A situação que temos estado a viver, com o relato ao vivo e a cores do que se tem passado por este nosso Portugal tem, também, permitido perceber as diferenças ou as semelhanças entre o que entre nós se chama de comunicação social. A qual, na luta pelas audiências, parece ter um prazer mórbido em explorar o lado mais trágico destes acontecimentos, como se eles próprios não fossem, já por si, suficientemente dramáticos.
É isto que explica que um jornalista , há dias, tenha perguntado a uma idosa que tudo perdera, "como é que ela se sentia e o que tencionava fazer?", explorando uma boca sem dentes e as lágrimas que corriam por um rosto sulcado de rugas. A senhora ainda arranjou forças para responder "sinto-me perdida, quase morta".
Será que alguém, com sensibilidade, poria esta questão? Ou esperaria que uma pessoa naquelas circunstâncias tivesse cabeça para responder alguma coisa? Talvez, com um negro sentido do humor, a inquirida pudesse dizer que estava "muito feliz"!
HSC
7 comentários:
Inconseguimento de jornalista.
Teresa
Isto faz-me lembrar uma jornalista que, à chegada de uma atleta que tinha ganho uma medalha de ouro,lhe perguntou se tinha valido a pena a sua participação...
Perguntas pertinentes...
Essa eporter devia pura e simplesmente ir para o olho da rua ou ser achincalhada no FB até se tornar viral. Talvez aprendesse a não brincar com os sentimentos e miséria das pessoas. Não vi um unico telejornal enquanto estive fora - 20 dias - e não me fez falta nenhuma. De vez em quando é preciso desligar da cretinice ou somos engulidos por ela.
Penso que a minha parte das vezes são tareifeiros e não jornalistas.
Mas até os jornalistas com alguns anos de carreira por vezes fazem
cada pergunta...
Desceu a muito baixo nível a n/Comunicação Social.
E o dizerem constantemente: x pessoa aterrou no aeroporto tal.
Então é a pessoa ou o avião que aterra?
Os meus cumprimentos.
Irene Alves
E esse tal "jornalista" não merecia outra resposta !
Melhores cumprimentos.
Senhora Dra. Helena
Como sempre, tem muita razão.
É incrível, chega a ser cruel, a exploração que se tem feito da desgraça de tantos portugueses!
Tão reprovável também é a acção de um órgão de comunicação social que edita as tristes e incompetentes perguntas dos seus jornalistas.
Infelizmente está a tornar-se banal.
Quando se celebram as aparições em Fátima, por exemplo, insistem em perguntar aos peregrinos que promessa estão a pagar...Porque se dirigem ali...Acho um assunto tão pessoal...Pelo amor de Deus!
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