. Nem queria acreditar...
Dei comigo a pensar o que determinaria tais escolhas, antes de dormir, sabendo-se que a essa hora, só os jovens que não sairam e os mais velhos que dormem pouco, serão espectadores por excelência.
O que se pretende? Provocar insónias nos idosos? Promover a violência nos mais novos? Testar novas formas de ataques cardíacos? Fomentar o medo? Não consigo entender esta programação. Alguém me explica?!

H.S.C

9 comentários:

Anónimo disse...

Querida Helena,

Compreendeu tão bem a finalidade, que a expressou em todas as suas questões.
É muito triste, não é?
Mas acho que a segunda e última questão, são as mais verdadeiras e dantescas.
Acrescento negócio dos lobbees nos intervalos... D
Deixei práticamente de ver TV, apenas o telejornal 2 e uma ou outra reportagem da BBC, ou National Geographic ou então históricas e políticas. Falo de todos cá em casa...

Blondewithaphd disse...

Eu precisei cair agora de cama para descobrir que (afinal) tenho tv em casa. E não, não percebi nada, não percebo. Descobri meia dúzia, se tanto, de coisas interessantes nos canais temáticos da Cabo, no resto: só o vácuo.

Raúl Mesquita disse...

Helena, não sou Director de Programação de nenhum canal da Televisão, mas tentarei responder à sua pergunta (felizmente retórica, mas sempre pertinente). Eu não acredito no simplismo dos "ídices de audiência", como num, infelizmente concertado, por vezes quase inconsciente, esforço para manter e aumentar a estupidificação. Povo estúpido = a povo dócil. O mesmo aplica-se ao RU, aos EUA..., a velha história. Dantes, quando passavam aqueles filmes de que nós gostamos, em tempos não politicamente correctos, até os americanos pensavam em elevar o nível dos espectadores. Agora com a democracia sem Cratia, é o que vemos... O que pensa da minha observação?

Daniel Monferrato disse...

Acabei de ver um na RTP 1, ""A Estranh em Mim", em que a protagonista mata oito pessoas, ainda que crmonosas, tudo isto com a conivência de um polícia. No final viveram todos felizes para sempre...
Espero agora não ter insónias.

Benó disse...

Os filmes de violência causam insónias nos idosos e eu confirmo isso se, por acaso, o assunto filmado me desperta algum interesse para vê-lo até ao fim.
Peçamos, pois, a quem de direito que deixe de nos massacrar com essa programação tão violenta nesse horário, pelo menos.

Helena Sacadura Cabral disse...

Tem toda a razão Raúl. Não basta dizer que somos uma democracia. É preciso praticá-la e... não mestificá-la

carolina disse...

Senhora D. Helena

deixe-me cumprimentá-la assim pelo muito que a admiro.

Crio muinto vezes com os escritores que leio uma empatia e simbiose que me faz senti-los como amigos de alma, caminhantes no mesmo caminho, algo parecido se passa consigo quando a ouço, o seu vigor, a sua alegria sei que são fruto de uma inteligência lucida, de um pensamento limpido e descomplexado... muito a admiro!
Este fim de semana ouvia dizer "preciso de estar à altura dos meus filhos", esse é um dos meus impulsionadores...e, reconheço que nem sequer é dificil em termos intelectuais,mas e isto porque estou muito triste nesta altura, é tão dificil manter-nos à altura da alegria, do entusiasmo e da fé deles... a Senhora consegue-o , bem haja por isso!

margarida disse...

O mundo sempre foi perigoso; talvez seja agora mais.
Mas existe o livre arbítrio - podemos desligar, mudar de canal, ver um dvd.
Ler.
Ouvir a noite.
Dar a mão.

Fozzy e Rafinha disse...

Cara Dra. Helena,
Vi a sua entrevista na RTP, neste domingo e mais uma vez achei que esteve espectacular. Tal como na sua escrita, admiro a sua simplicidade e franqueza, a sua leveza com que encara a vida ( que me pareceu não lhe ter sido fácil). Portugal precisa de muitas mulheres assim, com os pés assentes na Terra,com valores e determinação de vida. Parabéns!Continue assim, somos muitas a apoiá-la!
Helena Soares