"esperar que voltes é tão inútil como o
sorriso escancarado dos mortos na
necrologia do jornais
e no entanto de cada vez que
a noite se rasga em barulhos no elevador e
um telefone de debruça de um sexto andar
sinto que ainda ficou uma palavra minha
esquecida na tua boca
e que vais voltar
para
a
devolver"
Este é o 12ª poema do I Livro de "Os armários da noite", que a Alice Vieira acaba de publicar e que ontém lançou numa Bucholz cheia de amigos.
Tudo o que Alice escreve é muito bom e como tenho por ela uma imensa e fraterna amizade, os seus sucessos enchem-me sempre de orgulho.
A sua poesia não é fácil - aliás, como toda a boa poesia - porque nela está contida uma experiência pessoal e humana muito rica e complexa. Quando acabei a primeira leitura do livro, mandei-lhe um mail dizendo que alguns poemas me pareciam verdadeiras orações. No sentido religioso e profano. Porque são bocados da Alice que ali estão, mas são, também, pedaços da intimidade de todos nós.
O Mário Felipe a quem o livro é dedicado, merece-o bem. E a Alice merece tudo o que a vida, a prosa e a poesia ainda lhe vão trazer. Parabéns aos dois, portanto!
HSC
3 comentários:
Gostei muito. E partilhei com um amigo suíço...
Bom dia Helena!
Bonito poema, fica sempre algo por dizer em todos nós...por isso hoje digo tudo, até demais!!!
Carla
... religiosoe e ...
Gralhas
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