Manuel Martins, bispo emérito de Setúbal, morreu hoje, na companhia dos seus familiares e após receber a Santa Unção.
Nascido em 20 de janeiro de 1927, em
Leça do Bailio, Matosinhos, foi o primeiro bispo de Setúbal,
de que era atualmente bispo emérito. Aliás, chegou mesmo a dizer que era
"setubalense para sempre".
Manuel da Silva Martins estudou no
seminário do Porto e, mais tarde, na Universidade Gregoriana, em Roma.
Foi pároco de Cedofeita, nos nove anos
de exílio do bispo do Porto António Ferreira Gomes (1960-1969), durante o
Estado Novo, e foi Vigário Geral após o regresso do prelado.
Em 1975, um ano após o 25 de Abril, foi indigitado para bispo da diocese de Setúbal, de onde só saiu 23 anos
depois, em 1998.
Na celebração dos 40 anos da sua ordenação
episcopal como primeiro bispo de Setúbal, D. Manuel Martins recordou os tempos
em que os seus discursos mais inflamados na defesa dos desfavorecidos lhe
valeram rótulos como "bispo vermelho", "bispo sem medo" e
até "bispo comunista". Seria ele, de facto, a denunciar com veemência, casos de pobreza
extrema, de fome e de desigualdades no distrito de Setúbal.
Homem polémico, nem sempre foi bem
compreendido. Mas os mais desfavorecidos foram sempre a sua maior preocupação e
Setúbal vai ficar mais pobre com a sua morte!
-->
6 comentários:
Sempre o admirei muito e sobretudo o deixar a poltrona vermelha e andar, andar, andar a lutar/falar/ouvir os pobres.
Há pouco tempo ouvi talvez a sua última entrevista (não sei se foi mesmo a última) a sua critica severa/sentida/verdadeira aos políticos e às suas politicas, daí ter incomodado muita gente ao longo da sua missão.
Que descanse em paz!
Conheci-o pessoalmente e ele veio muita vez à minha paróquia.
Uma pessoa verdadeiramente preocupada com as pessoas e que
praticou a religião católica como ela deve ser praticada.
Paz à sua alma. Que descanse em paz.
Os meus sentidos pêsames a sua família..
Será sempre uma boa referência no distrito de Setúbal.
Os meus cumprimentos.
Irene Alves
Não deixa pobre só Setúbal. Deixa mais pobre o Mundo, onde pessoas feitas com este tipo de coração e humanidade, fazem falta. Deixa o Mundo e Portugal mais rico e melhor pelo exemplo de misericórdia, amor ao próximo e luta exemplar e convita contra a miséria humana e capitalista que desconsidera e destroi a humanidade e o AMOR. Poucos como ele me orgulham de ser Portuguesa.
Grande perda mas grande privilégio que tenha existido.
Faço minhas as palavras da Anónima das 11:59 e acrescento que para fazer o que ele fez, e lembra-me muito bem, não precisava necessáramente de acreditar na existência de Deus nem no milagre de Fátima! Sei lá mesmo se no fundo da sua alma conseguiria compatibilizar o que se diz de "amor de Deus" com os desprotegidos de ELE (Deus) que ele socorria e por quem lutava!
🌷
Enviar um comentário